“A EUROPA VIRA À
DIREITA:
A ALMA NEGRA DA UE”
Após as tragédias que,
no século passado, arrasaram a Europa, sempre acreditei que este nosso
Continente escolhesse o percurso constante da prosperidade, tranquilidade,
equilíbrio e das boas relações dentro e fora do Continente. Estará tudo isto
ameaçado por direitas patrioteiras e conflituosas? Vejamos a análise do jornal
italiano La Repubblica:
“A Direita extremista
do “Partido da Liberdade da Áustria” (FPO) voa nas eleições austríacas,
confirmando a avançada geral em todo o velho Continente pelos movimentos
populistas, xenófobos, e eurocépticos. No governo ou no Parlamento, as direitas
têm reforçado as suas posições em grande parte da Europa."
República
Checa: A poucos
dias das eleições parlamentares de 20 e 21 deste mês de Outubro, parece que
nada pode travar a corrida do empresário multimilionário e proprietário de
vários jornais, Andrej Babis, líder
do movimento populista Ano 2011 (Aliança dos cidadãos descontentes).
O movimento anti-establishment, de tons radicais
sobre os migrantes, tem sido apresentado com grandes vantagens nas sondagens,
não obstante, no passado, acusações e suspeitas tenham constrangido Babis a
demitir-se de ministro das Finanças.
"Alemanha: “Alternative fuer Deutschland”
(AfD) é o terceiro partido no país; com mais de 13% dos votos nas eleições de
Setembro, pela primeira vez fez o seu ingresso o Bundestag com 94 deputados
sobre um total de 630. Nos Land
orientais, o AfD impôs-se como segundo partido, mas o primeiro na Saxónia com
27% dos votos."
França:
A líder do “Front National (FN)”, Marine Le Pen, chegou ao segundo
escrutínio, ao desempate com Emmanuel Macron nas eleições de Abril, obtendo um
histórico 21,53%. Mas depois, FN
ficou-se nos 13,2% nas legislativas de Junho, obtendo, todavia, oito assentos
no Parlamento relativamente aos dois da passada legislatura.
"Hungria: O partido Jobbik tinha obtido para
além de 20% de votos nas políticas de Abril 2014 e permanece o partido de
extrema-direita mais representado num parlamento europeu. A formação, segundo
as sondagens, aposta em tornar-se no primeiro partido do país nas próximas
eleições de 2018. O primeiro-ministro Viktor
Orban, da direita nacionalista e anti-imigração, está à cabeça de Fidesz de marca nacionalista e
eurocéptica que, não obstante entre na família europeia do PPE, frequentemente
trava duras confrontações cm Bruxelas."
Holanda: Nas eleições de Março passado, o “Partido para a Liberdade” (PVV) de Geert
Wilders, anti-UE e anti-imigrantes, chegou em segundo lugar, atrás de Mark Rutte (33 assentos). Ganhou 13,1%
de votos, obtendo 20 parlamentares – mais cinco em relação a 2012.
Eslováquia:
Um em cada cinco
eleitores votou extrema-direita nas políticas de Março. O “Partido Nacional
Eslovaco” (SNS) de Marian Kotleba, neonazi,
obteve além de 8% e faz parte da coalizão de governo com três ministros.
"Polónia: Resultado plebiscitário em Outubro
2015 para o partido nacionalista
ultraconservador, “Justiça e Liberdade” (PIS), fundado pelos irmãos
Kaczynsk, no poder com o primeiro-ministro Beata
Szydlo, decididamente em rota de colisão com Bruxelas."
Finlândia: O partido de direita dos “Verdadeiros
Finlandeses” está na coalizão de Governo formada pelo primeiro-ministro
centrista Juha Szydlo em 2015. Timo Soini, o líder do movimento que
fez do eurocepticismo o seu principal documento eleitoral, é ministro dos
Negócios Estrangeiros e dos Negócios Europeus.
Dinamarca:
O xenófobo “Partido
do Povo Dinamarquês” (DF) confirmou-se
segunda força política nas eleições de 2015 com 21,1% de votos. O
primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen
deixou-o fora do governo.
Grécia: Em 2015, os neonazis de “Alba
Dourada” obtiveram mais de 7% dos votos e representam a terceira força
política.
Bélgica: Desde Outubro 2014 estão na
coalizão de governo os nacionalistas flamengos da N-VA do presidente da Câmara de
Antuérpia, Bart De Wever.
Obteve 33% dos votos
e tem em mira a independência da Flandres.
La
Repubblica – 16 Ottobre 2017
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