UNIÃO EUROPEIA,
OS CAPRICHOS DE
ALGUNS ESTADOS-MEMBROS
Chamemos-lhe
“caprichos”, porque não creio sérias nem de bom senso algumas decisões de
certos países-membros, quando omitem ou fingem esquecer-se que fazem parte de
uma união na qual a democracia é norma primária.
Esses Estados aderiram
voluntariamente, logo, respeitem e revigorem estas normas, pois é um dever, uma
obrigação viver dentro de uma democracia real e seriamente estabelecida. Infelizmente,
verificam-se alternâncias que não caminham dentro da estrada justa e o destino
a que conduzem opõe-se a essa finalidade, isto é, à democracia, tout court.
Quando um dos pilares
da democracia, o poder judiciário, é alvo de reformas improvisadas e fora de
qualquer contexto que as justificasse, quais os fins políticos destas
iniciativas?
Lêem-se notícias e
artigos de opinião sobre o que vai sucedendo na Polónia, país que aderiu à
União Europeia em Maio de 2004. São informações que deixam perplexidades, não
somente quanto à intangibilidade dos três pilares dos regimes democráticos,
quanto à falta de uma voz de advertência, peremptória, provinda da União.
Esta emite
advertências, mas tão débeis e inconsistentes que, quer a Hungria – outro país
que abafou as regras democráticas – quer a Polónia continuam impertérritas nos
seus desígnios antidemocratas.
Consideremos estes
países centro-europeus, vítimas do domínio soviético por longos anos; e quando
se escreve domínio entende-se a falta absoluta de liberdade que conduz a uma submissão
anulante e vexatória.
Qual é a natureza,
portanto, do impulso do actual Governo polaco a pôr em risco a autonomia do
poder judicial? Penso que a explicação será difícil.
A sociedade civil não
a compreendeu e em todas as cidades polacas foi para a rua protestar energicamente.
O Presidente, Andrzej
Duda, decidiu pôr o veto às leis sobre o Supremo Tribunal de Justiça, as quais seriam
um grave risco para a autonomia do poder judicial.
Conclusão: bom senso
do Presidente da Polónia e da população, onde avultaram os jovens.
Um péssimo exemplo da
classe política que traiu quem lhe deu a maioria e nada aprendeu com o passado.
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