NEM TODAS AS ONG SÃO FILANTRÓPICAS?
Na Itália, a polémica
sobre a integridade humanitária de algumas “organizações não-governamentais”
(ONG) alargou-se e os partidos mais em sintonia com o populismo - a “Liga
Norte” na vanguarda – exploraram o facto para generalizar as acusações.
Não existem quaisquer
provas ou, como mínimo, actos de colaboração dúbia entre os socorristas e socorridos. Todavia, o Procurador de Catânia, Carmelo Zúccaro, asseriu; “Entre o pessoal das ONG, há figuras que não estão
muito em sintonia com as dos filantropos; seria útil individuar as fontes de
financiamento das ONG de existência mais recente. As finalidades da
solidariedade estão entre as mais nobres que o homem persegue (…). Mas neste
caso, há interesses em jogo que não provêm somente de quem é salvo”.
Já em Dezembro 2016,
o Financial Times, “citando fontes confidenciais”, denuncia “Possíveis
interacções entre ONG que operam no Mediterrâneo e traficantes de seres humanos”.
Não esqueçamos que
existem ONG absolutamente insuspeitáveis, como “Médicos sem Fronteiras”; “Save
the Children”; “SOS Mediterranée”, e tantas outras.
Poderá haver indivíduos
que, infiltrando-se em qualquer ONG de formação recente, ouse aproveitar-se das
circunstâncias para fins menos nobres. Todavia, acredito que este fenómeno,
absolutamente negativo, se localize num plano muito, mas muito excepcional.
Entre sexta e sábado
passados, foram recolhidos no mar, ao largo da costa líbia, cerca de 6.000
migrantes. É impressionante a foto publicada no jornal La Stampa - “traçado radar que mostra a situação à volta
de uma das embarcações de uma ONG empenhada no socorro no mar”.
Pode dizer-se que
isto é o trágico panorama, praticamente quase diário, que se verifica no Mediterrâneo.
Não se pode discordar
da opinião do Alto-Comissário para os Refugiados quando diz:
“É necessário enfrentar
os motivos que estão na base das migrações e, da mesma maneira, oferecer
alternativas seguras a estas perigosas travessias e às pessoas que têm necessidade
de protecção internacional, inclusive modos acessíveis e seguros para chegar à Europa
como reunificação familiar, recolocação e reinserção.
“Intervir antes que
as pessoas sejam capturadas e expostas a terríveis abusos por parte dos
traficantes na Líbia e noutros países de trânsito; e antes que embarquem para
atravessar o Mediterrâneo (…)”
Que mais podemos
acrescentar? Pobre gente! Que os seus países de origem, com o auxílio dos
países europeus e similares, resolvam os conflitos internos e desenvolvam uma
economia que os ponha ao abrigo da miséria e do atraso e, paralelamente, saibam
enfrentar mudanças climáticas que lhes criem problemas sérios.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home