quinta-feira, fevereiro 08, 2018


O ESTUPRO NÃO É UMA AGRESSÃO SEXUAL?!

Para ser classificado como crime de agressão sexual, a vítima deveria ter reagido, opondo uma feroz resistência á violência de cinco energúmenos. Não o fez? Pois muito bem, não se trata de violação; é, muito simplesmente, um “abuso sexual”.

Se não tens a força física ou mesmo um instrumento de defesa, tu, mulher só e indefesa, não te lamentes se cinco humanos animalescos te violentaram. Em fim de contas, “estavas a pedi-las”… não é assim que muita gente raciocina? Infelizmente, ainda há, e em quantidade apreciável, quem cultive esse pensamento.

É incrível a argumentação dos juízes espanhóis, no tribunal de Pamplona, quando emitem um juízo de condenação, relativamente à violência de cinco brutamontes sobre uma jovem de 18 anos!
Se ao texto da sentença tivessem acrescentado: ”Se isso te aconteceu, no futuro procura ser mais cuidadosa”, nada me surpreenderia. Estaria tudo em perfeita sintonia com o atraso moral e humano destes machos que ainda raciocinam como os de há alguns séculos atrás. Porém, é absolutamente imperdoável, quando se trata de magistrados. Mas pior ainda, emitindo sentenças em que a vítima é uma jovem daquela idade.

Resumindo: nas violências sexuais, a mulher, quer seja adolescente ou adulta, tem sempre a sua dose de culpa: é provocadora, prestou-se aos avanços dos atrevidos; seja mais recatada. Só lhes falta, obrigatoriamente, terem de pôr o véu ou esconderem-se debaixo de vestuário conventual. E mesmo assim!...

Que sejam provocadoras ou não, isso está no bom gosto e equilíbrio moral e intelectual de cada uma. Por sua vez, o sexo oposto não goza de uma liberdade descontrolada que lhes permita brutalidades sobre quem quer que seja do sexo feminino.
Os tarados sexuais devem ser observados e classificados por aquilo que são, pois entendo que não há qualquer género de justificação que possa atenuar a gravidade de actos de violência, seja qual fora sua natureza; mais degradante, todavia, quando fere, indelevelmente, a dignidade da vítima.

Perante o exemplo de Pamplona, é chegada a altura de exigir mentalidades correctas, actualizadas e, acima de qualquer outra consideração, juízes com mentalidades absolutamente limpas de preconceitos ou conceitos intelectual e socialmente preestabelecidos.