SEJAM DIGNOS DE APLAUSOS OS JORNALISTAS CORAJOSOS
Gabriele Del Grande - Jornalista
Embora
sem alongar-me em apreciações fáceis de intuir, apenas quero registar a
solidariedade que me merece um jornalista italiano, Gabriele Del Grande, 35
anos, vive em Milão.
Este
jornalista é um estudioso dos fluxos de migrantes que se verificam no
Mediterrâneo. Está a escrever um livro sobre os refugiados sírios para o qual procura notícias
e todo o género de material que o enriqueçam.
"Fundador do blogue "Fortress Europe", recolhe e cataloga todos os eventos atinentes às mortes e naufrágios dos migrantes africanos no Mediterrâneo, tentando chegar a Itália".
No dia sete
chegou à Turquia e, imediatamente, se dirigiu para uma zona de fronteira com a
Síria.
No
dia nove foi detido pela polícia turca e submetido a um cerrado interrogatório. Retiraram-lhe todos os seus haveres e, durante dez dias, mantiveram-no em isolamento.Logo, sem qualquer direito a um advogado ou de entrar em contacto com o cônsul de Itália. Entrou em greve da fome.
Perante as insistências das autoridades italianas e de instituições internacionais, hoje foi libertado.
Foi recebido com a máxima alegria pelos seus familiares e grande satisfação daquelas instituições, nacionais e internacionais, que foram incansáveis para a obtenção deste resultado.
"Fui vítima de uma violência institucional. O que me sucedeu é ilegal: um jornalista privo da liberdade enquanto desenvolve um trabalho num país amigo. (...) Ainda não compreendi por que me detiveram. Quero afirmar que não me trataram mal e ninguém me faltou ao respeito. Fui detido por agentes em burguês".
Acabou a odisseia do jornalistas Gabriel Del Grande. E agora, pergunta-se: era necessário que um país que não podemos considerar "democracia das bananas" (ou podemos?) tivesse descido a estas manobras de mísera e velhaca administração da segurança social?
Resposta fácil: quando as aspirações totalitárias, e Erdogan é um bom exemplo, pretendem instalar as garras do poder, o "atrevimento jornalístico" é o primeiro perigo a combater. E o facto está explicado.
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