terça-feira, novembro 07, 2017

 “AVEIRO, A VENEZA DE PORTUGAL”

A jornalista Lívia Fabietti escreveu, no jornal La Stampa, um artigo sobre a “risonha cidade portuguesa”, isto é, Aveiro. Uma descrição linda e atractiva.
E quando leio, na imprensa estrangeira, algo que enaltece o que quer que seja de Portugal, impõe-se-me a transcrição neste espaço. E sendo assim, vejamos as opiniões da Sra. Fabietti:

«A vida é uma grande tela, e deverias derramar sobre ela todas as cores que podes» - disse Danny Kaye. As cores, todavia, não são apenas as que se encontram nas telas dos pintores. Estão em todo o lado e têm um grande poder: raptam os olhos e a mente. Sabem-no bem os viajadores, e não somente porque mitigam a sede de ocasiões para a máquina fotográfica. Encantam, oferecendo simplesmente agradáveis sensações.
Em Aveiro, pitoresca cidade situada na parte centro-setentrional de Portugal, os motivos são tantos (e coloridos) que permitem enamorar-se desta realidade ainda estranha ao turismo de massa."

Aveiro, a Veneza de Portugal. A impressionar, em primeiro lugar, é a sua espessa rede de canais que lhe permitiu ganhar o apelativo de Veneza de Portugal. Assim como a bela lagunar tem as suas gôndolas, Aveiro tem os «moliceiros», variegadas embarcações de madeira reavivadas (tanto a popa como a proa) da presença de alegres desenhos e ditos populares. Se, no passado, eram usadas para a recolha de uma planta aquática conhecida como «moliço», hoje estes barcos são um meio de transporte apreciado pelo turismo fluvial.

"Um passeio a bordo é necessário. Permite viajar no tempo e admirar a cidade através de outra perspectiva. A fim de alargar os horizontes, é possível tomar parte num dos tantos percursos que permitem descobrir, amplamente, a Ria de Aveiro.
«É um corpo vivo que une a Terra ao mar como um imenso coração» - assim a definiu o escritor português José Saramago. É uma dimensão mágica que encanta, sobretudo os amantes do birdwatching, visto que é o habitat natural de inúmeras aves. Podemos admirar flamingos, garças e exemplares de espécie protegida como, por exemplo, a garça vermelha."

Dizer Portugal significa falar também dos seus azulejos, os típicos ladrilhos em cerâmica gradas á arquitectura português que vestem (principalmente) de branco, amarelo e de azul muitos dos seus edifícios citadinos como os da estação, onde admirar a maior colecção ao ar livre de azulejos de Aveiro.

Na Costa Nova do Prado as casas estão em fila: os «palheiros». Segundo parece, os moliceiros não são a única característica de cor que atrai os turistas. Ao longo da costa, quando chegamos a Costa Nova do Prado, descobre-se uma localidade balnear pitoresca, famosa pelos seus «palheiros»: impossível não notá-los e, sobretudo, não ficarmos encantados.

As casinhas, alinhadas umas junto às outras, foram construídas no séc. XIX e foram utilizadas pelos pescadores como depósito para guardar as redes e outros apetrechos de trabalho. Difícil acreditar, mas, a dizer pouco, as que hoje têm um aspecto de fábula, inicialmente eram muito modestas. Quando o turismo iniciou a tomar forma despiram-se do seu aspecto espartano de palha e canas para se transformarem em habitações de grande impacto visual. A destacar-se, efectivamente, são as linhas verticais das fachadas coloridas, ora de um vermelho vivaz ou de um aceso amarelo ou, ainda, em azul e verde. Pura poesia”.  -  Livia Fabietti - La Stampa, 03 / 11 / 2017