segunda-feira, abril 10, 2017

INIMIGOS DO QUE PRETENDEM DEFENDER

Exactamente: é o que sempre penso sobre os malfadados terroristas. Semeiam mortes e destruição em nome do culto que professam, autonomeando-se defensores de um Deus que nunca souberam interpretar no livro sagrado em que se inspiram ou dizem inspirar-se. Sendo assim, glorificam ou insultam esse Deus que, segundo declaram, tão fortemente os motiva?

Acredito que haja imãs ou mesmo os muftis (os doutores da lei do Corão) que inculquem procedimentos extremistas como única forma de servir a divindade. Sobram os exemplos de terroristas que se vangloriam do prémio pós-morte que lhes é reservado.
Mas também acredito que na grande maioria das mesquitas, aliás, como em qualquer outro templo religioso, vigore o equilíbrio, a seriedade, a sinceridade e o bom senso.

E como não duvido desta realidade, pergunto: por que motivo a comunidade muçulmana não é a primeira a rebelar-se, proclamando em voz bem audível e mundialmente, a sua repulsa contra correligionários, ou quem por eles, que os representam deste modo violento e, digamo-lo, malvado e cruel? Devemos sempre, e somente, contar vítimas inocentes, no meio das quais nem as crianças são excluídas; uma excelente razão para os expelir do credo que exibem.

Observando friamente certas reacções, dir-se-ia que, em certas comunidades, provocam aquilo a que chamaríamos aclamação pelo acto em causa. Será verdade? No ataque terrorista na América de 11 Setembro 2001, em alguns países islâmicos houve quem dançasse de alegria. Não os entendi.

Não se apercebem que estes actos de terrorismo, nos países ocidentais, podem retorcer-se contra a comunidade islâmica? Que, frequentemente, existe a tendência para a generalização e pagam os justos pelo pecador?

É possível que muitos autores destes dramas procedam, sobretudo, por motivos pessoais. É credível que não devam ser casos raros. Ademais, não faltarão imitadores dos actos terroristas mais comuns, talvez pelo simples motivo de passar à história. A percentagem de imbecis maldosos, distribuída por todas as camadas sociais, é sempre alta, infelizmente.

No atentado de Estocolmo, no passado dia 07 deste mês, o homem que a polícia sueca deteve como principal suspeito, de 39 anos e originário de Uzbequistão, a polícia descobriu que é pai de 4 filhos e simpatizante do Estado islâmico. Em 2014 pedira autorização de residência, mas foi-lhe negada em 2016 e devia ser expulso.

Foi detido por “homicídio com carácter terrorífico”. Surgiu-me uma dúvida: embora simpatizante do famigerado Estado Islâmico, não teria agido mais por uma vingança pessoal, dada a recusa da autorização de residência, apoiando-se nas motivações religiosas? Tudo pode caber, dentro do entendimento de espertalhões.

No Egipto, e aqui, sim, entra o fundamentalismo delituoso islâmico. È Domingo de Ramos e os doutrinados do terror cometeram um duplo atentado a igrejas cristãs coptas. Duas finalidades: provocar o maior número de vítimas; destruir templos cristãos.

Segundo as informações, o primeiro atentado foi a uma igreja na cidade de Tanta a norte do Cairo, no delta do Nilo.
Na igreja estavam cerca de 2 000 pessoas que assistiam à missa de Ramos. A explosão verificou-se nas primeiras filas, na proximidade do altar. Houve 25 vítimas e 40 feridos.

O segundo atentado verificou-se em Alexandria, a “capital” da igreja copta egípcia. A explosão foi por mão de um camicase que se fez explodir diante do portão da igreja de S. Marcos. O patriarca da igreja copta, Tawadros II, estava dentro do templo a celebrar a missa. O ministro da Saúde egípcio acena a 11 mortos e 35 feridos.

Os atentados foram reivindicados pelo ISIS, apelidado como os piores bárbaros do século XXI. Não é uma classificação banal, pois reúnem todas as piores acepções que aquele termo exprime.
Já é mais que tempo pôr fim a aberrações que não podem ter cabimento em qualquer parte do mundo civilizado. E insisto: agradar-me-ia ver a comunidade islâmica a elaborar as melhores medidas neste sentido.