segunda-feira, julho 25, 2016

ENTREVISTA AO MINISTRO DA CULTURA
A COLECÇÃO MIRÓ

Uma entrevista ao Dr. Luís Filipe Castro Mendes que se pode e deve classificar como muito oportuna e convincente.
 Entrevistado por Inês Nadais e Lucinda Canelas; publicada ontem, domingo, no jornal Público.

A leitura do longo texto proporciona-nos esclarecimentos, da parte do Sr. Ministro, sobre temas importantes e de grande interesse no que concerne, obviamente, as actividades em campo cultural, artístico e científico.  

Primeira observação das jornalistas: “A passagem a ministério soava a uma aposta na Cultura, mas as restrições orçamentais parecem ter vindo contrariar essa intenção”.
O Ministro da Cultura responde:
 “O que me importa é o que está no Programa do Governo e nas declarações do chefe do Governo que põem claramente o eixo no conhecimento e na qualificação. Aí, Educação, Ciência e Cultura desempenham um papel fundamental, e a Cultura, em particular, na criação de cidadãos mais responsáveis, mais críticos, mais participativos, mais exigentes e, portanto, mais dotados para enfrentar os desafios globais do presente”. (O sublinhado é meu)

Oxalá que o último período da resposta constitua o ponto de força e perseverança da actividade de Luís Filipe Castro Mendes num ministério que, sem qualquer exagero, é um motor do progresso e prestígio do País. Com o orçamento necessário ou com restrições financeiras, tudo o que se puder fazer significa caminhar para a frente.

Agradeçamos ter um Ministro cuja cultura e competência estão à prova de bala derrotista, logo, saberá caminhar com os meios disponíveis. O nosso povo bem necessita de quem o esclareça, a fim de melhor assimilar conhecimentos que o arranquem de apatias ou indiferença pelo que o rodeia.

Colecção Miró, a belíssima colecção Miró que estava estupidamente condenada a ser mercadoria de leiloeiros. Sim, uso o vocábulo “mercadoria”, pois foi assim que, de início, consideraram o conjunto de 85 obras de arte - óleos, desenhos e guaches - de um dos grandes pintores contemporâneos. 
No próximo Outono serão expostas no Museu de Serralves. Espero ser um dos primeiros visitantes.

Depois de expostas em Serralves, para onde vão as obras? E quem é que decide as que ficam no país e as que podem ser vendidas?”
Resposta de Castro Mendes:
Quem decide é o Governo. Terá de se fazer uma avaliação. As obras já estão catalogadas e a exposição vai ajudar (a fazer esta avaliação), porque vêm os melhores peritos em Miró. A partir daí, é desejo do Governo que as obras fiquem no Porto”.

Oxalá que todas as entidades responsáveis, e não só, da cidade do Porto saibam ponderar o que significa hospedar, permanentemente, as 85, isto é, todas as obras do grande Miró. Que façam compreender ao Governo que este tesouro é propriedade do país. Tesouros desta natureza não têm nacionalidades, quer o autor seja ou não português.
Coragem, Porto!