UNIDADE DE CUIDADOS
CONTINUADOS
Até há poucos meses,
confesso que não tinha a mínima ideia sobre a real utilidade e consistência
destas Unidades, paralelas aos hospitais ou complementares, onde, precisamente,
o paciente atinge o seu total ou parcial restabelecimento.
Após quase dois
meses, regressei com ideias muito claras: positivas em todos os sentidos.
No Norte do país
existem várias destas instituições, mas, na generalidade, não tenho dados sobre o bom ou mau funcionamento
das mesmas.
Todavia, hoje o meu
desejo é dar grande relevo à que existe na cidade de Vizela que conheci bem e que substituiu o velho e degradado hospital: "Unidade de Cuidados Continuados Integrados" (UCCI).
Inaugurada em Abril
2011, é uma parte importante do excelente núcleo de instituições de utilidade social
da Santa Casa de Misericórdia desta linda cidade, devendo-se à tenacidade e
empenho do Provedor desta Santa Casa.
Na Av. Bombeiros
Voluntários, todas estas instituições se concentram numa ampla propriedade,
elevada, a que se acede por uma escadaria central de pedra e duas rampas
laterais. Em qualquer direcção que o nosso olhar se mova, o panorama que dali
se avista é de uma beleza deslumbrante, e sem exagero!
Segunda-feira, 10 de
Junho, escrevi que o “exílio” tinha acabado. Usei o vocábulo exílio somente para acentuar a ausência
forçada da minha casa e do meu ambiente normal. Quero agora especificar que foi
aquilo a que eu não hesito em classificar como um “exílio” de grandes e
agradabilíssimas surpresas.
A caminho de Vizela,
o meu estado de ânimo era péssimo e o desinteresse por tudo o que me rodeava
era total. Persistia, no entanto, a luta entre uma pesada angústia sobre o
desconhecido que me esperava (próximo e futuro) e a minha inata tendência a sempre
reagir contra problemas e dificuldades.
Apenas ultrapassei o
limiar daquele edifício moderno, o sorriso espontâneo que acompanhou a
expressão “seja bem-vinda” acenderam uma pequena luz no meu desânimo:
significou uma primeira e pequena surpresa.
Mas outras se sobrepuseram, e foi um prosseguir ininterrupto de gentilezas, educação, atenções,
competência.
A angústia
desapareceu, a serenidade instalou-se, a competência e dedicação de quem me assistiu
foram eficacíssimas.
E eis o ponto central
aonde queria chegar: o admirável
funcionamento e organização da “UCCI António Francisco Guimarães” de Vizela.
O enfermeiro chefe,
Jorge Oliveira, informou-me que apostara numa equipa jovem, embora tivesse de
arrostar com as dúvidas iniciais dos dirigentes. Porém, estes cedo verificaram que
a dedicação e competência também é apanágio de quem tem menos anos de
experiência, mas é responsável.
Em todas,
absolutamente todas as pessoas que ali trabalham, não encontrei uma única que
destoasse, quer em gentileza, quer na actuação das suas respectivas competências
diárias. Mas o que sempre ma chamava a atenção e me atingiu era a espontaneidade de todas
essas atitudes: ausência total de mecanismos profissionais com sorrisos de
circunstância. O que se verificava, irrefragavelmente, era tanta humanidade e
um carinho sincero com todos os pacientes.
Outra característica
que me surpreendia, dia a dia, era a solidariedade, cooperação, a coesão que
reinava entre estes funcionários.
Ninguém ostentava as
próprias qualificações e onde fosse necessário, mesmo nos serviços mais
humildes, acorriam a dar uma mão com toda a naturalidade.
Que belíssima lição
para tantos parvinhos que se alcandoram nos próprios títulos e se esquecem que, em
actividades com um fim comum, uma simples colaboração só dignifica quem a
pratica.
Por último, desejo
falar dos técnicos com quem lidei mais de perto: os fisioterapeutas. São quatro
jovens: André, Bruno, João, Vítor; cada um, como é óbvio, com a sua quota de
pacientes.
Nunca me cansei de
observar a harmonia que reinava entre estes técnicos e as entreajudas, quando
ocorria, no tratamento de qualquer um dos enfermos, estivesse ou não a próprio
cargo.
Deixava-me ainda mais
surpreendida, e insisto neste pormenor, a paciência carinhosa como todos,
indistintamente, enfrentavam os casos mais difíceis - e havia tantos! Jamais um
gesto de enfado ou de menor respeito. Simplesmente, louváveis!
Quero terminar com um
agradecimento, muito, mas muito sincero, ao fisioterapeuta que me foi
destinado: Vítor Sousa. Não
esquecerei o modo sempre atencioso e gentil como me ajudou a superar os efeitos
da bastonada que o dia da Sexta-feira Santa 2013 me reservou. Seja técnica,
seja moralmente, fez com que tudo se encaminhasse para um excelente resultado.
Muitíssimo grata.
PS:
Normalmente, neste
blogue, não costumo falar de assuntos pessoais. Desta vez, porque se tratou de
algo absolutamente inesperado e com consequências até então inimagináveis, dei
livre curso à transcrição de pensamentos pouco vagabundos, mas sempre presentes
e teimosos.
5 Comments:
Muito obrigada D. Alda. Foi um prazer tê-la como nossa utente. Desejo-lhe tudo de bom.
Enfª Roberta Abreu
Este comentário foi removido pelo autor.
Muito obrigada D. Alda. Foi um prazer tê-la como nossa utente. Desejo-lhe tudo de bom.
Enfª Roberta Abreu
Boa Tarde, D. Roberta
Isto, sim, que é uma surpresa! Como chegou até aqui?
Muito obrigada pela sua gentileza.
Um beijinho
Alda
Boa Tarde, D. Roberta
Isto, sim, que é uma surpresa! Como chegou até aqui?
Muito obrigada pela sua gentileza.
Um beijinho
Alda
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