quinta-feira, janeiro 27, 2005

Quinta-feira, 27 Janeiro 2005

O espectáculo da Campanha Eleitoral

Evidentemente que deve haver o empenho de captar a atenção dos eleitores; é indispensável. Mas captar como?
Estou a recordar a notícia que informava sobre o grande almoço do Sr. Paulo Portas em Aveiro.
Aludindo à chegada dos participantes, um deles, ao sair da camioneta e agitando animadamente a bandeira do CDS, perguntou: “Onde está o Castelo Branco?”
Eu não sei se a estrela da Quinta das Celebridades tinha sido anunciada como convidada de honra - bem, não exageremos; digamos: convidada de estimação – pois isso não vinha na notícia.
Aliás, é difícil acreditar que o Sr. Paulo Portas, sempre tão compassado, declamatório, pomposo, jamais permitisse que um casquilho de trazer por casa, embora muito amado pelo nosso povo, lhe roubasse a cena.
O participante é que confundiu a festa!

E de almoço em almoço, diverti-me, por exemplo, a ouvir o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa a cantar uma modinha, lá por Cabeceiras.
Como propriedades canoras, deixa muito a desejar; que se contente em ser exímio na sua oratória televisiva.
Se bem que, ao divertimento juntou-se uma certa perplexidade por esta descida do Sr. Professor para a arena eleitoral! Mudaram-se as situações, mudaram-se os humores, foi?
Bom, o espectáculo continua; mas sempre com o agradável suporte das jantaradas!
AMM

“Prós e Contras”
Quero escrever sobre o programa “Prós e Contras” onde intervieram Mário Soares, Freitas do Amaral, Adriano Moreira, Pinto Balsemão.
No jornal “Público”, li a crítica de Pacheco Pereira: que só disseram banalidades, não fugiram dos lugares-comuns, etc., etc.
Como o Sr. Pacheco Pereira se pronuncia sempre ex cathedra, certamente que será uma grande impertinência minha dizer-lhe que - ele também - não deixa de dizer banalidades e lugares-comuns.
Os problemas correntes de qualquer país, ao fim e ao cabo não passam de lugares-comuns: tanto eles são correntes, tanto eles são comuns, tanto eles se repetem, tanto eles nos preocupam e deles devemos falar. Foi, precisamente, de muitos desses problemas que falaram.
Vi e ouvi todo o programa com muita atenção e interesse. Para já, quero salientar a proposta do Prof. Freitas do Amaral: a criação de uma cadeira de educação cívica no ensino secundário.
Comecemos já no ensino básico, Sr. Professor! E que não seja somente uma matéria obrigatória, mas com o mesmo peso das disciplinas de matemática e português. Quanta necessidade tem o nosso povinho dessa aprendizagem!
E cá está: o tal senhor que agitava a bandeira do CDS e clamava por Castelo Branco, já saberia invocar o verdadeiro herói do almoço de Aveiro.
AMM