PRINCÍPIOS DE NOVEMBRO:
COMO SEMPRE, AS
SAUDADES IMPÕEM-SE
Henri Fantin-Latour, cesto de rosas
Queremos atenuá-las,
transformá-las em doces recordações, mas, como sempre exponho e no que me
concerne, não consigo.
Relembremos “Quadras ao gosto popular” do nosso
Fernando Pessoa:
Saudades, só
portugueses
Conseguem senti-las
bem,
Porque têm essa
palavra
Para dizer que as
têm.
A terra é sem vida, e
nada
Vive mais que o
coração…
E envolve-te a terra
fria
E a minha saudade
não!
Depois da dia vem a
noite,
Depois da noite vem o
dia
E depois de ter
saudades,
Vêm as saudades que
havia.
E enquanto houver
memória, sobretudo memórias tristes e sempre com o aguilhão pronto a avivá-las,
as saudades que “só os portugueses conseguem senti-las bem”, aqui, reflectem os
retratos permanentes dos nossos entes queridos que partiram. Paz para eles e
para quem nunca os esquecerá: o cesto de rosas de Fantin-Latour acompanha as outras flores reais.
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