“NÁPOLES, APELO DE
UMA MÃE:
A MINHA FILHA, 14
ANOS, DROGA-SE”
Estas são informações
que, infelizmente, já entraram na esfera das normalidades: jovens que se
drogam, que se prostituem ou roubam, a fim de pagar a maldita droga. Já não são
fenómenos excepcionais, é moeda corrente.
Desgraçadamente, sendo
já factos normais, embora sempre repugnantes, impressiona e comove o grito de
revolta e o apelo desta mãe, numa entrevista ao quotidiano romano “Il
Messaggero” de 16 / 07 / 2017.
Esta senhora é uma
cançonetista conhecida, mas o jornal não revela os nomes, quer da mão, quer da
filha, o que julgo muito correcto.
“Devo
salvar a minha filha e não me incomoda nada dar a conhecer a todos o drama que
estou a viver. Pelo contrário, quero prevenir tantos pais como eu e tantos
adolescentes como a minha filha que está a queimar a sua vida como um fósforo:
prestai atenção, estai longe deste mundo nojento que, agora, decidi denunciar”.
E o jornal descreve:
«Substâncias
estupefacientes, álcool, prostituição, extrema síntese de um alarme que
atravessa toda a cidade (…) com um único objectivo criminoso: vender droga aos
menores, os mais frágeis de todos, os mais ingénuos e, portanto, os que correm
mais riscos a quem, sem grandes dificuldades, se consegue impingir também os
produtos piores e cujas consequências são fáceis de imaginar.
Gente sem escrúpulos
e “passadores” que vivem sobre a vida destas crianças com drogas sintéticas e
misturas alcoólicas, consumidas nos locais nocturnos de Nápoles e arredores.
Uma rede de negócios
que gira à volta do efeito alucinatório dos jovens de 13, 14 anos ou pouco
mais; crianças apenas crescidas à caça de sensações fortes e prontos a tudo, a
fim de encontrar a “coisa”».
Quando perguntam: “A
sua filha é menor, o ingresso nestes locais não é proibido até aos 18 anos?”
Resposta: “Seria, mas
quando a procuro, encontro sempre em tais locais jovens como ela. Ademais, a
venda de alcoólicos não seria permitida, mas a minha filha levo-a para casa
sempre embriagada”.
“Chama aos passadores
de droga “os meus amigos”, os quais lhe dão instruções precisas sobre o que
deve roubar em casa”.
Confesso que li tudo
isto com tristeza e quase sentia parte da amargura desta mãe. Mas quantos pais
vivem, no dia-a-dia, desesperos similares e sem saber encontrar uma via de
saída, um modo eficaz e definitivo de aniquilar fases deste género nas suas
vidas e dos seus filhos!
Porém, não depende dos
pais, dos filhos e, direi mesmo, das autoridades oficiais. Quantos interesses
horrendos se movem atrás do tráfico de drogas, agilizados por políticos
corruptos ou personagens muito respeitáveis, mas sem escrúpulos? Mas isto são
já verdades de La Palice.
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