DIA DOS DIREITOS DA INFÂNCIA
No dia 20 de
Novembro, celebra-se, em todo o mundo, o “Dia
dos direitos da infância e da adolescência”.
Referindo-me à situação
actual da Itália, descrita num artigo de Paolo G. Brera, no jornal La Stampa –
20/11/2017, creio que apresente um panorama que não deve diferir muito do que
se passa no nosso País. Mas oxalá esteja enganada.
É uma leitura interessante,
embora infunda um sentimento de tristeza.
Traduzo:
"Um Milhão e 400 mil crianças italianas em absoluta pobreza"
“O mundo celebra hoje
o Dia dos direitos da infância, mas na Itália é uma data difícil a festejar.
»Os nossos últimos dados – diz Raffaela Milano de Save the children – mostram uma situação de miséria no que concerne
a pobreza dos menores. Temos 1,4 milhões de crianças e adolescentes que vivem
abaixo do limiar da pobreza absoluta, e este número assustador cresceu 14% apenas
num ano.
Porém, não se trata
apenas de más notícias: «Felizmente, a intervenção pública - explica ainda
Rafaela Milano – pôs em acção providências como o rendimento de inclusão e o
fundo de contraste à pobreza educativa, as quais se focalizam, precisamente,
nas famílias com menores». Porque o problema é que a pobreza económica “significa
menores que abandonam os estudos, em jovens que não lêem livros e
não têm acesso à cultura. Deste modo, acaba-se por prejudicar o inteiro
desenvolvimento do país em termos de capital humano”.
Mas os números
enormes sobre a pobreza tornam-se ainda mais impressionantes se aliados aos da
queda demográfica. “De 1961 a hoje, perdemos 4 milhões de crianças: um terço dos
alunos da escola obrigatória já não existe”. As crianças diminuíram; os que
existem, em vez de melhorar, estão com dificuldades ainda maiores. “Nós que
estamos activos nas zonas mais difíceis do país – diz ainda Rafaela Milano –
dia a dia vemos situações verdadeiramente alarmantes”.
Algo de importante,
pelo contrário, foi feito em relação às crianças estrangeiras, não acompanhadas,
que chegam à Itália. Segundo as referências de «Save the Children», são 18 mil as crianças seguidas nos nossos centros de acolhimento, “mas este ano foi
promulgada a nova lei que cria, para eles, um sistema de protecção, marcando
uma verdadeira mudança. Embora a lei ainda deva ser plenamente actuada, mais de
2600 adultos ofereceram-se como ponto de referência educativo para estes
jovens, de uma maneira totalmente voluntária e gratuitamente."
Mesmo que alonguemos o
nosso olhar pelo mundo inteiro, a situação permanece muito difícil. Segundo um
estudo da UNICEF, efectuado em 37 países e uma sondagem sobre 11 mil crianças
entre os nove e os 18 anos em 14 países, 180 milhões de crianças enfrentam
perspectivas piores, relativamente aos seus pais: uma criança em 12 vive em
países cujo futuro promete ainda menos do já pouquíssimo oferecido no passado. Em 14 países, entre os quais Benim, Camarões, Madagáscar, Zâmbia e Zimbabué,
aumentou a percentagem das crianças constrangidas a viver com menos de dois
dólares por dia.
Sempre segundo os
dados UNICEF, as mortes por causas violentas entre as crianças e os
adolescentes abaixo dos 19 anos aumentaram em sete países. 73% das crianças na
África Meridional pensa que não é ouvida por ninguém. E 45% das crianças em 14
países não têm nenhuma confiança nos líderes nacionais ou mundiais e nenhuma
esperança de obter progressos. Se a ajuda não chega de fora, a pobreza
deslizará sempre mais para o fundo: entre
crises financeiras, guerras e sobre-população, a inscrição na escola primária
baixou em 21 países - De Paolo G. Brera; La Repubblica - 20 Novembro 2017
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