E NÓS, PORTUGUESES,
POR QUE NÃO
ORGULHARMO-NOS?
Guterres num acampamento de refugiados somalis em 2011
Não se tratou da
nomeação de um campeão de ténis, de xadrez ou similares, mas a do mais alto
cargo político mundial: Secretário-Geral das Nações Unidas.
Escolheram um
português. A minha satisfação e, acentuo, o meu orgulho é, acima de tudo, por
terem escolhido, entre vários candidatos/as, a pessoa mais competente e
adequada para o exercício de tal função.
“O
ex-primeiro ministro português combina ideais humanitários com pragmatismo e
dotes diplomáticos”. (La Stampa).
“Irina Bokova (búlgara), Helen Clark (Nova Zelândia), Kristalina
Georgieva (búlgara)… Nenhuma foi considerada sólida como Guterres que, entre os
seus encargos anteriores, também inclui o de presidente da Internacional
Socialista e, sobretudo, em 10 anos do ACNUR, demonstrou sageza e equilíbrio”.
(La Repubblica)
“A
imagem deste político português (Lisboa, 1949) engana; por detrás das suas
maneiras suaves, existe uma fé inquebrantável nos impossíveis e uma vontade de
ferro”. (El País)
Estas são três das múltiplas e idênticas
opiniões do que se pôde ler nos jornais internacionais. Todos afinaram pelo
mesmo diapasão: equilibrado, competente, pragmático, diplomata, “a figura mais
adaptada para navegar e mediar”, etc., etc..
Não houve combinações
diplomáticas nem os sólitos joguinhos políticos de potências que tudo devem
determinar, verificando-se um facto quase inédito: o acordo, por convicção, de Rússia
e USA por Guterres.
As decisões de
bastidores foram banidas, brilhou a transparência e foi designado um português,
única e simplesmente pelos seus méritos.
Não será um “Santo
António de Nova Iorque”, senhor João Miguel Tavares, - (Público de
08/10/2016). Ninguém quer santificar ninguém. Estamos felizes e orgulhosos
porque, mais uma vez, verificamos que este país tem valores e pessoas de valor.
E não pense que esta espécie de regozijo se manifeste somente em Portugal. É
comum a quem ama a sua terra, em qualquer parte do mundo.
Ainda uma última
consideração e sobre a nomeação de mulheres para altos cargos, como se
pretendia para o novo Secretário-Geral da ONU.
Perfeitamente de
acordo quando existem candidatos ou candidatas em circunstâncias iguais de
competência e qualidades. Que jamais predomine o machismo e escolha-se, sempre,
o candidato mais idóneo.
Nomeações baseadas em
alvitres sobre a oportunidade de se eleger uma mulher e de determinada zona,
isso é humilhante e nenhum ser feminino deveria aceitar esses preliminares: ou
sou competente e reúno as condições necessárias, paralelamente ao que é exigido a qualquer outro
candidato/a, ou não o sou. Ponto final.
PS. Houve um erro: no texto que publiquei ontem, escrevi Miguel Sousa Tavares em vez de João Miguel Tavares. Já foi corrigido (11/10/2016)
PS. Houve um erro: no texto que publiquei ontem, escrevi Miguel Sousa Tavares em vez de João Miguel Tavares. Já foi corrigido (11/10/2016)
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