terça-feira, janeiro 28, 2014

PASSOU A TORMENTA; 
RESTA E RESTARÁ O TORMENTO

Primeiro falemos da tormenta, embora já a ela tivesse aqui acenado em 09/12/2013.

Estrada Famalicão/Guimarães, quinta-feira, cinco de Dezembro 2013, ocorreu o gravíssimo atropelamento de uma pessoa que, tranquilamente, atravessava a estrada numa passadeira existente e bem visível, mas inobservada por um motorista irresponsável e, digamo-lo, criminoso.

Socorro imediato e transporte para o hospital de Braga.
Um pormenor anómalo (ou não?): alguém que se fingiu socorrista colheu a oportunidade para surripiar a carteira do atropelado. Apareceram todos os objectos pessoais, como óculos e chaves, mas a carteira, dado o embate violento, voou para distâncias atingíveis somente por larápios.

Decorreram semanas. O sinistrado, que sofrera lesões múltiplas e grave traumatismo craniano, após o coma induzido, permaneceu num estado de inconsciência.
Como uma desgraça nunca vem só, no hospital foi atacado por uma bactéria no pulmão: calamidade muito comum nos hospitais e aceitada como algo natural. Mas não, não é natural, não deve ser aceite e é incompreensível por que não se procura eliminar ou reduzir ao mínimo esta praga.
Obviamente, o paciente foi posto em isolamento.

Alguns dias depois, a direcção, ou quem por ela, decidiu enviá-lo para uma unidade perto da família, isto é, para o hospital de Vila Nova de Famalicão.
Chegado a esta cidade e sem que a família fosse informada, como esta unidade de saúde não tinha lugar de isolamento disponível, reenviaram-no para o hospital de Santo Tirso.
A pergunta é legítima: a intenção era de o aproximar da família ou, muito simplesmente, de o despachar?
  
Se a forma como tudo isto se processa, como toda esta insensibilidade para com a angústia dos familiares - esposa, filhos, netos, irmãos - é considerada um facto normal, então dêmos vivas à desumanização dos seres atingidos pela tormenta, por um ciclone que varre uma vida e, paralelamente, varre a serenidade, a alegria e o sossego de quem assiste impotente. Conclui-se, portanto, que não é pesada nem considerada a humanização destes sentimentos.

Sempre inerte, inconsciente e, por último, complicações respiratórias. Entretanto, no afã de alimentar e segurar com firmeza a esperança, vivia-se no anseio de saber se o trauma craniano provocara graves consequências.
A esperança estilhaçou-se. Na quinta-feira passada, dia 23 de Janeiro, “deu a alma a quem lha tinha dado”.
E na tormenta, também se ficou com a dúvida angustiosa se o tormento, o sofrimento foi advertido pelo corpo que albergava aquela alma restituída ao Criador. Mas confia-se na misericórdia de Deus; é o único recurso.

Foram quarenta e nove dias de tormento sem tréguas. Após o dia 23, o tormento persiste, mas já sem angústia. Esta deu lugar a uma imensa saudade e a uma dor infinda.
Dizem que o tempo é um excelente médico. Por experiência própria, sei que é um médico muito, mas muito moroso a chegar!

Para finalizar, falemos de um acto incrível. O excelentíssimo médico que passou a certidão de óbito declarou que o atropelado, o sinistrado, a vítima da irresponsabilidade de outrem, isto é, um queridíssimo irmão, falecera por causas naturais. 

Não faço comentários; o acto, em si, é já gritante. Será a justiça a pronunciar-se - ou qualquer outra autoridade - a fim de que este infame agravo aos familiares desapareça do historial médico.  

segunda-feira, janeiro 20, 2014

CONSERVAR AS OBRAS DE JOAN MIRÓ?!
E QUEM SERÁ ESTE MIRÓ?

Do caudal das declarações e justificações sobre a venda em leilão das 85 obras de Joan Miró, provenientes do BPN, citemos duas.
O Sr. Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, explicou que “a aquisição da colecção de Joan Miró não é considerada uma prioridade no actual contexto de organização das colecções de Estado”.
A deputada do PSD, Isilda Aguincha, defende que “estas obras não são do Estado, vieram parar às mãos do Estado”.

O Banco Português de Negócios (BPN) foi nacionalizado em 2008, consequentemente, as 85 obras de arte de Miró ficaram a pertencer ao Estado. Que entende dizer o Secretário de Estado da Cultura, quando usa o termo “aquisição”? A quem deveriam adquirir estas preciosidades, se são propriedade nacional? Trata-se de um lapso da língua ou algo a que se foge dar explicações?
Como Secretário de Estado da Cultura, esperar-se-ia que usasse outros argumentos mais consentâneos com a missão para a qual foi nomeado.

A entrega deste considerável património cultural a uma casa de hastas pelo governo do nosso país, não só provoca estupefacção, mas também uma profunda irritação pela aridez cultural de quem defende essa alienação.

Relativamente ao comentário da deputada Isilda Aguincha, aqui entra-se no ridículo. Que me perdoe a gentil deputada, mas a estreiteza de raciocínio também deu o seu jeitinho. E se tivesse acrescentado “mas quem é este pintor Miró?”, não me surpreenderia.
 “As obras não são do Estado, vieram parar às mãos do Estado”.
Surripiou-as? Ocultou-as ilegalmente? Como interpretar esta asserção?

Mas que tipo de linguagem usa esta gentinha que se senta no Parlamento?
Esquecia-me de um facto importante: não fomos nós quem os elegeu; foram nomeados pelos respectivos partidos aos quais, em boa-fé, demos os nossos votos. Resignemo-nos.

Muito naturalmente, aludem ao Estado como se fosse um sector privado dos actuais ocupantes. Sim, porque dado o modo arrogante como se comportam, não servem o Estado, ocupam-no.
O Estado, porém, somos todos nós. Logo, deveríamos ter sido amplamente informados sobre a nacionalização das 85 obras de Miró, além de outras obras de arte - ex-propriedade do BPN e hoje do Estado - que jaziam ocultas nos cofres da Caixa Geral de Depósitos, desde 2008. Cerca de cinco anos sem que a maior parte dos cidadãos portugueses tivesse conhecimento de um facto tão importante para o nosso património artístico.

A pergunta tornou-se comum a muitas pessoas: por que motivo essas maravilhas da arte moderna e contemporânea ficaram escondidas e nunca foram expostas? Qual a razão por que não se procurou obter frutos dessas exposições, quando seria facilmente previsível que haveria grande interesse, curiosidade e muitos visitantes, dado o grande vulto do autor? Que se esconde por detrás de tudo isto?

Põe-se agora em leilão na famosa Christie’s de Londres, esperando obter cerca de 35 milhões de euros.
Considero esta inesperada decisão um acto miserável: sob o ponto de vista de uma grande perda cultural para o nosso país; sob o ponto de vista nacional, porque não sabemos apelar ao bom senso e à generosidade dos nossos concidadãos; sob o ponto de vista monetário, porque 35 milhões de euros são bem pouca coisa, face a um património cultural que, com o tempo, daria compensações muito, mas muito mais consistentes.

O argumento que esta venda é necessária para aliviar os encargos da nacionalização do BPN e os contribuintes é fragilíssimo e descarado. Em todos estes anos, como muito bem especificou o galerista Carlos Cabral Nunes que lançou uma petição on line: “estas obras nunca foram expostas, quando os contribuintes foram chamados a pagar a sua manutenção, a sua guarda e os seus custos de seguro(o sublinhado é meu).

Não seria também uma boa ideia pôr em leilão os Painéis de S. Vicente de Fora? Não façam cerimónias!... O Museu Nacional de Arte Antiga tem por lá coisas apetitosas, visto que, para estes senhores, as obras de arte não passam de coisas que dão dinheiro.

Confesso o meu desencanto e até desgosto face à passividade das nossas elites académicas e intelectuais.
Onde vivem? De que se ocupam, fora das suas normais actividades? Perante um desaforo desta natureza, só os move o próprio interesse profissional e nada os incomoda sobre o que se passa no país onde nasceram? Não pensam que toda esta indiferença só os amesquinha?

Evocar a austeridade, o equilíbrio dos orçamentos, enfrentar a crise económica e financeira que nos avassala, impor sacrifícios, enfim, depois de estas e outras considerações similares, queremos saber dos ilustres representantes do CDS e PSD o seguinte: quanto custará, ao Estado, o oportuníssimo, imprescindibilíssimo referendo que estes senhores aprovaram sobre a co-adopção e adopção por casais do mesmo sexo? Quanto custará? Caso esta perfeita idiotice seja ratificada, não será, por acaso, financiada com a colecção Miró?

segunda-feira, janeiro 13, 2014

TAMBÉM ISTO É PORTUGAL

O Dr. Pedro Aguiar Branco é insuperável nas suas teses argumentativas, quando explica ou defende os sues actos ou decisões como ministro do XIX Governo Constitucional do país.
Nunca vi tanta incongruência e tanta superficialidade num ilustre advogado, “árbitro em centros de mediação”, ex-presidente de assembleias-gerais de renomadas sociedades – Portucel, Impresa, etc. – e, hoje, ministro da Defesa.
A propósito, considerando o seu cargo de ministro da nação, não haverá por aqui um qualquer resquício que nos aproxime daquilo a que se costuma chamar conflito de interesses? Mas continuemos.

Por muito que me esforce por compreender o desgraçado caso dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo; por muito que procure avaliar, com imparcialidade, toda a acção do Governo e a inevitabilidade das suas decisões, as perplexidades mantêm-se; a incompreensão cresce.

Houve uma real transparência e uma imprescindível correcção no contrato da desmedida subconcessão dos terrenos, infra-estruturas e equipamentos dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo?
Esta considerável subconcessão – a preço módico, porque “também é uma opção ideológica”, diz o ministro! - era efectivamente inevitável? Além da “opção ideológica”, onde encontrar motivos concretos e respectivos esclarecimentos que nos elucidem e tranquilizem? Existem mesmo motivos claros e inequívocos, e insisto no termo inequívocos?

Palavras do Sr. Ministro Aguiar Branco: “O Estado não tem de saber construir navios. Tal como não tem de produzir cervejas e, por isso, privatizou a UNICER na década de 80. Não tem de saber prestar serviços de telecomunicações e, por isso, privatizou Portugal Telecom nos anos 90. Não tem de saber reparar aviões e, por isso, privatizou as OGMA em 2004”.

Belíssima, inefável argumentação, Senhor Ministro! Tomámos conhecimento, portanto, que as privatizações são uma natural consequência da ignorância do Governo em construir navios, produzir cervejas, nada saber de telecomunicações, reparar aviões, etc.

Por acaso, saberá ao menos escolher os seus membros e, mercê de uma óptima escolha, saberá administrar com escrúpulos e firmeza a coisa pública? Na “coisa pública” – república – também coabitam empresas que são de interesse nacional. Ninguém disse ao ministro Aguiar Branco que o Governo também tem a função de saber escolher ou vigiar as competências de hábeis administradores dessas empresas?

Pergunta ingénua, não é verdade? Nem sempre, entre afilhados, compadres, confrades e quejandos, se pode encontrar o competente, o consciencioso, o desinteressado que pensa, acima de tudo, naquela tal “coisa pública”; o interesse privado sobrepõe-se, insinua-se.

Mediante a exposição e desenvolvimento dos factos nos vários órgãos de informação, as perplexidades surgem, além do enfado por comportamentos inexplicáveis. Vejamos algumas dessas perplexidades e comportamentos.

Segundo o Senhor Ministro da Defesa, a famigerada subconcessão à Martifer evitou a restituição de 180 milhões de euros por apoios estatais considerados irregulares pela Comissão Europeia. Como explica que a Comissão Europeia nada sabia do assunto e nada tinha decidido?
Mentira, confusão, superficialidade, esperteza saloia ou que outros motivos o induziram a formular tal asserção?

Como se justifica o cancelamento, pelo Ministro Aguiar Branco, das encomendas aos ENVC de oito patrulhas oceânicas e de oito lanchas de fiscalização costeira, embora o apresente como medidas de austeridade?
Se é assim, onde foram desencantar 31 milhões de euros para rescindir os contratos dos trabalhadores – aliviando encargos à Martifer, obviamente - quando nunca encontraram cerca de 3 milhões para dar início à construção de navios encomendados?

Por que razão o Sr. Ministro da Defesa ainda não encontrou tempo para receber o autarca, José Maria Costa, presidente da Câmara de Viana do Castelo, quando este solicita um encontro desde Abril 2013?
O Dr. Aguiar Branco como entende as suas responsabilidades de membro do Governo? Resume-se no “eu quero, posso e mando” ou tudo isto que observamos é fruto de empáfia que depois se traduz numa arrogante incompetência ministerial?

Admiro o presidente da Câmara de Viana do Castelo e a luta em que se empenhou para defender os estaleiros, logo, os interesses do município que administra, paralelamente à defesa da preservação e desenvolvimento industrial do Alto Minho. Merece respeito, Sr. Ministro da Defesa.

Tal respeito, porém, não está ao alcance da elegância de modos do Dr. Aguiar Branco. Disso é testemunho o seu comentário pouco feliz – direi grosseiro – quando se referiu à retirada do presidente da Câmara de Viana, durante a cerimónia da assinatura da subconcessão: “Um gesto de natureza mediática, um facto menor”.

Um facto menor e altamente deplorável é termos de verificar e suportar as incongruências e deselegâncias de um ministro da Defesa do Governo português. E eu pergunto: o Sr. Ministro exerce o cargo para encalçar o bem comum e ampliá-lo ou pelo simples interesse e ambição de ocupar uma alto cargo institucional?

segunda-feira, janeiro 06, 2014

MAS, ENTRE OS GRANDES, “ERA OUTRA COISA”

Tinha a intenção, hoje, de escrever sobre assuntos bem diversos. O caso nacional, obviamente, não poderia deixar de envolver-me.
Entre o muito que se escreveu, dentro e fora do nosso País, achei verdadeiramente interessante um artigo de Angelo Carotenuto, publicado, ontem, no jornal La Repubblica. Brilha por uma certa originalidade. Transcrevo-o. E vale a pena ser lido.

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“Quando Eusébio era melhor que Pelé”
“Houve um dia no qual Eusébio era melhor que Pelé. O número um, o melhor futebolista do mundo. Anos Sessenta. Os jornais interrogavam-se quem fosse o maior entre o português e o brasileiro; exactamente como hoje nos perguntamos: Messi ou Ronaldo, Ronaldo ou Messi? Um velho dilema de meio século do qual se perdeu a memória, mas os arquivos são óptimos para este efeito.”

“Fabrizio Falconi, jornalista e escritor romano, recordou-se disso, quando, em 2002, escreveu o seu romance “Céus como Este” (Fazi Editor). A grandeza de Eusébio é reconstruída num diálogo que se desenrola perante um galhardete vermelho do Benfica, dependurado no espelho retrovisor de um automóvel.”

“- Porquê este galhardete?
- É de Lisboa, o Benfica.
- Lisboa. Estiveste lá?
- Sim, uma única vez, infelizmente.
- E enamoraste-te?
- Certamente. Estive, aquando dos trabalhos que fizeram para a Expo 1998.     Obras em toda a parte, estradas em mau estado, caos…
- Todavia…
- Todavia… Que cidade! E depois é a cidade do Benfica. A arte do futebol.
- Eu não percebo nada de futebol.
- Não conheces Eusébio?
- Eusébio quem?
- O maior jogador do mundo.
- Não sei nada disso. Mas não era Pelé?
- Pelé? Não. Eusébio era outra coisa.”

Era outra coisa.
Uma superioridade que na Itália estavam seguramente dispostos a subscrever em Nápoles, onde hoje existe uma barreira de frieza para com Pelé, devida à rivalidade com Maradona. No entanto, Maradona nada tem que ver com isto. A ataraxia futebolística em relação ao brasileiro é antiga. Nasceu antes de 1984, data da fundação da religião do «Maradona é melhor que Pelé». Nos anos 60, Nápoles é estranha ao culto global de «O Rei». Melhor o Eusébio.”

“Em 25 de Novembro de 1966, apareceu no cinema “Operação São Januário” (San Gennaro, padroeiro de Nápoles), filme de Dino Risi, ambientado e filmado em Nápoles.
Eis o enredo para quem o não conhece:
Uma improvável quadrilha, chefiada por Nino Manfredi (o intérprete), tenta roubar o tesouro do Santo para uma organização internacional. Numa das cenas principais, o bando de larápios entra na Catedral e pede ao Santo a permissão de subtrair-lhe as suas riquezas, avaliadas à volta de 30 mil milhões de liras daquela época. Actualmente, o valor do tesouro é inestimável (aliás, nestes dias está exposto em Roma).
Para arrancar-lhe a autorização, prometem a São Gennaro que com aquele dinheiro também haveria benefícios para a cidade. O quê? Bem, além de outras coisas, comprar-se-ia uma estrela do futebol para O Nápoles. «Deste modo, ganharemos a Taça dos Campeões».
Mas, a estrela citada no filme não é Pelé. A estrela é precisamente Eusébio, português nascido em Moçambique, do Benfica Lisboa, uma das grandes equipas da época.”

“Contudo, em Novembro de 1966, Pelé tinha já ganho dois campeonatos mundiais com o Brasil e duas taças intercontinentais com o seu clube, o Santos: os mundiais são de 1958 e 1962; as taças, de 62 e 63.”

Incrível dizê-lo hoje. O dualismo existia. Eusébio tem potência, tem velocidade, tem dribbling, é um fenomenal marcador de penalidades.
A TV já levou as imagens dos dois supercampeões às casas dos italianos. Na verdade, foram mais frequentes as imagens de Eusébio, pois que o Benfica joga na Taça dos campeões contra a Inter, Milan, Juventus. Pelé, pelo contrário, na televisão vê-se uma vez cada quatro anos, tendo preferido nunca mostrar-se na Europa.

Um mês antes que o filme de Dino Risi chegue às salas de cinema, no dia 26 de Outubro de 1966, o quotidiano La Stampa edita um artigo que anuncia a publicação da autobiografia do português. Pensemos nisto um momento. A autobiografia de um jogador de futebol.
Outra circunstância hoje frequente, mas, aqui, estamos em 1966 e falamos da autobiografia de um jogador não italiano. Intitula-se: “O Meu Nome é Eusébio”.
É um outro testemunho da sua enorme popularidade.”

“Na entrevista, Eusébio diz: «Desejaria um bom contrato no estrangeiro, em Espanha ou na Itália, para jogar no Milan, no Nápoles, no Atlético de Madrid, todas equipas que já me fizeram propostas concretas».

“Recordemos que, em Julho de 1966, jogou-se na Inglaterra o terceiro campeonato mundial de futebol, transmitido pela TV italiana. Seguramente, mais visto do que os de 1958 e 1962 (ganhos por Pelé): a difusão dos televisores cresceu, estamos em pleno boom económico. 
No Mundial de 1966 joga-se Portugal – Brasil. Ganha Portugal por 3-1”.

“Eusébio marca dois golos; Pelé, nenhum. O Brasil é eliminado; Portugal ficará em terceiro lugar. 
Quando Eusébio era melhor que Pelé. O número um. Nada de estranho.
Adeus, Pantera Negra e pérola de Moçambique.”

Angelo Carotenuto, La Repubblica – 05 / 02 / 2014