segunda-feira, junho 24, 2013

UNIDADE DE CUIDADOS CONTINUADOS

Até há poucos meses, confesso que não tinha a mínima ideia sobre a real utilidade e consistência destas Unidades, paralelas aos hospitais ou complementares, onde, precisamente, o paciente atinge o seu total ou parcial restabelecimento.
Após quase dois meses, regressei com ideias muito claras: positivas em todos os sentidos.

No Norte do país existem várias destas instituições, mas, na generalidade, não tenho dados sobre o bom ou mau funcionamento das mesmas.
Todavia, hoje o meu desejo é dar grande relevo à que existe na cidade de Vizela que conheci bem e que substituiu o velho e degradado hospital: "Unidade de Cuidados Continuados Integrados" (UCCI).

Inaugurada em Abril 2011, é uma parte importante do excelente núcleo de instituições de utilidade social da Santa Casa de Misericórdia desta linda cidade, devendo-se à tenacidade e empenho do Provedor desta Santa Casa.

Na Av. Bombeiros Voluntários, todas estas instituições se concentram numa ampla propriedade, elevada, a que se acede por uma escadaria central de pedra e duas rampas laterais. Em qualquer direcção que o nosso olhar se mova, o panorama que dali se avista é de uma beleza deslumbrante, e sem exagero!

Segunda-feira, 10 de Junho, escrevi que o “exílio” tinha acabado. Usei o vocábulo exílio somente para acentuar a ausência forçada da minha casa e do meu ambiente normal. Quero agora especificar que foi aquilo a que eu não hesito em classificar como um “exílio” de grandes e agradabilíssimas surpresas.

A caminho de Vizela, o meu estado de ânimo era péssimo e o desinteresse por tudo o que me rodeava era total. Persistia, no entanto, a luta entre uma pesada angústia sobre o desconhecido que me esperava (próximo e futuro) e a minha inata tendência a sempre reagir contra problemas e dificuldades.
Apenas ultrapassei o limiar daquele edifício moderno, o sorriso espontâneo que acompanhou a expressão “seja bem-vinda” acenderam uma pequena luz no meu desânimo: significou uma primeira e pequena surpresa.
Mas outras se sobrepuseram, e foi um prosseguir ininterrupto de gentilezas, educação, atenções, competência.
A angústia desapareceu, a serenidade instalou-se, a competência e dedicação de quem me assistiu foram eficacíssimas.

E eis o ponto central aonde queria chegar: o admirável funcionamento e organização da “UCCI António Francisco Guimarães” de Vizela.

O enfermeiro chefe, Jorge Oliveira, informou-me que apostara numa equipa jovem, embora tivesse de arrostar com as dúvidas iniciais dos dirigentes. Porém, estes cedo verificaram que a dedicação e competência também é apanágio de quem tem menos anos de experiência, mas é responsável.

Em todas, absolutamente todas as pessoas que ali trabalham, não encontrei uma única que destoasse, quer em gentileza, quer na actuação das suas respectivas competências diárias. Mas o que sempre ma chamava a atenção e me atingiu era a espontaneidade de todas essas atitudes: ausência total de mecanismos profissionais com sorrisos de circunstância. O que se verificava, irrefragavelmente, era tanta humanidade e um carinho sincero com todos os pacientes.

Outra característica que me surpreendia, dia a dia, era a solidariedade, cooperação, a coesão que reinava entre estes funcionários.
Ninguém ostentava as próprias qualificações e onde fosse necessário, mesmo nos serviços mais humildes, acorriam a dar uma mão com toda a naturalidade.
Que belíssima lição para tantos parvinhos que se alcandoram nos próprios títulos e se esquecem que, em actividades com um fim comum, uma simples colaboração só dignifica quem a pratica.

Por último, desejo falar dos técnicos com quem lidei mais de perto: os fisioterapeutas. São quatro jovens: André, Bruno, João, Vítor; cada um, como é óbvio, com a sua quota de pacientes.
Nunca me cansei de observar a harmonia que reinava entre estes técnicos e as entreajudas, quando ocorria, no tratamento de qualquer um dos enfermos, estivesse ou não a próprio cargo.
Deixava-me ainda mais surpreendida, e insisto neste pormenor, a paciência carinhosa como todos, indistintamente, enfrentavam os casos mais difíceis - e havia tantos! Jamais um gesto de enfado ou de menor respeito. Simplesmente, louváveis!

Quero terminar com um agradecimento, muito, mas muito sincero, ao fisioterapeuta que me foi destinado: Vítor Sousa. Não esquecerei o modo sempre atencioso e gentil como me ajudou a superar os efeitos da bastonada que o dia da Sexta-feira Santa 2013 me reservou. Seja técnica, seja moralmente, fez com que tudo se encaminhasse para um excelente resultado. Muitíssimo grata.

PS:
Normalmente, neste blogue, não costumo falar de assuntos pessoais. Desta vez, porque se tratou de algo absolutamente inesperado e com consequências até então inimagináveis, dei livre curso à transcrição de pensamentos pouco vagabundos, mas sempre presentes e teimosos.  

segunda-feira, junho 10, 2013


ACABOU O “EXÍLIO”

 
E depois de setenta e dois dias de ausência forçada, eis-me de regresso à vida normal.
 
Ainda bastante hesitante nisto a que chamo “vida normal”, mas as piores dificuldades foram vencidas, e com total repúdio de canadianas ou bengalas de apoio: um jubiloso viva a esta vitória.
 
Entretanto… bom dia, blogue!
 
Muito teria para escrever, isto é, tantos assuntos para conversar com o meu computador, porém, metamos ordem neste recomeço da normalidade e aguardemos mais alguns dias.
 
Até muito breve