segunda-feira, janeiro 31, 2005

. Eleiçoes no Iraque

Voltando ainda ao texto precedente, houve trapalhice. Em vez de os seus inflamados discursos, deve ser: aos seus inflamados discursos.

Outra observação: quando aceno ao ridículo, falando ironicamente da solenidade própria dos casos sérios, certamente que não aludo às eleições no Iraque . O que achei ridículo, pomposo e oportunista foi a mensagem de Santana Lopes ao País. Mas este homem está de tal modo a ser zurzido por toda a imprensa que o mais piedoso é ignorá-lo.

ELEIÇÕES NO IRAQUE - estão a correr rios de tinta sobre a forma corajosa como se desenvolveram e a inesperada percentagem de votantes
O meu receio, agora, são as influências dos islamistas e as interferências do governo iraniano. Também são de temer a reacção de certos países árabes, pois a coragem dos iraquianos não lhes anuncia bons ventos. Outro receio poisa na política desastrada dos «neocons» americanos.
Este foi um primeiro passo. Resta percorrer o caminho pior: conciliar as aspirações de sunitas, xiitas, curdos, turcomanos. Esperemos que a pequena comunidade cristã não fique esmagada. Que Deus ajude aquele País!
AMM







Não há limites para o ridículo

Insisto em exprimir-me sobre a posição privilegeada do Sr. Santana Lopes nos noticiários da RTP1.
No noticiário das 20,00 horas de ontem, se algumas dúvidas havia, esvairam-se. Começaram com a habitual concessão de um cómodo espaço os seus inflamados discursos; coroaram esse privilégio, anunciando - com a ênfase que os casos sérios exigem - a solene comunicação ao País do Sr. Primeiro Ministro sobre as eleições no Iraque.
E eu a pensar que Berlusconi as tnha inventado todas! - refiro-me à maneira de como ser-se altamente ridículo e presencialista.
AMM

sábado, janeiro 29, 2005

Sistemas eleitorais

Quando leio qualquer artigo de António Barreto no Público, o meu pensamento voa imediatamente para o título de uma comédia de Carlo Goldoni: «Sior Todero Brontolon» ( O Senhor Tódero Resmungão).
Gostei de o ler no artigo do dia 16 de Janeiro, onde desenvolve o seu ponto de vista sobre uma oportuna revisão do sistema eleitoral.
Defende as candidaturas independentes e a proibição das substituições dos candidatos; mas, sobretudo, expôe detalhadamente as vantagens da criação de círculos uninominais. Reconhece que este sistema tem os seus contras, todavia existem medidas para os contornar. Em conclusão, um artigo muito completo e oportuno.
Observando a campanha de Luís Filipe Menezes pelas regiões bracarenses, o desconcerto é inevitável. Que é que o Sr. Presidente da Câmara de Gaia tem que ver com o círculo eleitoral de Braga? Possível que o PSD não tivesse encontrado um válido candidato autóctone?
Há outro aspecto, nestes costumes eleitorais, que sempre me foi antipático: a candidatura, para o Parlamento, dos Senhores Presidentes da Câmara.
Se são eleitos e querem ser deputados, abandonam os Municípios. Depois, tornam e pretendem reocupá-los. Mas que pessegada é esta?
AMM

Problemas do bloguista principiante

Escrever os primeiros textos nesta página do blogue e habituados, anteriormente, a escrever no Word, quantos tropeções!
Poder-se-ia executar a mudança do word para o blogue, mas é mais divertido andar por aqui, de tropeção em tropeção, até se encontrar um post satisfatório e enriquecido com belas ilustrações. Lá chegaremos ... se chegarmos.
Afinal de contas, o que mais me agrada é conversar com os espaços, com o infinito - viva e exagero!
AMM

Sábado, 29 Janeiro, 2005

BUTTIGLIONE E O LOBBY GAY NO PARLAMENTO EUROPEU

Desde que foi recusado como comissário na União Europeia, Buttiglione nunca perde ocasião de emitir juízos mesquinhos sobre o Parlamento Europeu.
Acusou «o pedófilo Cohn-Bendit» (sic) como causador principal da própria exclusão para comissário; ultimamente, num congresso em Florença, declarou que existem fortes lobbies gay que, a partir do Parlamento Europeu, tentam impor aos Parlamentos nacionais o matrimónio gay e políticas de privilégio para as minorias homossexuais. Não haja dúvida que a homossexualidade é uma obsessão para aquele homem! Terá problemas?
O Prof. Mário Pinto, em dois ou três artigos no Público, indignou-se com a «perseguição» que lhe moveram pelo seu catolicismo. Errado. Não foi pela sua fé católica que o recusaram. Prodi, por exemplo, é um católico praticante e foi Presidente da Comissão Europeia; nas mesmas condições Frattini, o actual comissário italiano. Falemos, sim, do seu fundamentalismo e intolerância. Aliás, tudo isto foi largamente comentado.
Se o Prof. Mário Pinto conhecesse bem a pequenez das ideias de Rocco Buttiglione e o seu ziguezaguear político, talvez não tivesse perdido tempo a dedicar-lhe tanto espaço.
AMM
-----------------------------------------------------------------------------------------------
A PROPÓSITO DE HOMOSSEXUALIDADE
Diariamente, leio com interesse o blogue «Causa Nossa». Segui a discussão que se levantou sobre o caso Louçã-Portas. Comentários tocando todos os aspectos inerentes à moralidade: superioridade moral; coerência moral; opções no plano moral, etc..
O que mais captou a minha atenção foi a insistência na palavra moral. Mas antes de acrescentar outras observações, quero referir-me à argumentação do Prof. Vital Moreira que acho perfeita, correcta e com a qual estou plenamente de acordo.
Vicente Jorge Silva, grosso modo, estriba o seu raciocínio sobre a coerência moral. Praticamente, foi este o centro da polémica: Paulo Portas, condenando o aborto e apelidando assassino quem o pratique, não é moralmente coerente, dados os rumores sobre a sua vida sexual.
Pois bem, se um homossexual vive esta sexualidade com dignidade e reservadamente, gostaria que me explicassem qual é o papel da moral nisto tudo! Também acham que é pecado? Que é anti-social?
E para rematar, não creio que Francisco Louçã, no calor da defesa das suas opiniões, tivesse a intenção de ser indelicado. Por vezes, palavras desastradas atraiçoam o pensamento. Neste assunto, foi somente infeliz e pobre na argumentação.
AMM

quinta-feira, janeiro 27, 2005

Quinta-feira, 27 Janeiro 2005

O espectáculo da Campanha Eleitoral

Evidentemente que deve haver o empenho de captar a atenção dos eleitores; é indispensável. Mas captar como?
Estou a recordar a notícia que informava sobre o grande almoço do Sr. Paulo Portas em Aveiro.
Aludindo à chegada dos participantes, um deles, ao sair da camioneta e agitando animadamente a bandeira do CDS, perguntou: “Onde está o Castelo Branco?”
Eu não sei se a estrela da Quinta das Celebridades tinha sido anunciada como convidada de honra - bem, não exageremos; digamos: convidada de estimação – pois isso não vinha na notícia.
Aliás, é difícil acreditar que o Sr. Paulo Portas, sempre tão compassado, declamatório, pomposo, jamais permitisse que um casquilho de trazer por casa, embora muito amado pelo nosso povo, lhe roubasse a cena.
O participante é que confundiu a festa!

E de almoço em almoço, diverti-me, por exemplo, a ouvir o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa a cantar uma modinha, lá por Cabeceiras.
Como propriedades canoras, deixa muito a desejar; que se contente em ser exímio na sua oratória televisiva.
Se bem que, ao divertimento juntou-se uma certa perplexidade por esta descida do Sr. Professor para a arena eleitoral! Mudaram-se as situações, mudaram-se os humores, foi?
Bom, o espectáculo continua; mas sempre com o agradável suporte das jantaradas!
AMM

“Prós e Contras”
Quero escrever sobre o programa “Prós e Contras” onde intervieram Mário Soares, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Pinto Balsemão.
No jornal “Público”, li a crítica de Pacheco Pereira: que só disseram banalidades, não fugiram dos lugares-comuns, etc., etc.
Como o Sr. Pacheco Pereira se pronuncia sempre ex cathedra, certamente que será uma grande impertinência minha dizer-lhe que - ele também - não deixa de dizer banalidades e lugares-comuns.
Os problemas correntes de qualquer país, ao fim e ao cabo não passam de lugares-comuns: tanto eles são correntes, tanto eles são comuns, tanto eles se repetem, tanto eles nos preocupam e deles devemos falar. Foi, precisamente, de muitos desses problemas que falaram.
Vi e ouvi todo o programa com muita atenção e interesse. Para já, quero salientar a proposta do Prof. Freitas do Amaral: a criação de uma cadeira de educação cívica no ensino secundário.
Comecemos já no ensino básico, Sr. Professor! E que não seja somente uma matéria obrigatória, mas com o mesmo peso das disciplinas de matemática e português. Quanta necessidade tem o nosso povinho dessa aprendizagem!
E cá está: o tal senhor que agitava a bandeira do CDS e clamava por Castelo Branco, já saberia invocar o verdadeiro herói do almoço de Aveiro.
AMM

sábado, janeiro 22, 2005

Sábado, Janeiro 22

PRIMEIRA VAGABUNDAGEM


Por que razão quis chamar este blog "Pensamentos Vagabundos"? Precisamente para vagabundear sobre os mais diversos temas.
Tudo o que acontece, o que se observa, o que se escuta, o que se lê; tudo o que mais estimula a nossa atenção e interesse, eis que os pensamentos, inevitável e obviamente, voam de um tema para outro. Entrechocam-se, encadeiam-se e surge o impulso de exprimir o que pensamos; deste impulso, nasce o prazer da conversa. Assim, ou conversamos ou escrevemos.
Como nem sempre encontramos pessoas com quem nos agrade trocar opiniões, a oportunidade de escrever num blog, a qualquer hora do dia e dialogando com o desconhecido e no infinito - passe o exagero - apresentou-se-me como uma excelente ideia. Sendo assim, comecemos a vagabundagem.
E aqui está a primeira:
Hà já alguns dias que o pensamento demora no que me parece uma desafinação dos noticiários da nossa RTP1.
O Sr. Santana Lopes não estará a usufruir de um tempo de antena excessivo nos referidos noticiários?
Não será também excessiva a insistência como transmitem as críticas - quer de Santana Lopes, quer dos seus correligionários - ao Presidente da República e repetindo-as em diferentes horários? Berlusconização da nossa TV? Só esta faltava!
Aliás, as críticas ao Presidente estão na moda. Basta que abra boca ou participe em qualquer acto público, os jornais, isto é, certos comentadores encontram sempre motiva para reparos. Não seria melhor que mudassem de tecla? Não acham que também estão a desafinar um pouco?
Outra coisa que espero não ter de ler novamente: o Presidente não apresentou razões circunstanciadas que justificassem a dissolução do Parlamento.
Se declarou que o Governo não era competente - e via-se claramente que o não era - não pensam que é uma razão mais que suficiente e necessária para essa dissolução? O que pudesse acrescentar, seria pura redundância para uma opinião pública atenta e equilibrada. Não a subestimem.
AMM
------------------------------------------------------------------------------------------------