RACISMO: SENTIMENTO
EXECRÁVEL
O termo racismo,
normalmente, refere-se a sentimentos discriminatórios no hemisfério da criatura
humana.
Alimentando este
sentimento, o que se demonstra? Acima de quaisquer outras interpretações, avulta
um triste limite das tão famosas “células cinzentas” do Sr. Poirot de Agatha de
Christie.
Enfim, uma estupidez inadmissível numa pessoa
de inteligência normal que albergue concepções que desdenhem de um seu
semelhante, somente porque este apresenta características étnicas diferentes.
Diferentes, sim, mas humanas
e sempre, sempre, um nosso semelhante.
Aqui estão as razões
por que detesto pessoas que alimentem sentimentos deste género. Se querem odiar
alguém, odeiem-no por uma justificada antipatia, por possíveis crimes cometidos
ou algo semelhante; jamais pela cor da pele ou por qualquer outro aspecto
físico. Jamais!
E agora um caso demonstrativo da maldade pela pura maldade e o exemplo admirável e corajoso de
um médico.
Numa localidade do
norte de Itália, os moradores da aldeia de 400 habitantes, “Roata Canale”
(Cúneo), recusaram o acolhimento de imigrantes que deveriam ser hospedados nos
locais da paróquia.
Este projecto de
acolhimento não teve o agrado geral. Muitos habitantes protestaram e, num pequeno
cartaz explícito, colocado bem à vista na paróquia, avisaram:
“Isto não é um conselho, é uma
ameaça: nós não queremos os negros”.
O médico de um
hospital da cidade de Cúneo, Dr. Corrado
Lauro, tomando conhecimento desta atitude, no Facebook deixou uma mensagem,
explicando: “Começa assim a minha resistência”:
“Aos
habitantes da aldeia de Cuneo que expuseram o cartaz «Nós não queremos os
negros» comunico que não entendo prestar-lhes alguma intervenção sanitária,
excepto em caso de imediato risco de vida ou se configurassem as condições de
uma denúncia do crime de omissão de socorro. Sois, portanto, convidados a
dirigir-vos a um outro profissional mais qualificado”.
Com eleições
autárquicas em curso, o centro-direita contestou a decisão do médico e nasceu a
polémica. O Dr. Corrado Lauro limitou-se a escrever na sua página Facebook:
Perdoai-me, devo apagar os reflectores e tornar aos meus pacientes”
Porém, os vinte e quatro
refugiados não serão recebidos. Venceu a intolerância daqueles habitantes
e o pároco, com a colaboração do bispo, declarou, durante a missa, que “Não existem
condições ambientais para
realizar o processo de abrigo com a utilização dos locais da casa das obras
paroquiais”.
A expressão “Não existem condições ambientais” brilha
como um eufemismo excessivamente benévolo para quem só demonstrou um
primitivismo animalesco, intolerável num país de elevada civilização.
Moral da história?
Habitantes fechados aos sofrimentos alheios, à solidariedade e a um humanismo
sempre pronto a dar a mão a quem dela necessite.
Serviria a leitura atenciosa dos vários serviços
jornalísticos sobre as violências, violações e furto dos bens dos refugiados pelos
traficantes de seres humanos, durante o percurso, sobretudo na Líbia, até
desembarcarem na Itália.
Esta leitura talvez conseguisse iluminar e esclarecer estes
cérebros obtusos, conduzindo-os para sentimentos altruístas que tão úteis seriam
nestas circunstâncias ou similares.
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