terça-feira, outubro 17, 2017

“A EUROPA VIRA À DIREITA:
A ALMA NEGRA DA UE”

Após as tragédias que, no século passado, arrasaram a Europa, sempre acreditei que este nosso Continente escolhesse o percurso constante da prosperidade, tranquilidade, equilíbrio e das boas relações dentro e fora do Continente. Estará tudo isto ameaçado por direitas patrioteiras e conflituosas? Vejamos a análise do jornal italiano La Repubblica:  

“A Direita extremista do “Partido da Liberdade da Áustria” (FPO) voa nas eleições austríacas, confirmando a avançada geral em todo o velho Continente pelos movimentos populistas, xenófobos, e eurocépticos. No governo ou no Parlamento, as direitas têm reforçado as suas posições em grande parte da Europa."

República Checa: A poucos dias das eleições parlamentares de 20 e 21 deste mês de Outubro, parece que nada pode travar a corrida do empresário multimilionário e proprietário de vários jornais, Andrej Babis, líder do movimento populista Ano 2011 (Aliança dos cidadãos descontentes).
O movimento anti-establishment, de tons radicais sobre os migrantes, tem sido apresentado com grandes vantagens nas sondagens, não obstante, no passado, acusações e suspeitas tenham constrangido Babis a demitir-se de ministro das Finanças.

"Alemanha: “Alternative fuer Deutschland” (AfD) é o terceiro partido no país; com mais de 13% dos votos nas eleições de Setembro, pela primeira vez fez o seu ingresso o Bundestag com 94 deputados sobre um total de 630. Nos Land orientais, o AfD impôs-se como segundo partido, mas o primeiro na Saxónia com 27% dos votos."

França: A líder do “Front National (FN)”, Marine Le Pen, chegou ao segundo escrutínio, ao desempate com Emmanuel Macron nas eleições de Abril, obtendo um histórico 21,53%. Mas depois, FN ficou-se nos 13,2% nas legislativas de Junho, obtendo, todavia, oito assentos no Parlamento relativamente aos dois da passada legislatura.

"Hungria: O partido Jobbik tinha obtido para além de 20% de votos nas políticas de Abril 2014 e permanece o partido de extrema-direita mais representado num parlamento europeu. A formação, segundo as sondagens, aposta em tornar-se no primeiro partido do país nas próximas eleições de 2018. O primeiro-ministro Viktor Orban, da direita nacionalista e anti-imigração, está à cabeça de Fidesz de marca nacionalista e eurocéptica que, não obstante entre na família europeia do PPE, frequentemente trava duras confrontações cm Bruxelas."

Holanda: Nas eleições de Março passado, o “Partido para a Liberdade” (PVV) de Geert Wilders, anti-UE e anti-imigrantes, chegou em segundo lugar, atrás de Mark Rutte (33 assentos). Ganhou 13,1% de votos, obtendo 20 parlamentares – mais cinco em relação a 2012.

Eslováquia: Um em cada cinco eleitores votou extrema-direita nas políticas de Março. O “Partido Nacional Eslovaco” (SNS) de Marian Kotleba, neonazi, obteve além de 8% e faz parte da coalizão de governo com três ministros.

"Polónia: Resultado plebiscitário em Outubro 2015 para o partido nacionalista  ultraconservador, “Justiça e Liberdade” (PIS), fundado pelos irmãos Kaczynsk, no poder com o primeiro-ministro Beata Szydlo, decididamente em rota de colisão com Bruxelas."

Finlândia: O partido de direita dos “Verdadeiros Finlandeses” está na coalizão de Governo formada pelo primeiro-ministro centrista Juha Szydlo em 2015. Timo Soini, o líder do movimento que fez do eurocepticismo o seu principal documento eleitoral, é ministro dos Negócios Estrangeiros e dos Negócios Europeus.

Dinamarca: O xenófobo “Partido do Povo Dinamarquês”  (DF) confirmou-se segunda força política nas eleições de 2015 com 21,1% de votos. O primeiro-ministro Lars Lokke Rasmussen deixou-o fora do governo.

Grécia: Em 2015, os neonazis de “Alba Dourada” obtiveram mais de 7% dos votos e representam a terceira força política.

Bélgica: Desde Outubro 2014 estão na coalizão de governo os nacionalistas flamengos da N-VA do presidente da Câmara de Antuérpia, Bart De Wever.
Obteve 33% dos votos e tem em mira a independência da Flandres.
La Repubblica – 16 Ottobre 2017