segunda-feira, outubro 26, 2015

RETÓRICA VAZIA,
CONSERVADORISMOS BAFIENTOS

 È isto o que melhor caracteriza as democracias europeias actuais. Retóricas sobre conceitos deteriorados e bem demonstrativos da vacuidade de quem as profere; conservadorismos bafientos e descaradamente materialistas: eis o que mais fere uma democracia autêntica, na sua correcta interpretação, e que estes princípios do século XXI tanto têm desvirtuado.

Não, não quero falar da nossa trapalhada política, pós-eleições, que ainda não sabemos aonde nos conduz e como se desenvolverá. Hoje quero dar mais atenção ao que se passa no Médio Oriente.

Mas, primeiro, falemos de uma iniciativa muito interessante do proprietário de um restaurante israeliano, situado numa localidade da costa mediterrânica de Israel. Naquele restaurante, tudo a metade do preço se, à mesma mesa, comem judeus e árabes. E explica: “Entre nós não há judeus nem muçulmanos, mas somente seres humanos. Se vêm pares mistos de árabes e judeus, pagam apenas metade da conta final”.

O resultado está a premiar a decisão deste dirigente do restaurante “Hummus Bar” e cujo nome é Kobi Tzafrir.
As marcações cresceram e os clientes aumentaram. O senhor Tzafrir explica: “Muitos, embora possam pedir o desconto de 50%, preferem pagar a conta inteira, a fim de sustentar a minha iniciativa”.

Moral da história? Antes de mais, um grande aplauso ao proprietário do restaurante. Quantos Tzafrir haverá, quer do lado israelita, quer palestiniano? Quantas pessoas de boa vontade que, ansiosamente, desejam a paz?  
Os fundamentalismos e intransigências de ambas as partes abafam as vozes conciliadoras, pois apenas concebem ódios e violências.
Conservadorismos transformados em fundamentalismos bafientos e sem nenhuma razão que os justifique. Nenhuma!

O pior culpado? Há culpas dos dois lados. A política de Israel, porém, tudo tem feito para agudizar e eternizar um conflito sem fim à vista. O actual primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, então, é o perfeito intérprete da direita nacionalista e fundamentalista. Para esse fim tem sido eleito, obviamente.

Abraham B. Yehoshua, um dos grandes escritores israelianos, frequentemente escreve para o jornal La Stampa. Imprimo sempre os seus artigos. Quero ter o gosto de o reler com melhor atenção.
Sobre as culpas de Israel não usa eufemismos e sempre as denuncia. No dia 17 /10/2015, publicou um artigo cujo título é “Jerusalém unificada para a paz”.

Nascido em 1936, em Jerusalém, cidade na qual os seus antepassados viviam de há cinco gerações, descreve a infância, as convulsões e guerras que marcaram a sua vida e dos demais judeus, seus conterrâneos.

Dissertando sobre a “Guerra dos seis dias”, exprime-se claramente sobre a política errada do Estado de Israel.

(…) “Mas depois da derrota dos exércitos do Egipto e da Síria e a ocupação da Jerusalém palestiniana, verifica-se uma mudança, uma viragem profundamente ligada à cidade. Com efeito, em vez de criar uma única municipalidade, como antes de 1948, procurando manter o respeito e a colaboração entre residentes e decretando um status especial (religioso e internacional) para o quilómetro quadrado dentro dos muros da cidade velha (sede dos lugares santos para o Hebraísmo, o Islão e o Cristianismo), o conceito de «libertação», errado e pretensioso, abafou o de «unificação» na consciência política de Israel, levando-a a antepor pedras, edifícios e colinas aos seres humanos, principalmente aos residentes palestinianos de Jerusalém, originários da cidade e descendentes de antigas famílias aqui residentes de há séculos” .
E missão desta «Jerusalém libertada» deveria ter sido o de funcionar, quanto possível, como uma espécie de barreira territorial entre a Judeia, a Sul, e a Samaria, a Norte, de modo a cortar a continuidade territorial de um eventual Estado palestiniano. Para atingir este fim, as autoridades israelitas começaram, portanto, a construir bairros judaicos na zona oriental de Jerusalém, englobando no seu território aldeias palestinianas que nunca pertenceram, antes, ao seu núcleo urbano.
Se nas vésperas da Guerra dos seis dias não havia um único palestiniano na Jerusalém israeliana, hoje em dia, na cidade «libertada», capital de Israel, vivem cerca de 250.000 palestinianos”. (…) Todavia, em relação aos residentes hebraicos, estes jerosolimitanos árabes sentem-se cidadãos de segunda classe, na sua cidade natal”. (…)
(…) Bairros palestinianos e judaicos estão de tal forma misturados uns com os outros e pegados uns aos outros que qualquer separação administrativa seria irrealizável.
“No entanto, talvez fosse ainda possível pôr de lado o falso conceito de «libertação» e falar, mais racionalmente, de «unificação».
Em primeiro lugar, restituindo à Autoridade Nacional Palestina o controlo das povoações palestinianas anexas a Jerusalém. 
Em segundo lugar, criar municipalidades locais com poderes decisivos nos bairros com uma presença relativamente homogénea de residentes palestinianos. E assim se impediriam infiltrações provocatórias de integralistas judaicos. (o sublinhado é meu)
Por último, fazendo respeitar a absoluta autonomia de lugares santos cristãos e muçulmanos que, pertencendo a minorias, necessitam de especial protecção”.
Abraham Yehoshua – La Stampa, 17/10/2015

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Qualquer observador ou comentador bem informado nada mais acrescentaria que fosse diferente desta análise crítica do ilustre escritor israelita.

segunda-feira, outubro 19, 2015

“OS POLÍTICOS NÃO DEVEM SER COMO NÓS.
DEVEM SER MELHOR DO QUE NÓS”

Esta asserção de um jornalista - Massimo Gramellini - foi proferida sábado passado, num programa televisivo. Aplaudi-a. Parece banal, mas não é.
Frequentemente, ouvimos tecer elogios a determinado actor político que, a título de conclusão, serão sintetizados no já consueto epílogo: “enfim, é uma pessoa como nós”.

Se esse político é como nós e nada o distingue do cidadão comum, deixemo-lo em casa; não merece o nosso voto.
Exercer aquilo a que chamam a nobre arte, isto é, o exercício da verdadeira Política, implica seriedade, competência e paixão pela arte de cuidar e tratar da coisa pública sem dar prioridades a quaisquer interesses pessoais ou dos compadres. Inevitavelmente, portanto, deve fazer parte do que há de melhor nas elites da nossa sociedade… Sonhar é permitido!

Deveria provir dessas elites superiores, mas todos sabemos que a realidade é bem outra. Também existe a elite dos oportunistas, e quão habilidosos na arte da treta! Superam tudo e todos.

Começou o “baile da corrida” de candidatos à Presidência da República. Daqui até à data legal da apresentação, quantas outras candidaturas marcarão presença?
É positivo que haja vários concorrentes a tão alto cargo. Só desejo que sejam personalidades que nos inspirem respeito e apreço pelas suas qualidades, quer humanas e éticas, quer políticas e académicas. Não esqueçamos que esse cargo de mais alto magistrado da nação também serve de facho para iluminar o caminho de uma correcta administração do país.

Mas como avaliar estes candidatos? Pelos seus currículos culturais e políticos ou, além desses atributos e acima de quaisquer outras considerações, pela grande popularidade adquirida como comentador sobre os factos da actualidade, durante vários anos, nos nossos canais televisivos?
Quantos outros candidatos – entre os que até hoje se apresentaram - tiveram esse meio de entesourar um elemento importantíssimo, qual é a popularidade, para obter óptimas percentagens, após o anúncio de candidatura? Eticamente, podemos colocar esta circunstância na escala do correcto?

Abstraiamos os partidos que patrocinam determinado candidato e este pode contar com essa máquina organizadora para ser eleito. Se há candidatos que não gozam desse patrocínio nem da popularidade acima referida, mas possuem, em todos os seus graus, a competência exigida, onde está a igualdade de condições para que os eleitores portugueses tenham, na variedade de concorrentes, a oportunidade de escolher, imparcialmente, o que lhe parece mais adequado para Presidente da República, o presidente de todos nós? Não repitamos o feito de elegermos um presidente que se esquecerá que não deve ser de parte.

O estribilho que tenho ouvido ou lido repetidamente sobre candidatos independentes é que estes não são conhecidos, logo, não esperem ser eleitos. Mas não são portugueses como os outros e não deveriam esperar, quer da imprensa, quer da rádio e televisão, informações curriculares sobre este género de candidatos que não são oriundos dos tais partidos do arco da governabilidade?
Aguardemos.

segunda-feira, outubro 12, 2015

E NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES
RESCALDEMOS O QUE PENSARAM LÁ FORA

Para mim o “lá fora” incide, em primeiro lugar, sobre o que leio na imprensa italiana. Considero-a de óptima qualidade e nada fica a dever à tão proclamada e subservientemente citada imprensa anglo-saxónica.

Achei deveras interessante a similaridade como três jornais de referência – La Republica, Corriere Della Sera e La Stampa – referiram o mesmo facto observado no nosso país. 
Vejamos:

“(…) Diferentemente de outros países atingidos pela crise, como Espanha e Grécia, em Portugal não surgiu nenhum movimento de protesto do género de Podemos ou Syriza. Pelo contrário, precisamente pelo substancial fracasso do Syriza na eliminação das políticas de austeridade, parece que convenceu a maioria dos eleitores portugueses que não existe alternativa à situação actual; quadro que favoreceria a coligação”. – La Repubblica, 04/10/2015.

“(…) Nestes últimos tempos, em Portugal, aconteceu de tudo: a crise, o assédio da especulação, a chegada da Troika, as intervenções lágrimas e sangue, a salvação do primeiro banco do país e, por fim, a detenção do ex-primeiro-ministro Sócrates.
Em qualquer outro país, por muito menos, teria explodido o inferno. Porém, os portugueses apresentam-se hoje para votar nos mesmos partidos de sempre. Nenhum movimento populista, nacionalista; nenhuma perspectiva para novas formações: tudo congelado”  
“Portugal existe há mais de mil anos com os mesmos confins – comenta Goffredo Adinolfi, politólogo do Instituto Universitário de Lisboa – as elites estão preparadas para controlar a situação. Não há muita mobilidade política, os socialistas de hoje são os netos dos republicanos dos anos trinta. Assim, os movimentos permanecem sem grandes perspectivas”(…) Francesco Olivo, La Stampa - 04 / 10 / 2015  

“(…) Todavia, aqui os «partidinhos novos», que na vizinha Espanha têm revolucionado a arena política, parecem destinados a não conseguir impor-se e a permanecer marginais em relação aos dois partidos que se alternam no poder desde 1981: sociais-democratas do centro-direita e socialistas da esquerda.
O Bloco de Esquerda, «irmão» de Podemos e Syriza, conseguiu ultrapassar o único partido comunista ainda sólido na Europa, mas não atraiu o voto de tantos «desiludidos» que desertaram as urnas”(…) – Sara Gandolfi, Corriere Della Sera – 05 / 10 / 2015

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Decididamente, em política, os portugueses não querem aventuras nem ideias audaciosas e contentam-se com o que já está consolidado. Apáticos em tomar e desenvolver iniciativas bem ponderadas; especializados no resmungo, e com isso se satisfazem. “Mas que querem?… é tudo igual”: este é o estribilho usado para fechar a questão.
Há excepções, e muitas, dentro desse «tudo igual», mas sofrem de indolencite aguda e não sabem – refiro-me aos actores políticos -  ouvir sistemática e instantemente o que pensam e sofrem os seus, todos os seus compatriotas… e tudo fica congelado, conforme a opinião de Francesco Olivo (de La Stampa).

Na revista MicroMega  - “uma revista bimensal de cultura, política, ciência e filosofia” -  li o texto, com data 05/10/2015, de Marcello Sacco (este senhor vive em Lisboa) muito esclarecedor sobre o ambiente político português. Descreve as eleições, informa sobre os resultados, elucida a respeito das personagens intervenientes, dos costumes e tendências dos portugueses. Objectivo e nunca exagerado.
Traduzo alguns excertos

“No ensaio «A Estrada de Wigan Pier», George Orwell pergunta a si mesmo por que razão, se o Socialismo é um bem para grande parte da humanidade, grande parte da humanidade não seja socialista.
As eleições legislativas de domingo passado, em Portugal, apresentam o reverso daquela dúvida, uma pergunta símile, mas já menos ambiciosa: se um governo, de facto controlado pela Troika durante três anos sobre quatro do próprio mandato, governou contra grande parte da população, porquê essa mesma população não o manda para casa, democraticamente, quatro anos depois? A resposta talvez contradiga um slogan do agrado de movimentos como Occupy Wall Street. Seremos o 99% da população mundial contra o 1%, todavia, aquela massa maioritária informe está bem longe de ser compacta: permiti que vo-lo digam os portugueses”.

“Paradoxalmente, o mais liberal era o partido socialista. E paradoxalmente, apresentando-se com os «deveres de casa» feitos, encontrou-se a dever dar mais explicações em debates televisivos incandescentes que, uma vez mais, expulsavam futebol e telenovelas do topo dos índices de escuta”.
(À passagem, na leitura, por este parágrafo, ri-me divertida.)

“O Bloco de Esquerda encontrou-se a ser guiado por duas «rapariguinhas» sobre as quais, no início, nenhum humorista poupava graçolas: Catarina Martins e Mariana Mortágua. (…) Ambas partiram com a timidez de quem se encontra, de improviso, catapultadas no palco; ostracizadas também internamente (Martins, oficialmente, é apenas porta-voz de uma direcção bi-tri-tetracéfalo do partido). A economista e a ex-actriz revelaram-se entre as personagens mais competentes e até mesmo telegénicas da actualidade política portuguesa” – Marcello Sacco – MicroMega, 05 / 10 / 2015  
(Todos os sublinhados são meus)

segunda-feira, outubro 05, 2015

ESCOLA ONDE SE ENSINA, SERIAMENTE,
A DIFERENÇA ENTRE GOVERNAR E COMANDAR

E insisto no vocábulo “seriamente”, visto que esta diferença entre o governar e comandar, em política, é matéria ambígua que bem poucos sabem ou querem destrinçar, precipitando naqueles abusos que, deliberada e ostensivamente, põem em prática. Obviamente, uma prática encapotada na habitual e oca retórica de “fiel servidor do Estado”.

Enrico Letta, 49 anos, académico italiano, detentor de um vasto e rico currículo político – ministro, ex-primeiro-ministro, eurodeputado, etc. – em Abril 2015 demitiu-se do Parlamento italiano e decidiu dedicar-se à sua carreira de professor do ensino universitário, aceitando o cargo de presidente do “Institut d’Études Politiques de Paris-Sciences PO”.

Abandonou a política activa, mas conservou o seu entusiasmo por tudo o que concerne a política no seu puro e verdadeiro alcance.
Alimentou um sonho do qual nunca desistiu de concretizar: criar uma “escola de políticas” gratuita, aberta aos jovens entre os 19 e os 25 anos “que amem a política e que saibam interiorizar o lema: os carreiristas, aqui, não têm lugar. “Entre os mais jovens, empenhados nos partidos, predomina a corrida para a carreira que impele para o profissionalismo político”.

Não necessitamos de ir a Itália para observarmos tais exemplos. Os nossos jotas, sejam quais forem as bandeiras adoptadas, dão um inegável e vistoso retrato dessas realidades. Mas continuemos.

É uma escola onde estes jovens aprenderão “a diferença mais importante de todas: a diferença entre governar e comandar. Estudar-se-á para que se tornem competentes e rigorosos”
Diz Eurico Letta: “Na Itália ocorrem lugares de construção do pensamento. Isto é, de pensamento pesado. E servem iniciativas de formação para redescobrir que a política é, ainda, a mais nobre das actividades humanas. É dedicação à comunidade e espírito de serviço; é paixão e participação”.

Plenamente de acordo. Como seria feliz se também pudesse ouvir o mesmo, sobre uma iniciativa idêntica, de um Enrico Letta português!

Nasceu então a “ Escola de Políticas”. Será uma academia frequentada por 100 jovens, escolhidos entre 672 concorrentes. Destes 100 participantes, 45 são mulheres e 55 são homens.
“Foram seleccionados sobre a base de critérios de diversidade e inclusão (de género, territorial, estudos, cultura política); de empenho e performance nos estudos; de paixão pela coisa pública”

"As aulas iniciarão no próximo dia 09 deste mês, em Roma: desenvolver-se-ão de 09 de Outubro 2015 a Maio 2016 e articular-se-ão em 3 classes paralelas. As aulas terão lugar todos os fins-de-semana (tendo em conta alunos que ainda estudam ou trabalham). A participação é gratuita e obrigatória e é previsto um empenho de 8 jornadas com uma sexta-feira por mês.
"A Europa, mundo global, filosofia política, economia italiana, inovação, sociedade, bens públicos, comunicação política: estes são alguns dos aprofundamentos didácticos propostos pela escola. Também oferecerá seminários e conferências de personalidades da política italiana ou internacional.” - La Repubblica - de 01 de Outubro, 2015

Relativamente aos professores que prepararão estes jovens, além de Enrico Letta, contar-se-ão mais 50 entre docentes universitários, prestigiados políticos, profissionais liberais, editores, etc. e nos quais avultam nomes internacionais de peso, como Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu; Herman Van Rompuy, presidente emérito do Conselho Europeu; Pascal Lamy, Marc Lazar. Todas estas ilustres personagens ofereceram, gratuitamente, o seu tempo e competências.

“A Europa será um dos temas-chave desta escola que, por sua vez, após o primeiro ano, poderia assumir uma dimensão mais europeia com cursos noutras capitais da União”.
Se assim for, insisto, oxalá que Portugal tenha um rasgo de coragem e consciência necessária para descobrir o que é bom para a Terra Lusa e entusiasmar os nossos melhores cérebros – se é que estes cérebros querem, ao menos uma vez nesta nossa história contemporânea, sair da apatia habitual. 

Porém… ontem votou-se numa jornada de grande ventania. Estes ventos não me auguraram nada de bom. Aguardemos  

 “A ideia fundamental da nossa escola é que neste mundo de uma sempre maior complexidade, interdependência e especialização técnica, a política que quer incidir sobre a realidade, governar e mudar, exige um grau elevado de competência e rigor. Exige, acima de tudo, o discernimento da diferença mais importante de todas: a diferença entre governar e comandar”.

Sublinhei esta parte do documento da fundação da “Escola de Políticas” (políticas, no plural!).
Sublinhando-a, é como se, em sonho, tivesse o dom de gritar e ser ouvida por todo Portugal Continental e Insular estes nobilíssimos princípios, tão miserável vejo o modo de “fazer” política por quem nos comanda e que, apática e acriticamente, aceitamos como governação.