terça-feira, maio 08, 2018


USO E ABUSO DOS REFERENDOS

 Certamente que o recurso a um referendo significa uma excelente demonstração de prática democrática. Mas quando se aplica a qualificação de “excelente” a este acto democrático, implicitamente devem ser abrangidas todas as normas que garantam o conhecimento das matérias sobre as quais votaremos e o objectivo claro, concreto, legal e útil pelo qual exprimiremos as nossas preferências.
Pois bem, estes dados serão sempre eficazmente aprofundados e, sobretudo, bem esclarecidos ao público?
Patenteiam-se, com cuidadosa objectividade, as finalidades pelas quais foi necessária a oportunidade de recorrer às urnas?
Foi bem esclarecida, por gente responsável, a diferença entre aquilo que é uma obtenção de vantagens sociais em vez de pura manobra partidária?
Moral da história: como é fácil, com retórica patrioteira e informações mais teóricas que objectivas, enganar os cidadãos!

O que se passa, actualmente, na Grã-Bretanha, é um excelente retrato de referendos mal esclarecidos. Assim o entendo e, por muito que leia sobre o assunto, mantenho esta opinião.
Tratou-se de má informação ou informação estorpiada pelas elites partidárias? Clássico sentimento de superioridade anglo-saxónica, quer nos mercados internacionais, quer nas relações com o exterior? Que venha o diabo e escolha.

É constrangedor ver as manobras dos actuais dirigentes ingleses no que concerne o Brexit e na aquisição de vantagens nas futuras relações com a União Europeia.
Só agora é que se aperceberam que administram um país europeu exactamente nas mesmas condições nas quais se movem os demais países democráticos deste nosso Continente?

Apesar de tudo, gostaria de ver a Grã-Bretanha, novamente, como membro efectivo e permanente da União. 

quinta-feira, fevereiro 08, 2018


O ESTUPRO NÃO É UMA AGRESSÃO SEXUAL?!

Para ser classificado como crime de agressão sexual, a vítima deveria ter reagido, opondo uma feroz resistência á violência de cinco energúmenos. Não o fez? Pois muito bem, não se trata de violação; é, muito simplesmente, um “abuso sexual”.

Se não tens a força física ou mesmo um instrumento de defesa, tu, mulher só e indefesa, não te lamentes se cinco humanos animalescos te violentaram. Em fim de contas, “estavas a pedi-las”… não é assim que muita gente raciocina? Infelizmente, ainda há, e em quantidade apreciável, quem cultive esse pensamento.

É incrível a argumentação dos juízes espanhóis, no tribunal de Pamplona, quando emitem um juízo de condenação, relativamente à violência de cinco brutamontes sobre uma jovem de 18 anos!
Se ao texto da sentença tivessem acrescentado: ”Se isso te aconteceu, no futuro procura ser mais cuidadosa”, nada me surpreenderia. Estaria tudo em perfeita sintonia com o atraso moral e humano destes machos que ainda raciocinam como os de há alguns séculos atrás. Porém, é absolutamente imperdoável, quando se trata de magistrados. Mas pior ainda, emitindo sentenças em que a vítima é uma jovem daquela idade.

Resumindo: nas violências sexuais, a mulher, quer seja adolescente ou adulta, tem sempre a sua dose de culpa: é provocadora, prestou-se aos avanços dos atrevidos; seja mais recatada. Só lhes falta, obrigatoriamente, terem de pôr o véu ou esconderem-se debaixo de vestuário conventual. E mesmo assim!...

Que sejam provocadoras ou não, isso está no bom gosto e equilíbrio moral e intelectual de cada uma. Por sua vez, o sexo oposto não goza de uma liberdade descontrolada que lhes permita brutalidades sobre quem quer que seja do sexo feminino.
Os tarados sexuais devem ser observados e classificados por aquilo que são, pois entendo que não há qualquer género de justificação que possa atenuar a gravidade de actos de violência, seja qual fora sua natureza; mais degradante, todavia, quando fere, indelevelmente, a dignidade da vítima.

Perante o exemplo de Pamplona, é chegada a altura de exigir mentalidades correctas, actualizadas e, acima de qualquer outra consideração, juízes com mentalidades absolutamente limpas de preconceitos ou conceitos intelectual e socialmente preestabelecidos. 

terça-feira, janeiro 30, 2018

TESTE SOBRE GÁS DE ESCAPE DOS AUTOMÓVEIS:
TAMBÉM HOUVE COBAIAS HUMANAS

Traduzo:
“Nova reviravolta sobre os testes “tortura dos gases de escape sobre símios” pelos colossos alemães: segundo Sueddeutsche Zeitung e Sttugarter Zeitung, estas emissões não foram apenas provadas sobre animais, mas também sobre cávias humanas.
Os dois colossos da informação revelaram novos pormenores sobre testes conduzidos pelo Grupo Vw, Daimler e BMW: “Foram usados voluntários para provas de respiração”. Ou seja: quatro horas de exposição a um ar inquinado por gás de escape.

A hipótese, segundo o dossiê do “New York Times” (que tinha aberto o caso), era já conhecida: os cientistas do laboratório da «Lovelace Respiratory Research Institute», no Novo México, além de terem usado dez macacos javaneses, teriam falado com engenheiros alemães sobre a eventualidade de fazer testes com cobaias humanas, obviamente voluntárias.
As empresas automobilísticas disseram não e interveio mesmo o director geral da Fundação Alemã para o Ambiente, Michael Spalleck, para reprovar esta ideia louca. Até hoje, parece que estes testes sobre cobaias humanas nunca tivessem sido executados. Pelo contrário…

Agora parece uma loucura fazer testes similares, mas antes não era assim: antes do famoso alarme de 2012, quando, segundo uma investigação da organização Mundial da Saúde, o gás de escape dos automóveis foram classificados como cancerígenos, não se tinha certeza de “quanto pudessem ser venenosas as emissões dos carros”.

Os colossos do automóvel quiseram ver claro e iniciaram testes específicos até chegar aos famosos testes do laboratório de Albuquerque, no Novo México. E, segundo Sueddeutsche Zeitung e Stuttgarter Zeitungs, também de outros tipos de provas mais perigosas.

Daimler, por sua vez, - entretanto abriu uma indústria interna – distancia-se de este novo caso: “Não tivemos nenhuma influência sobre experiências. Tomámos expressamente as distâncias das investigações da EUGT – afirma Daimler, citando a sociedade de investigação que promoveu os testes (do qual o colosso fazia parte, todavia com VW e BMW) – Estamos chocados pelo tipo de exames conduzidos. E condenamos asperamente estes testes.

Clara também a tomada de posição de BMW Group: Não conduzimos estudos sobre animais e não tomámos parte nestas experiências. Por este motivo, não estamos em grau de dar informações sobre o tema em questão ou comentá-lo”

E Volkswagen, depois das revelações do New York Times, imediatamente declarou “tomar, claramente as distâncias de todas estas formas de maltratamento dos animais”  -  de Vincenzo Borgomeo - La Repubblica, 29 / 01 /2018.

segunda-feira, janeiro 22, 2018

CORRECÇÃO OBRIGATÓRIA

No texto “História de Dana”, involuntariamente, omiti o autor do texto e título do jornal onde o li e traduzi. Corrijo, como é meu dever.

Eis, portanto, o que faltou escrever:
JORNAL:  LA STAMPA - 01 / 12 / 2018;
AUTOR: Alessandro Previati


segunda-feira, janeiro 08, 2018

PROBLEMAS NO COMPUTADOR


Como fase inicial do novo ano, não restam dúvidas que problemas deste género – ou quaisquer outros entraves - dispensar-se-iam. Espero que fiquem resolvidos no mais curto espaço de tempo. Entretanto, um bom, sereno e tranquilo 2018.

domingo, dezembro 24, 2017

HOJE, UMA FÁBULA É OPORTUNA

Resultado de imagem para LA FAVOLA DI NATALE DI ALAN

Natal 2017: contemos a história do burrinho com o nome Alan.

“A história do asno Alan é a verdadeira fábula de Natal deste ano: de animal abandonado na valeta de uma estrada, Alan tornou-se na estrela no centro de Redcliffe Sanctuary de Alford no Lincolnshire; estrela do calendário natalício e também de um livro intitulado «Aslan, o asno do Natal”.

“Aslan não é um asno como os outros, é especial” – diz a senhora que o salvou de uma morte certa. O equino, efectivamente, tinha sido abandonado, ao frio e atado a uma estaca, num aparcamento. As pessoas que por ali passavam deram o alerta, após tê-lo visto tremente e prostrado no chão. Provavelmente fora deixado por viajantes sem coração, mas agora Alan tem quem o ama.

O burrinho tornou-se muito diferente de como era há uma ano e, agora, vive numa enorme quinta, junto de outros 49 asnos que foram salvos como ele, entre híbridos de asno e zebra, dois gatos e muitos gansos.
De qualquer maneira, aquele asno está a restituir a Tracy e ao seu marido o favor recebido: o casal que administra aquele centro de há 25 anos, atravessa um período económico bastante difícil. As despesas são cada vez maiores e, frequentemente, quem se ocupa de animais tem necessidade de receber doações, a fim de continuar.
“Um dos nossos voluntários teve uma ideia fantasiosa: transformar Alan numa personagem de Natal, ornamentado com os cornos graciosos de uma rena para acompanhar o Pai Natal em busca de fundos” – explica Tracy.
“Inicialmente, era céptica; temia que pudesse ser excessivamente cansativo e stressante, mas Alan tinha um comportamento tão divertido e descarado que não pude deixar de dizer sim.”
Assim fazendo, recomeçaram a chegar doações mesmo nesta parte do ano. Muitas pessoas locais que conhecem a sua história e são-lhe afeiçoadas, quiseram dar uma mão à estrutura dos asnos.

E visto que Alan parece que, verdadeiramente, se diverte, os operadores da estrutura, de vez em quando, põem-lhe um chapéu natalício e visco entre as orelhas para ir ao encontro de crianças nas escolas: é verdadeiramente um asno especial! – de Giulia Merlo - jornal “La Stampa”, 18/12/ 2017


segunda-feira, dezembro 04, 2017

“CONDIÇÕES DE TRABALHO DESUMANAS”

Eis a denúncia das condições de trabalho numa fábrica chinesa de brinquedos. As civilizações no mundo avançam, impreterivelmente em certos aspectos, para melhor. O ser humano adquiriu o direito incontestável á própria dignidade e ao respeito a ela devido. Porém, e infelizmente, nem em todas as partes deste nosso mundo se verifica tal realidade.

Vejamos o que a tal respeito escreve Franco Zantonelli no jornal La Repubblica em 03 de Dezembro, 2017:

“Não comprem aqueles brinquedos!” A poucas semanas do Natal, uma ONG suíça (Solidar Suisse), adverte os pais para que não ofereçam aos filhos as Barbies de Mattel, os G.I Joe de Hasbro e os brinquedos de Disney fabricados na China, em virtude das condições de trabalho, no limite do esclavagismo, nas quais seriam constrangidos a trabalhar os operários encarregados de fabricar aqueles produtos.

“Não posso deixar a cadeia de montagem parada por mais de três minutos, a fim de ir à casa de banho” – o testemunho de um trabalhador recolhido ONG helvética, em colaboração com os colegas chineses de China Labor Watch.

O que as nossas crianças encontram na Árvore de Natal, muito frequentemente tem, dentro de si, a miséria e a exploração: denúncia de Solidar Suisse.
Situações intoleráveis que se traduzem em semanas laborativas de 100 horas, retribuídas com salários insuficientes para uma vida vivida com dignidade. Além disso, quem está empenhado neste tour de force, durante 6 dias por semana, é constrangido a dormir em espaços estreitos, na maior parte das vezes uns em cima dos outros, postos à disposição pela fábrica para quem trabalha.

Se não bastasse a fadiga e o stress, a piorar as condições de vida destes infelizes pensam as substâncias químicas utilizadas durante os diversos momentos da produção. “Os nossos olhos estão muitas vezes irritados”, confessa um encarregado da cadeia de montagem.
Isto, na Suíça, mas o discurso estende-se a outros países: dois brinquedos em três são produzidos naquele inferno.

O problema – explica a La Repubblica Lionel Frei, porta-voz da ONG suíça – é que aqueles brinquedos não têm uma etiqueta que garanta métodos de fabricação aceitáveis. Por consequência, quem os adquire, embora com as melhores intenções, corre o risco de se tornar cúmplice de um sistema produtivo no limite da escravidão.

Melhor então, segundo Solidar Suisse, abandonar os produtos das multinacionais que se servem na China e adquirir brinquedos de madeira, talvez usados, na feira da ladra. Além disso – diz ainda Frei – em vez de oferecer brinquedos, poder-se-ia estimular as crianças para uma actividade alternativa, tal como a bricolagem, o desenho e, porque não, a passeios salutares na natureza.”   
Franco Zantonelli; La Repubblica, 03 / 12 / 2017