O TEMA QUE SEMPRE
DEVERIA CAPTAR
A ATENÇÃO DE TODOS OS
PORTUGUESES
Mas o tema a que me
refiro navega, e sempre navegou, em pleno mar de indiferença da população
portuguesa - obviamente, com as devidas e não poucas excepções - e ainda bem.
No que me concerne, e
este blogue é disso testemunha, este é um assunto de grande envolvimento, pois
abrange um património nacional que respeito, estudei, estudo e jamais se
afastaria do meu interesse e perseverança em cultivá-lo.
Estou a referir-me ao nosso idioma, a nobre língua portuguesa que foi usada como mercadoria de
acordos por aqueles a que chamaram, muito acertadamente, “comerciantes de
palavras”, com a ratificação da Assembleia da República.
“O
presidente da Academia de Ciências de Lisboa, Artur Anselmo, vai hoje (dia 07 /
02 / 2017) à Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto
defender que o Acordo ortográfico de 1990 (AO90) deve ser revisto e melhorado e
que é possível fazê-lo sem rasgar o tratado
internacional que o sustenta…”
– jornal Público – Luís Miguel Queirós.
Este tratado
internacional abrange a Comunidade dos países de língua portuguesa (CPLP), mas Angola
ainda não o ratificou. Que finalidade pretende atingir? Não me falem da unificação
linguística, porque esse argumento é capcioso, portanto, digno de desprezo.
Existem as inevitáveis diferenças linguísticas
regionais e nacionais; o português do Brasil é o exemplo cabal deste fenómeno.
Rever e melhorar, mas que
partes das anomalias que impuseram, quando se trata, precisamente, de anomalias
que abastardaram a origem e evolução desta língua românica que é o português?
Onde esteve, por
exemplo, o cuidado com os fenómenos
fonéticos do português de Portugal? Cortando as consoantes diacríticas,
desprezaram esses fenómenos que caracterizam a nossa pronúncia. É esta uma das
facetas que deve ser revista? Resposta: não deve ser revista, mas eliminada. E
comecem por aí.
Certamente que a
Academia de Ciências de Lisboa não tem a mínima responsabilidade sobre um
acordo tão estúpido quanto inexplicável. Como entidade que deveria ter sido
ouvida em primeiro lugar, a Academia das Ciências nem sequer foi consultada.
Por aqui vemos a arrogância e ignorância da certa classe política que deu plena
aprovação a uma iniciativa que nos descaractirizava e diminuía.
E essa arrogância
permanece e manifesta-se, embora com amplas excepções.
Exprimo o que muito
desejaria fosse possível efectuar-se: o cancelamento do Acordo e deixar a
ortografia oficial como era antes deste devaneio linguístico. Na Assembleia da República,
se existem os semi-ignorantes da língua materna, que estudem bem a sua origem e
evolução. No futuro, seriam poupados ao País e ao seu património ofensas deste
género.
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