segunda-feira, setembro 25, 2017

QUAL DOS DOIS O MAIS IRRACIONAL?
                                                                  

A resposta não é fácil. Equivalem-se, quando aludimos ao presidente dos Estados Unidos e ao dirigente da Coreia do Norte, Kim Jong Un. “Se um diz mata-se, o outro diz esfola-se” e, deste modo, as ameaças e os insultos sem freio anulam a arte diplomática.
A sensatez, a diplomacia em todas as suas virtualidades são desconhecidas ou propositadamente ignoradas? Simplesmente abolidas.

As notícias que ultimamente ressaltam as divergências entre estes dois países levam a conceber a ideia de que se trata de dois loucos irresponsáveis à frente dos respectivos países. Ou então, dois megalómanos, inebriados com o possesso de armas atómicas, incapazes de cultivar a prudência e a racionalidade.

O ex-presidente dos EUA, Obama, relativamente à Coreia do Norte, tentava “conciliar, negociar dentro da diplomacia e «paciência estratégica»”. O Sr. Trump desconhece, despreza a eficácia de contactos inteligentes e bem conduzidos. Sobre todos os aspectos, é do conhecimento geral que não é adequado para a presidência dos Estados Unidos da América. Votaram-no, aceitem-no e, antes de qualquer outra iniciativa necessária e oportuna, procurem-lhe bons conselheiros.

No teste atómico em altitude de Kim Jong Un, poderia haver riscos de radiações sobre a Coreia do Sul, o Japão e a ilha de Guam que é território americano, logo, ser registado como uma agressão, desencadeando o ataque de Trump nas Nações Unidas”. E este recorreu aos insultos. Mas também nesta arte, o Sr. Kim Jong não lhe fica atrás.

O que o mundo deseja é que a “arma dos insultos”, neste caso ou similares, seja, sempre e quando oportuna (segundo opiniões), a única utilizável.
Ameaças do uso de armas nucleares é uma escolha de perfeitos e autênticos tarados humanos. Os mandões que cultivam a arte de ameaçar também são grandes artistas em evitar as primeiras filas das consequências: são os cidadãos comuns as vítimas sacrificáveis.

Diplomacia, mais diplomacia, sempre diplomacia. E através deste meio, aceitar compromissos ou manter convicções defensáveis. O recurso à força das armas, somente em causas muito excepcionais. 

segunda-feira, setembro 18, 2017

“QUANDO NASCEU O ZERO?”

Já tinha lido várias informações acerca do “0”. Há dias tropecei num artigo da autoria de Giacomo Talignani, no quotidiano “La Repubblica” de 14/09/2017, onde o autor descreve as primeiras origens deste algarismo que, por si só e como bem sabemos, representa o nulo, o nada.

Porque o achei muito interessante, traduzo, e aqui registo, este serviço jornalístico com o título: “Quando nasceu o zero? As primeiras origens num antigo manuscrito indiano”.

“Alguma vez vos interrogastes desde quando existe o zero? Ao que parece, muito antes de quanto se imaginasse. A origem do “nulo” em termos matemáticos, precisamente como agora o conhecemos, colocar-se-ia entre o III e o IV séculos; bem quinhentos anos mais velho de quanto conjecturado até hoje. A narrar-no-lo é a análise a radiocarbono de um manuscrito, o antigo texto indiano de Bakhsali, decifrado e agora reanalisado, no que diz respeito à idade, pelos investigadores de Oxford.

O manuscrito é composto por 70 pedaços de cortiça de bétula e contém centenas de zeros que, segundo os cientistas, eram partes de processos aritméticos utilizados pelos comerciantes da Rota da Seda. Remontando aos anos 224-383 dC, o manuscrito foi encontrado em 1881 por um agricultor, num campo de uma aldeia, noto como Bakhsali, perto de Peshawar, numa área da Índia antiga e hoje pertencente ao Paquistão.  
Adquirido pelo estudioso Rudolf Hoernle, foi levado para as bibliotecas Bodleiane, no Reino Unido, em 1902.

Assim, graças às análises de radiocarbono, aquele texto fragmentário foi identificado como a origem mais antiga, registada no mundo, do actual símbolo zero.
Para o Professor Marcus Du Sautoy, da Universidade de Oxford, hoje o zero é um dado adquirido, mas houve uma época na qual este número não existia”.

No texto, escrito numa forma de sânscrito, “há centenas de zeros” e a datação, através do exame do carbono, referiu-se a três exemplares diferentes que resultaram pertencer a três séculos diversos: um desde o séc. 224-383 dC; um outro de 680- 779 dC; o terceiro de 885 993 dC., facto que sugere novas interrogações sobre como fosse organizado, em conjunto, cada fragmento do manuscrito. Até há alguns anos, acreditou-se que o documento inteiro de Bakhsali fosse apenas datável entre o VIII e XII séculos.

Até hoje, a origem do zero era controversa: é noto que à volta do século 300 aC, os babilónicos utilizavam sistemas de numeração na qual se serviam de cunhos inclinados para marcar a falta de espaço ou que, por exemplo, os povos mesoamericanos tinham desenvolvido, à sua maneira, um conceito do zero. O actual, todavia, pelo modo como o conhecemos em matemática, é ligado aos indianos e um primeiro estudo do astrónomo e matemático Brahmagupta remonta ao ano 628. Segundo Du Sautoy, a cultura asiática produziu, “através do uso do zero, a ideia de conceber o vazio, o infinito”. 
(Giacomo  Talignani; La Repubblica  - 14 Setembro 2017)

segunda-feira, setembro 11, 2017

AUSÊNCIA


Ausência apenas, mas não desamor nem qualquer espécie de indiferença ou displicência em relação ao meu blogue.

Estes primeiros dias de Setembro têm-me ocupado toda a atenção e todo o tempo disponível em prejuízo da minha “conversa com o computador”.
Mas tudo voltará ao normal, pois detesto alterações e procuro reprogramar ou retornar às minhas cadências normais.

“A presto”, como se diz em italiano, ou seja: até muito breve.