OS
INSACIÁVEIS
"Caluda!! Qual ética, qual decência, qual moralidade? É a ética que deve concordar com a minhas conveniências" - assim diria o Sr. Durão Barroso.
Desde
a monstruosidade de Nice ao falido golpe de Estado na Turquia, a semana passada
é para não esquecer.
Dificuldade
a exprimir-me sobre o horror de Nice. Precisamente porque é um horror, dispensa
comentários repetitivos.
A
insaciabilidade destes monstros, que de pessoas normais se transformaram em
imoladores, indiscriminadamente, de vidas humanas, foge a toda e qualquer
compreensão.
Pode
explicar-se pela pura malvadez, logo, está explicada por natureza? Não chega. Morre-se
por um rito dos jihadistas. Horrendo!
E
agora um pouco de ironia sobre o golpe militar turco, embora lamentando
sinceramente as perdas humanas que daí resultaram.
Seguindo
os eventos, é inegável que o Sr. Erdogan
rejubila: qual melhor oportunidade para efectuar todas aquelas depurações que
robustecerão o poder autoritário que tem vindo a construir?
Como
tantos sugerem, não seria uma comédia arquitectada pelo próprio Erdogan? Não
surpreenderia. Poder, poder, sempre o poder: insaciáveis!
Mas há outros géneros, mais comuns, de
insaciáveis. Estes localizam-se no reino da política onde, frequentemente, o
conceito de ética é ignorado e a insaciabilidade surge no seu pior aspecto. È a
um personagem desta espécie que desejo dar um relevo especial:
Vinte
meses após ter dito adeus à presidência da Comissão Europeia, o Sr. Durão Barroso aceitou o cargo de
presidente não executivo do Goldman
Sachs, o importante e famoso banco de triste memória na crise
económico-financeira europeia e que ainda perdura. Não lhe bastavam os úteis e
actividades a que dedica e dedicava o seu tempo.
“José
Manuel (Durão Barroso) traz imensos conhecimentos e experiência para o Goldman
Sachs, além de um profundo conhecimento da Europa”…, assim se
exprimiram representantes do Goldman Sachs International.
A
notícia ribombou dentro e fora da Europa; as críticas explodiram com maior estrondo.
Os jornais têm sido pródigos em noticiar os comentários de condenação e nenhum
deles se caracteriza por eufemismos: “moralmente inaceitável”, falta de ética, vergonha
e dignidade, indecente conflito de interesses etc., etc..
Contudo, a qualificação
mais insólita, conferida a Durão Barroso, provém da “Liga dos Optimistas do Reino da Bélgica”, liga a que aderiram pessoas
das mais diversas categorias sociais: www.liguedesoptimistes.be.
A
finalidade da liga é promover “a evolução
da mentalidade dos habitantes da Bélgica em direcção de um maior optimismo e
reforçar o entusiasmo, o bom humor, o pensamento positivo, a audácia e o
empreendimento, a tolerância, assim como o acordo entre os cidadãos e as
comunidades”.
Instituíram
o “Prémio Internacional para a Ordinarice”. Assim, o “Primeiro Prémio Internacional para a Ordinarice”, neste ano de
2016, foi atribuído a José Manuel Durão
Barroso.
Motivação: “Pela
indecência da sua traição ao interesse comum europeu, do qual foi o mais alto
dignitário de 22 de Novembro 2004 a 03 de Novembro 2014”.
Apesar
do culto pelo optimismo, mesmo nas pequenas coisas, … “Talvez este período económico tenha feito perder um pouco de optimismo
e é necessário apontar o dedo contra alguém: o 2016 é o ano de Durão Barroso a
quem também é dedicada uma frase do humorista francês Guy Bedos: «A ordinarice
não se pode improvisar: É-se ordinário. Nasce-se Ordinário. Trata-se de uma
debilidade da alma» - Fúlvio Cerutti
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