SE ISTO SÃO CRIATURAS
HUMANAS!
Uma criança grata aos soldados que libertam Mossul
Que me perdoe Primo Levi se me atrevo a parafraseas o seu famoso "Se isto é um homem", embora deseje aludir, exclusivamente, às baixezas de tantos seres humanos que elevam estandartes de nobres causas como justificação para actos abjectos.
Nestas últimas semanas, seguindo o que se passa em Mossul – apenas para citar a última barbaridade que ocorre naquelas regiões - o horror é o único sentimento que nos assalta, perante crianças e mulheres que fogem aterrorizadas ou assassinadas pelos covardes do Estado Islâmico: sim, este é o exemplo perfeito do que é a covardia no seu esplendor. Uma covardia, obviamente, aliada às piores atrocidades que uma criatura humana é capaz de inventar.
Nestas últimas semanas, seguindo o que se passa em Mossul – apenas para citar a última barbaridade que ocorre naquelas regiões - o horror é o único sentimento que nos assalta, perante crianças e mulheres que fogem aterrorizadas ou assassinadas pelos covardes do Estado Islâmico: sim, este é o exemplo perfeito do que é a covardia no seu esplendor. Uma covardia, obviamente, aliada às piores atrocidades que uma criatura humana é capaz de inventar.
Matam e escravizam
mulheres, assassinam milhares de crianças de várias idades assim como homens
desarmados, pacíficos. Que valentia!
Executam estas
“proezas” para aterrorizar? Sem dúvida, mas continuam covardes. Assassinar,
sobretudo mulheres, crianças e pessoas indefesas, não existe nenhuma causa, por
mais nobre que seja, que justifique estas torpezas.
Mas existe outra espécie
de covardia destes valentões que, além de indignar, provocam um asco
insuportável: quando atacados e em má situação, usam a população inocente como
um muro de defesa. A muralha da vilania!
Esperemos que Mossul seja libertada.
Os tempos evoluem, as consciências saem das
brumas e enaltecem-se, os costumes regeneram-se e adequam-se a um civismo
elevado. Mas surge a covardia armada de símbolos, e o tempo pára.
Criticam a União
Europeia pela indiferença que demonstra relativamente a estas tragédias no
Médio Oriente. Nada se espere, pois que a União tem, ela mesma, uma espécie de
terrorismo que lhe capta, anualmente, a atenção total: os Orçamentos de Estado. Haja
compreensão!
Recep
Tayyip Erdogan,
presidente da Turquia. Digo, sem ambages, que detesto aquele indivíduo.
Como soe dizer-se, o
poder subiu-lhe à cabeça. O homenzinho, rodeado de servidores bem escolhidos,
entende que deve ser o ditador iluminado de uma Turquia islâmica.
Todos os pretextos servem para fechar jornais
e enclausurar jornalistas; destituir milhares de funcionários competentes e
ocupando altos cargos em todos os ramos do Estado. Por fim, não perde ocasião
de atacar a comunidade curda, com razão ou sem ela: a covardia do forte.
Regra geral, em qualquer país – salvo
excepções - a ignorância constitui a maioria. Logo, alicia os ignorantes e reina. Nisto, Erdogan é mestre.
Sismo
no Centro Itália. Uma
catástrofe que se repete. O terramoto dos últimos dias de Outubro semeou
profundas ruínas, destruindo habitações igrejas, edifícios públicos e um
elevado património artístico. Felizmente, desta vez, não houve vítimas mortais,
mas tanta infelicidade e pavor.
No dia 30 de Outubro
passado, através dos microfones de Rádio
Maria – uma emissora católica que, com 850 repetidores, cobre todo o
território italiano – padre Giovanni Caválcoli, na sua intervenção mensal e
aludindo ao terramoto, esclareceu:
“Do ponto
de vista teológico, estes desastres são uma consequência do pecado original,
embora a palavra não agrade (…) Chego ao ponto, castigo divino. Estas ofensas à
família e à dignidade do matrimónio, as uniões civis, chamemos-lhe castigo divino”.
A população esmagada
pelo terramoto deve padecer o castigo divino por culpa das uniões homossexuais
ou quaisquer outras uniões civis. O teólogo e frade dominicano, padre
Caválcoli, dixit.
Perante este conceito
estúpido e intolerável, a condenação do Vaticano foi imediata: “É um juízo de um paganismo sem limites”. Mas
as reprovações foram gerais.
O director de Rádio
Maria tomou a decisão justa: “Rádio Maria
crê inaceitável a posição de padre Giovanni Caválcoli em relação ao terramoto e
suspende-o da sua transmissão mensal”. O contrário seria inadmissível.
Mas polémicas ou não, padre Giovanni não desmoraliza: "Escutando de novo as minhas palavras, no fim de contas, a minha opinião é legítima".
Que Deus acuda a estes tradicionalistas sem cérebro... para não lhes chamar imbecis.
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