MÉDIO ORIENTE - PERGUNTAS…
Para as quais busco respostas. Para as quais gostaria que as várias reacções oficiais, antes de se exprimirem, as considerassem e as apresentassem, já esclarecidas, à opinião pública.
Penso que se assim fizessem, condenações de sentido quase único seriam mais ponderadas e não se observaria a omissão de realidades graves. Esta é a minha opinião, obviamente.
Eis as perguntas:
No post anterior, concordei plenamente com as palavras de bom senso de António Padellaro. Não concordo, no entanto, com a referência ao "caminho errado do exército israelita e que este não encontra a via do regresso".
Será mesmo assim? Ou o Tsahal está determinado a acabar com o Hezbollah (ou debilitá-lo), a estrada conhece-a bem e só esperava uma causa para a enveredar?
É credível que o Mossad desconhecesse a verdadeira entidade do armamento amontoado além fronteiras? Eu não creio
Qual a verdadeira missão dos observadores da ONU no sul do Líbano?
Um contingente de 1900 homens que de há vinte anos vigiava as fronteiras do Líbano com Israel (Unifil – United Nations Interim Force in Lebanon).
Vigiando, certamente estava ao corrente dos preparativos de guerra do Hezbollah. Conhecia os vários túneis, galerias subterrâneas que eles iam escavando de há seis anos e a acumulação de milhares de mísseis e outro material bélico (contra a resolução da ONU que decreta o desarmamento dos Hezbollah) e bem sabendo, de igual modo, que tais factos pressupunham ataques ao país vizinho, Israel. Se nada observaram, devemos inferir que estavam ali como representantes da ONU, mas simplesmente para marcar presença, o que também não creio.
De tudo isto, por que razão não houve uma severa e persistente denúncia pública da parte do Sr. Kofi Annan? Para que serviam, então, os observadores?
Não há nenhum jornal internacional de referência que não aluda aos métodos de guerra bárbaros do Hezbollah (ou de quaisquer outros grupos terroristas): servirem-se dos civis como escudo, dispersando-se entre a multidão; instalar lançamento de mísseis nas zonas mais povoadas – condomínios, hospitais, mesquitas, etc. - organizando ataques e bem prevendo que a reacção de Israel irá, fatalmente, atingir esses civis. Obviamente, é isso mesmo o que pretendem para uma posterior e macabra propaganda.
Não é só a imprensa mundial e os israelitas que acusam tais métodos: testemunhos, in loco, denunciam esta táctica aberrante, assim como a acção do Hezbollah que impedia, à força, que os civis abandonassem as zonas de guerra. Incrível!
Por que motivo as vozes mais autorizadas internacionais são tão solícitas a carimbar a violência israelita como crimes de guerra e omitem a execração do modus operandi Hezbollah, tão cruel quanto cínico e revoltante?
Não quero atenuar responsabilidades de Israel, porém, surge-me outra pergunta:
Como deve defender-se qualquer estado, atacado com tais métodos, sem provocar danos colaterais? Algum iluminado pode esclarecê-lo? Acho o caso bicudo!
Por que não se expressou, com veemência, o máximo desdém contra a iniciativa Hezbollah, preferindo condenar, quase exclusivamente, a “desproporção” da reacção israelita?
Estou a lembrar-me de um conceito, lido há tempos, de Alan Dershowitz (advogado famoso e professor de direito na Universidade de Harvard) que, se não recordo mal, dizia: “Israel é o estado judaico e o judeu das nações”! Assim parece!...
Qual acção bélica é mais repugnante?
Já sei que todas as guerras são repugnantes, e as acções terroristas mais repugnantes ainda; todavia, observar que foi estranhamente diminuída, se não postergada, uma condenação pública - bem clara, planetariamente divulgada e dando-lhe o máximo relevo - da crueldade e velhacaria dos métodos Hezbollah, sobretudo nesta guerra, isso ultrapassa a minha compreensão. Choca-me, repito, o escasso relevo que se dá a este aspecto da questão.
O Líbano é um estado normal ou uma república caótica onde cada etnia, com toda a naturalidade, faz o que muito bem lhe apetece e qualquer fanatismo organizado promove guerras, quais profissionais da violência, sem se incomodar das consequências trágicas para o próprio país? São libaneses ou mercenários que fazem daquele país terra de ninguém?
Só nos falta ser testemunhas da consagração do Hezbollah como legítimos defensores do Líbano e nobres paladinos dos palestinianos. Pobre Palestina! Desgraçado Líbano!
Para que servem as forças armadas do Líbano?
Haveria tantas outras perplexidades; fico-me por aqui.
Alda M. Maia
Para as quais busco respostas. Para as quais gostaria que as várias reacções oficiais, antes de se exprimirem, as considerassem e as apresentassem, já esclarecidas, à opinião pública.
Penso que se assim fizessem, condenações de sentido quase único seriam mais ponderadas e não se observaria a omissão de realidades graves. Esta é a minha opinião, obviamente.
Eis as perguntas:
No post anterior, concordei plenamente com as palavras de bom senso de António Padellaro. Não concordo, no entanto, com a referência ao "caminho errado do exército israelita e que este não encontra a via do regresso".
Será mesmo assim? Ou o Tsahal está determinado a acabar com o Hezbollah (ou debilitá-lo), a estrada conhece-a bem e só esperava uma causa para a enveredar?
É credível que o Mossad desconhecesse a verdadeira entidade do armamento amontoado além fronteiras? Eu não creio
Qual a verdadeira missão dos observadores da ONU no sul do Líbano?
Um contingente de 1900 homens que de há vinte anos vigiava as fronteiras do Líbano com Israel (Unifil – United Nations Interim Force in Lebanon).
Vigiando, certamente estava ao corrente dos preparativos de guerra do Hezbollah. Conhecia os vários túneis, galerias subterrâneas que eles iam escavando de há seis anos e a acumulação de milhares de mísseis e outro material bélico (contra a resolução da ONU que decreta o desarmamento dos Hezbollah) e bem sabendo, de igual modo, que tais factos pressupunham ataques ao país vizinho, Israel. Se nada observaram, devemos inferir que estavam ali como representantes da ONU, mas simplesmente para marcar presença, o que também não creio.
De tudo isto, por que razão não houve uma severa e persistente denúncia pública da parte do Sr. Kofi Annan? Para que serviam, então, os observadores?
Não há nenhum jornal internacional de referência que não aluda aos métodos de guerra bárbaros do Hezbollah (ou de quaisquer outros grupos terroristas): servirem-se dos civis como escudo, dispersando-se entre a multidão; instalar lançamento de mísseis nas zonas mais povoadas – condomínios, hospitais, mesquitas, etc. - organizando ataques e bem prevendo que a reacção de Israel irá, fatalmente, atingir esses civis. Obviamente, é isso mesmo o que pretendem para uma posterior e macabra propaganda.
Não é só a imprensa mundial e os israelitas que acusam tais métodos: testemunhos, in loco, denunciam esta táctica aberrante, assim como a acção do Hezbollah que impedia, à força, que os civis abandonassem as zonas de guerra. Incrível!
Por que motivo as vozes mais autorizadas internacionais são tão solícitas a carimbar a violência israelita como crimes de guerra e omitem a execração do modus operandi Hezbollah, tão cruel quanto cínico e revoltante?
Não quero atenuar responsabilidades de Israel, porém, surge-me outra pergunta:
Como deve defender-se qualquer estado, atacado com tais métodos, sem provocar danos colaterais? Algum iluminado pode esclarecê-lo? Acho o caso bicudo!
Por que não se expressou, com veemência, o máximo desdém contra a iniciativa Hezbollah, preferindo condenar, quase exclusivamente, a “desproporção” da reacção israelita?
Estou a lembrar-me de um conceito, lido há tempos, de Alan Dershowitz (advogado famoso e professor de direito na Universidade de Harvard) que, se não recordo mal, dizia: “Israel é o estado judaico e o judeu das nações”! Assim parece!...
Qual acção bélica é mais repugnante?
Já sei que todas as guerras são repugnantes, e as acções terroristas mais repugnantes ainda; todavia, observar que foi estranhamente diminuída, se não postergada, uma condenação pública - bem clara, planetariamente divulgada e dando-lhe o máximo relevo - da crueldade e velhacaria dos métodos Hezbollah, sobretudo nesta guerra, isso ultrapassa a minha compreensão. Choca-me, repito, o escasso relevo que se dá a este aspecto da questão.
O Líbano é um estado normal ou uma república caótica onde cada etnia, com toda a naturalidade, faz o que muito bem lhe apetece e qualquer fanatismo organizado promove guerras, quais profissionais da violência, sem se incomodar das consequências trágicas para o próprio país? São libaneses ou mercenários que fazem daquele país terra de ninguém?
Só nos falta ser testemunhas da consagração do Hezbollah como legítimos defensores do Líbano e nobres paladinos dos palestinianos. Pobre Palestina! Desgraçado Líbano!
Para que servem as forças armadas do Líbano?
Haveria tantas outras perplexidades; fico-me por aqui.
Alda M. Maia
3 Comments:
De facto, é uma guerra cujo fim está longe da realidade. Segundo um escritor libanês (Abbas Beydoun), o seu país está em ruínas devido a duas guerras: uma contra o Hezbollah e outra contra o projecto democrático libanês. Enfim.
O que eu realmente acho é que o próprio governo libanês sente-se "impotente" ou até mesmo fracassado, sobretudo quando sabemos que dentro do Líbano as pessoas fazem o que bem lhes apetece, já para não falar dos Hezbollah que, pelos vistos, parecem ser mais autoridade que o próprio governo.
God bless us all!
Um abraço.
De facto, é uma guerra cujo fim está longe da realidade. Segundo um escritor libanês (Abbas Beydoun), o seu país está em ruínas devido a duas guerras: uma contra o Hezbollah e outra contra o projecto democrático libanês. Enfim.
O que eu realmente acho é que o próprio governo libanês sente-se "impotente" ou até mesmo fracassado, sobretudo quando sabemos que dentro do Líbano as pessoas fazem o que bem lhes apetece, já para não falar dos Hezbollah que, pelos vistos, parecem ter mais autoridade que o próprio governo.
God bless us all!
Um abraço.
E queles dólares que andam a distribuir à mão-cheia?
Qual a origem de tal dinheiro?
Sinistra propaganda!
António
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