“CONDIÇÕES DE TRABALHO DESUMANAS”
Eis a denúncia das condições de trabalho
numa fábrica chinesa de brinquedos. As civilizações no mundo avançam, impreterivelmente
em certos aspectos, para melhor. O ser humano adquiriu o direito incontestável
á própria dignidade e ao respeito a ela devido. Porém, e infelizmente, nem em
todas as partes deste nosso mundo se verifica tal realidade.
Vejamos o que a tal respeito escreve Franco Zantonelli no jornal La Repubblica em 03 de Dezembro, 2017:
“Não
comprem aqueles brinquedos!” A poucas semanas do Natal, uma ONG suíça (Solidar Suisse), adverte os pais para que
não ofereçam aos filhos as Barbies de Mattel, os G.I Joe de Hasbro
e os brinquedos de Disney fabricados na China, em virtude das condições de
trabalho, no limite do esclavagismo, nas quais seriam constrangidos a trabalhar
os operários encarregados de fabricar aqueles produtos.
“Não
posso deixar a cadeia de montagem parada por mais de três minutos, a fim de ir
à casa de banho”
– o testemunho de um trabalhador recolhido ONG helvética, em colaboração com os colegas chineses de China Labor Watch.
O que as nossas crianças encontram na
Árvore de Natal, muito frequentemente tem, dentro de si, a miséria e a
exploração: denúncia de Solidar Suisse.
Situações intoleráveis que se traduzem em
semanas laborativas de 100 horas, retribuídas com salários insuficientes para uma vida vivida com dignidade. Além disso, quem está empenhado neste tour de force, durante 6 dias por semana,
é constrangido a dormir em espaços estreitos, na maior parte das vezes uns em
cima dos outros, postos à disposição pela fábrica para quem trabalha.
Se não bastasse a fadiga e o stress, a piorar as condições de vida
destes infelizes pensam as substâncias químicas utilizadas durante os diversos
momentos da produção. “Os nossos olhos estão muitas vezes irritados”, confessa
um encarregado da cadeia de montagem.
Isto, na Suíça, mas o discurso estende-se a
outros países: dois brinquedos em três são produzidos naquele inferno.
O problema – explica a La Repubblica Lionel Frei, porta-voz da ONG suíça – é
que aqueles brinquedos não têm uma etiqueta que garanta métodos de fabricação
aceitáveis. Por consequência, quem os adquire, embora com as melhores
intenções, corre o risco de se tornar cúmplice de um sistema produtivo no
limite da escravidão.
Melhor então, segundo Solidar Suisse, abandonar os produtos das multinacionais que se servem na China e adquirir
brinquedos de madeira, talvez usados, na feira da ladra. Além disso – diz ainda
Frei – em vez de oferecer brinquedos, poder-se-ia estimular as crianças para uma
actividade alternativa, tal como a bricolagem, o desenho e, porque não, a
passeios salutares na natureza.”
Franco Zantonelli; La Repubblica, 03 / 12 / 2017
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