INIMIGOS DO QUE
PRETENDEM DEFENDER
Exactamente: é o que
sempre penso sobre os malfadados terroristas. Semeiam mortes e destruição em
nome do culto que professam, autonomeando-se defensores de um Deus que nunca
souberam interpretar no livro sagrado em que se inspiram ou dizem inspirar-se. Sendo
assim, glorificam ou insultam esse Deus que, segundo declaram, tão fortemente
os motiva?
Acredito que haja
imãs ou mesmo os muftis (os doutores da lei do Corão) que inculquem
procedimentos extremistas como única forma de servir a divindade. Sobram os
exemplos de terroristas que se vangloriam do prémio pós-morte que lhes é
reservado.
Mas também acredito
que na grande maioria das mesquitas, aliás, como em qualquer outro templo religioso,
vigore o equilíbrio, a seriedade, a sinceridade e o bom senso.
E como não duvido
desta realidade, pergunto: por que motivo a comunidade muçulmana não é a
primeira a rebelar-se, proclamando em voz bem audível e mundialmente, a sua
repulsa contra correligionários, ou quem por eles, que os representam deste
modo violento e, digamo-lo, malvado e cruel? Devemos sempre, e somente, contar vítimas
inocentes, no meio das quais nem as crianças são excluídas; uma excelente razão
para os expelir do credo que exibem.
Observando friamente
certas reacções, dir-se-ia que, em certas comunidades, provocam aquilo a que
chamaríamos aclamação pelo acto em causa. Será verdade? No ataque terrorista na
América de 11 Setembro 2001, em alguns países islâmicos houve quem dançasse de
alegria. Não os entendi.
Não se apercebem que
estes actos de terrorismo, nos países ocidentais, podem retorcer-se contra a
comunidade islâmica? Que, frequentemente, existe a tendência para a
generalização e pagam os justos pelo pecador?
É possível que muitos
autores destes dramas procedam, sobretudo, por motivos pessoais. É credível que
não devam ser casos raros. Ademais, não faltarão imitadores dos actos
terroristas mais comuns, talvez pelo simples motivo de passar à história. A
percentagem de imbecis maldosos, distribuída por todas as camadas sociais, é
sempre alta, infelizmente.
No atentado de
Estocolmo, no passado dia 07 deste mês, o homem que a polícia sueca deteve como
principal suspeito, de 39 anos e originário de Uzbequistão, a polícia descobriu
que é pai de 4 filhos e simpatizante do Estado islâmico. Em 2014 pedira
autorização de residência, mas foi-lhe negada em 2016 e devia ser expulso.
Foi detido por
“homicídio com carácter terrorífico”. Surgiu-me uma dúvida: embora simpatizante
do famigerado Estado Islâmico, não teria agido mais por uma vingança pessoal,
dada a recusa da autorização de residência, apoiando-se nas motivações
religiosas? Tudo pode caber, dentro do entendimento de espertalhões.
No
Egipto, e aqui,
sim, entra o fundamentalismo delituoso islâmico. È Domingo de Ramos e os
doutrinados do terror cometeram um duplo atentado a igrejas cristãs coptas.
Duas finalidades: provocar o maior número de vítimas; destruir templos
cristãos.
Segundo as
informações, o primeiro atentado foi a uma igreja na cidade de Tanta a norte do
Cairo, no delta do Nilo.
Na igreja estavam
cerca de 2 000 pessoas que assistiam à missa de Ramos. A explosão verificou-se
nas primeiras filas, na proximidade do altar. Houve 25 vítimas e 40
feridos.
O segundo atentado
verificou-se em Alexandria, a “capital” da igreja copta egípcia. A explosão foi por mão
de um camicase que se fez explodir diante do portão da igreja de S. Marcos. O
patriarca da igreja copta, Tawadros II, estava dentro do templo a celebrar a
missa. O ministro da Saúde egípcio acena a 11 mortos e 35 feridos.
Os atentados foram
reivindicados pelo ISIS, apelidado como os piores bárbaros do século XXI. Não é
uma classificação banal, pois reúnem todas as piores acepções que aquele termo
exprime.
Já é mais que tempo
pôr fim a aberrações que não podem ter cabimento em qualquer parte do mundo
civilizado. E insisto: agradar-me-ia ver a comunidade islâmica a elaborar as
melhores medidas neste sentido.
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