domingo, dezembro 24, 2017

HOJE, UMA FÁBULA É OPORTUNA

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Natal 2017: contemos a história do burrinho com o nome Alan.

“A história do asno Alan é a verdadeira fábula de Natal deste ano: de animal abandonado na valeta de uma estrada, Alan tornou-se na estrela no centro de Redcliffe Sanctuary de Alford no Lincolnshire; estrela do calendário natalício e também de um livro intitulado «Aslan, o asno do Natal”.

“Aslan não é um asno como os outros, é especial” – diz a senhora que o salvou de uma morte certa. O equino, efectivamente, tinha sido abandonado, ao frio e atado a uma estaca, num aparcamento. As pessoas que por ali passavam deram o alerta, após tê-lo visto tremente e prostrado no chão. Provavelmente fora deixado por viajantes sem coração, mas agora Alan tem quem o ama.

O burrinho tornou-se muito diferente de como era há uma ano e, agora, vive numa enorme quinta, junto de outros 49 asnos que foram salvos como ele, entre híbridos de asno e zebra, dois gatos e muitos gansos.
De qualquer maneira, aquele asno está a restituir a Tracy e ao seu marido o favor recebido: o casal que administra aquele centro de há 25 anos, atravessa um período económico bastante difícil. As despesas são cada vez maiores e, frequentemente, quem se ocupa de animais tem necessidade de receber doações, a fim de continuar.
“Um dos nossos voluntários teve uma ideia fantasiosa: transformar Alan numa personagem de Natal, ornamentado com os cornos graciosos de uma rena para acompanhar o Pai Natal em busca de fundos” – explica Tracy.
“Inicialmente, era céptica; temia que pudesse ser excessivamente cansativo e stressante, mas Alan tinha um comportamento tão divertido e descarado que não pude deixar de dizer sim.”
Assim fazendo, recomeçaram a chegar doações mesmo nesta parte do ano. Muitas pessoas locais que conhecem a sua história e são-lhe afeiçoadas, quiseram dar uma mão à estrutura dos asnos.

E visto que Alan parece que, verdadeiramente, se diverte, os operadores da estrutura, de vez em quando, põem-lhe um chapéu natalício e visco entre as orelhas para ir ao encontro de crianças nas escolas: é verdadeiramente um asno especial! – de Giulia Merlo - jornal “La Stampa”, 18/12/ 2017


segunda-feira, dezembro 04, 2017

“CONDIÇÕES DE TRABALHO DESUMANAS”

Eis a denúncia das condições de trabalho numa fábrica chinesa de brinquedos. As civilizações no mundo avançam, impreterivelmente em certos aspectos, para melhor. O ser humano adquiriu o direito incontestável á própria dignidade e ao respeito a ela devido. Porém, e infelizmente, nem em todas as partes deste nosso mundo se verifica tal realidade.

Vejamos o que a tal respeito escreve Franco Zantonelli no jornal La Repubblica em 03 de Dezembro, 2017:

“Não comprem aqueles brinquedos!” A poucas semanas do Natal, uma ONG suíça (Solidar Suisse), adverte os pais para que não ofereçam aos filhos as Barbies de Mattel, os G.I Joe de Hasbro e os brinquedos de Disney fabricados na China, em virtude das condições de trabalho, no limite do esclavagismo, nas quais seriam constrangidos a trabalhar os operários encarregados de fabricar aqueles produtos.

“Não posso deixar a cadeia de montagem parada por mais de três minutos, a fim de ir à casa de banho” – o testemunho de um trabalhador recolhido ONG helvética, em colaboração com os colegas chineses de China Labor Watch.

O que as nossas crianças encontram na Árvore de Natal, muito frequentemente tem, dentro de si, a miséria e a exploração: denúncia de Solidar Suisse.
Situações intoleráveis que se traduzem em semanas laborativas de 100 horas, retribuídas com salários insuficientes para uma vida vivida com dignidade. Além disso, quem está empenhado neste tour de force, durante 6 dias por semana, é constrangido a dormir em espaços estreitos, na maior parte das vezes uns em cima dos outros, postos à disposição pela fábrica para quem trabalha.

Se não bastasse a fadiga e o stress, a piorar as condições de vida destes infelizes pensam as substâncias químicas utilizadas durante os diversos momentos da produção. “Os nossos olhos estão muitas vezes irritados”, confessa um encarregado da cadeia de montagem.
Isto, na Suíça, mas o discurso estende-se a outros países: dois brinquedos em três são produzidos naquele inferno.

O problema – explica a La Repubblica Lionel Frei, porta-voz da ONG suíça – é que aqueles brinquedos não têm uma etiqueta que garanta métodos de fabricação aceitáveis. Por consequência, quem os adquire, embora com as melhores intenções, corre o risco de se tornar cúmplice de um sistema produtivo no limite da escravidão.

Melhor então, segundo Solidar Suisse, abandonar os produtos das multinacionais que se servem na China e adquirir brinquedos de madeira, talvez usados, na feira da ladra. Além disso – diz ainda Frei – em vez de oferecer brinquedos, poder-se-ia estimular as crianças para uma actividade alternativa, tal como a bricolagem, o desenho e, porque não, a passeios salutares na natureza.”   
Franco Zantonelli; La Repubblica, 03 / 12 / 2017