segunda-feira, julho 31, 2017

HISTÓRIA DA VÉNUS DE MILOS

A belíssima estátua foi encontrada por um agricultor, George Kentrotas, em oito de Abril de 1820.
Estava a trabalhar num campo junto dos muros antigos da cidade de Milos. Inesperadamente, surge uma estátua de mármore, branca e com dois metros de altura: uma deusa, Afrodite - o nome da deusa do amor na Grécia; Vénus, para os romanos.

A notícia depressa chegou ao porto da cidade e um oficial francês, compreendendo a importância deste achado arqueológico, foi imediatamente ao encontro de George Kentrotas. A linda estátua, à qual faltavam os braços, foi transferida para a França. Podemos admirá-la no Museu do Louvre.

Mas como chegou ao Louvre? Há duas versões da historia: a estátua foi comprada pelos franceses, a fim de a oferecer ao rei Luís XVIII.
O presidente da Câmara de Milos, pelo contrário, assevera: “Naquele tempo estávamos em guerra, sob o domínio turco. A estátua foi levada por um oficial francês e carregada num navio de guerra, L’Estafette”. Queremos o seu regresso. É a nossa deusa e levaram-na sem transacção económica. Temos disso as provas.
Em conclusão, apoderaram-se da estátua e transferiram-na para o respectivo país, expondo-a no Louvre, museu prestigioso e destino normal para a importância artística e histórica da Vénus de Milos

Na Grécia, no Museu Arqueológico e em lugar bem visível, existe uma cópia. Porém, o presidente do município de Milos reclama o regresso da verdadeira estátua.
Perguntaram-lhe: Que pensa fazer? “Com uma recolha de assinaturas. Começámos nos meados de Junho, pois é necessário um milhão para nos apresentarmos no Parlamento Europeu e submeter a dissidência. Todas as obras antigas têm uma casa, pertencem aos seus lugares de origem e são emblemas da nossa civilização”.

E toda a Ilha de Milos se pôs em movimento. Existe uma comissão “for the repatriation of Aphrodite of Milos Home”; uma petição na Internet; manifestos com o rosto da Vénus espalhados em lugares públicos.

Será difícil, complicado para as autoridades da Ilha de Milos readquirir uma tão célebre obra de arte, após quase dois séculos do seu achado e transferência para a França.
O Louvre perderia uma das suas maiores atracções. A França resignar-se-á? 

segunda-feira, julho 24, 2017

UNIÃO EUROPEIA,                             
OS CAPRICHOS DE ALGUNS ESTADOS-MEMBROS

Chamemos-lhe “caprichos”, porque não creio sérias nem de bom senso algumas decisões de certos países-membros, quando omitem ou fingem esquecer-se que fazem parte de uma união na qual a democracia é norma primária.
Esses Estados aderiram voluntariamente, logo, respeitem e revigorem estas normas, pois é um dever, uma obrigação viver dentro de uma democracia real e seriamente estabelecida. Infelizmente, verificam-se alternâncias que não caminham dentro da estrada justa e o destino a que conduzem opõe-se a essa finalidade, isto é, à democracia, tout court.
Quando um dos pilares da democracia, o poder judiciário, é alvo de reformas improvisadas e fora de qualquer contexto que as justificasse, quais os fins políticos destas iniciativas?

Lêem-se notícias e artigos de opinião sobre o que vai sucedendo na Polónia, país que aderiu à União Europeia em Maio de 2004. São informações que deixam perplexidades, não somente quanto à intangibilidade dos três pilares dos regimes democráticos, quanto à falta de uma voz de advertência, peremptória, provinda da União.
Esta emite advertências, mas tão débeis e inconsistentes que, quer a Hungria – outro país que abafou as regras democráticas – quer a Polónia continuam impertérritas nos seus desígnios antidemocratas.

Consideremos estes países centro-europeus, vítimas do domínio soviético por longos anos; e quando se escreve domínio entende-se a falta absoluta de liberdade que conduz a uma submissão anulante e vexatória.
Qual é a natureza, portanto, do impulso do actual Governo polaco a pôr em risco a autonomia do poder judicial? Penso que a explicação será difícil.

A sociedade civil não a compreendeu e em todas as cidades polacas foi para a rua protestar energicamente.
O Presidente, Andrzej Duda, decidiu pôr o veto às leis sobre o Supremo Tribunal de Justiça, as quais seriam um grave risco para a autonomia do poder judicial.
Conclusão: bom senso do Presidente da Polónia e da população, onde avultaram os jovens.
Um péssimo exemplo da classe política que traiu quem lhe deu a maioria e nada aprendeu com o passado.

segunda-feira, julho 17, 2017

“NÁPOLES, APELO DE UMA MÃE:
A MINHA FILHA, 14 ANOS, DROGA-SE”

Estas são informações que, infelizmente, já entraram na esfera das normalidades: jovens que se drogam, que se prostituem ou roubam, a fim de pagar a maldita droga. Já não são fenómenos excepcionais, é moeda corrente.
Desgraçadamente, sendo já factos normais, embora sempre repugnantes, impressiona e comove o grito de revolta e o apelo desta mãe, numa entrevista ao quotidiano romano “Il Messaggero” de 16 / 07 / 2017.  

Esta senhora é uma cançonetista conhecida, mas o jornal não revela os nomes, quer da mão, quer da filha, o que julgo muito correcto.
“Devo salvar a minha filha e não me incomoda nada dar a conhecer a todos o drama que estou a viver. Pelo contrário, quero prevenir tantos pais como eu e tantos adolescentes como a minha filha que está a queimar a sua vida como um fósforo: prestai atenção, estai longe deste mundo nojento que, agora, decidi denunciar”.

E o jornal descreve: 
«Substâncias estupefacientes, álcool, prostituição, extrema síntese de um alarme que atravessa toda a cidade (…) com um único objectivo criminoso: vender droga aos menores, os mais frágeis de todos, os mais ingénuos e, portanto, os que correm mais riscos a quem, sem grandes dificuldades, se consegue impingir também os produtos piores e cujas consequências são fáceis de imaginar.
Gente sem escrúpulos e “passadores” que vivem sobre a vida destas crianças com drogas sintéticas e misturas alcoólicas, consumidas nos locais nocturnos de Nápoles e arredores.
Uma rede de negócios que gira à volta do efeito alucinatório dos jovens de 13, 14 anos ou pouco mais; crianças apenas crescidas à caça de sensações fortes e prontos a tudo, a fim de encontrar a “coisa”».

Quando perguntam: “A sua filha é menor, o ingresso nestes locais não é proibido até aos 18 anos?”
Resposta: “Seria, mas quando a procuro, encontro sempre em tais locais jovens como ela. Ademais, a venda de alcoólicos não seria permitida, mas a minha filha levo-a para casa sempre embriagada”.
“Chama aos passadores de droga “os meus amigos”, os quais lhe dão instruções precisas sobre o que deve roubar em casa”.

Confesso que li tudo isto com tristeza e quase sentia parte da amargura desta mãe. Mas quantos pais vivem, no dia-a-dia, desesperos similares e sem saber encontrar uma via de saída, um modo eficaz e definitivo de aniquilar fases deste género nas suas vidas e dos seus filhos!

Porém, não depende dos pais, dos filhos e, direi mesmo, das autoridades oficiais. Quantos interesses horrendos se movem atrás do tráfico de drogas, agilizados por políticos corruptos ou personagens muito respeitáveis, mas sem escrúpulos? Mas isto são já verdades de La Palice. 

segunda-feira, julho 10, 2017

A EUROPA, A ITÁLIA E O FLUXO DE MIGRANTES


 Não se trata de centenas, mas de milhares de migrantes que, semanalmente, desembarcam nos portos italianos.
Todavia, aos portos da Grécia também aflui um apreciável número destes infelizes. Mas pior ainda, seja rumo ao Sul de Itália, a fim de se espalharem pelo Norte da Europa, seja à Grécia e com a mesma finalidade, não sabem se chegarão ao local desejado ou se sucumbirão nas viagens, quer nos percursos terrestres, quer nos marítimos.

Durante o longo percurso terrestre em direcção ao porto de embarque para a Europa, sobretudo na costa líbica, as descrições da rudeza que envolve estes migrantes são assustadoras. Desde a rapina do dinheiro que ainda possuam a brutalidades físicas e violações, de tudo são vítimas.

É confrangedor ver reportagens relativas a crianças que viajam sós e não é infrequente que o Mediterrâneo lhes sirva de sepultura.  

A afluência aos portos italianos é intensa. As naves de qualquer nacionalidade, ONG sobretudo, que sulcam o Mediterrâneo e que intervêm na salvação de migrantes abandonados em barcarolas sem a mínima segurança, recolhem-nos e, por norma, desembarcam-nos em portos italianos.

Quaisquer outros portos no mar Mediterrâneo são vetados.
França e Espanha declararam, peremptoriamente, que “não estavam dispostas a conceder a utilização dos seus portos”. 
A Itália que aguente e que se arranje; aplausos à famigerada solidariedade europeia!

Desde o primeiro de Janeiro 2017 até 30 Junho 2017, desembarcaram na Itália 83.731 pessoas. Em Junho 2017 chegaram, via marítima, 23 mil migrantes. “Os países de proveniência mais representados (dados de 31 de Maio passado) são: Nigéria, Bangladeche, Guiné, Costa de Marfim, Gâmbia, Senegal e Marrocos”.
Nesses dados de 31 de Maio, os migrantes que chegaram a Itália são, sobretudo, homens (75%) com um número não insignificante de menores não acompanhados (15% das chegadas).


Crianças não acompanhadas! Qual será o destino destes pequenos seres? O que os espera? Exploração sexual? Trabalhos brutais? Que Deus os ajude e proteja, pois não confio nas consciências humanas, perante crianças sem protecção. 

segunda-feira, julho 03, 2017

FESTA DE JÚBILO: 90 ANOS! 

Flores para a Família do aniversariante

Assisti, ontem, com verdadeira satisfação, ao aniversário de nove décadas de
uma vida serena que o caminho do tempo apenas enriqueceu.
Nesse longo caminho, como é óbvio, houve as transformações físicas naturais de uma pessoa que nasce bebé, torna-se adulta, envelhece, mas sem que o esforço de percorrer esse longo caminho tivesse alterado o aspecto de pessoa sã e escorreita, respeitando, paralelamente, toda a considerável riqueza mental e espiritual que foi acumulando.

Ver-me, como pessoa amiga, no meio de uma Família grande, muito unida, foi, repito, um prazer ilimitado.
Quero esclarecer que se trata da Família de uma minha cunhada (que estimo como autêntica irmã), viúva de um meu irmão, Alcides, o qual foi vítima de um atropelamento brutal e inexplicável há cerca de 4 anos. Mas evitemos aludir a factos pessoais. Revolve feridas.
Retornemos aos sentimentos de solidariedade e estima, reforçando  os  parabéns ao bom amigo e quase irmão, Júlio Pedro. Paralelamente, unindo um grande abraço à esposa, Milu, a quem dedico um sincero e fraterno afecto. 

É muito confortante saber que as nossas vidas são, não digo enriquecidas porque já toca a banalidade, mas completadas com as estimas e afectos sinceros das pessoas com quem convivemos de perto e em quem confiamos.