AGOSTO, MÊS DE DOCE OCIOSIDADE
Quatro guardiães lindos e atentos
Chegámos ao mês de Agosto,
mês por excelência para interromper a os encargos de trabalho profissional e aqueles
empenhos imprescindíveis da quotidianidade - é justo dizer, todavia, que nem
para todos o mês de Agosto é ocasião para alhear-se das actividades normais.
Pode também
constituir um período para ocupar o cérebro com outras atracções ou com o
simplicíssimo dolce far niente. Como de
costume, neste período opto pela “doce ociosidade”. E sendo assim, interrompo,
por breve tempo, a minha conversa com o computador, deixando aqui os meus
guardiães em quem tanto confio. Incontestavelmente lindos!
Escrevi duas vezes o
vocábulo “período”. Veio-me agora ao pensamento o quanto, para mim, é sumamente
irritante ouvir tantos sabichões que se exprimem nos nossos canais televisivos,
entre os quais muitas figuras políticas, ignorar a tónica desta palavra e
mimosear-nos com o periúdo.
Devo confessar que
este tema, sobretudo no que concerne a ortografia, tornou-se uma quase
obsessão. Não aceito que pessoas com formação superior acolham, com vergonhosa
passividade, o abastardamento a que votaram o nosso idioma, quer no campo
ortográfico, quer ortofónico.
Mas temos a ortografia malaqueira, que mais
desejamos? Por que razão surpreendermo-nos se, nos jornais estrangeiros, quando
publicitam a aprendizagem de várias línguas, o símbolo do português é a
bandeira do Brasil?
Como é possível que
os grandes competentes na matéria aceitem, passiva e indiferentemente, a
destruição deste excelente património? Acordem! Reajam e defendam vigorosamente
o que é de todos os portugueses e não de um ousado e limitado grupo de
incompetentes! Sim, de incompetentes. Certas anomalias da “ortografia malaqueira”
jamais seriam consideradas por um bom conhecedor da língua portuguesa ou, acima de tudo, por um linguista bem preparado.
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