sábado, julho 15, 2006

PROFESSOR VITAL MOREIRA

Leio, com todo o interesse e diariamente, o seu blogue.
Quando a tragédia infinita do Médio Oriente se torna matéria dos seus posts, sempre lhes notei uma tendência para a absoluta condenação das intervenções de Israel. Nunca mereceram qualquer atenuante.
Queira perdoar-me se esta minha opinião é exagerada, porém, os posts recentes – “Dois pesos, duas medidas”; “A política das palavras” – confirmam-na

Também eu condeno a reacção excessiva das forças armadas hebraicas nos os últimos acontecimentos de Gaza e me comovo com a perda de tantas vítimas civis.
Estabeleceu-se, desde sempre, uma espécie de círculo vicioso: uns recusam-se a aceitar a existência de Israel e põem em acto a execução dos piores métodos terroristas ou o lançamento de kassam ou katyusha ; Israel responde com a lei de talião ampliada. Ora é a população civil a sofrer todas as consequências. Populações que, em grande percentagem, desejam a paz e querem, efectivamente, a criação de dois estados; mas ninguém as ouve: de um lado e do outro!

Há algumas perguntas, no entanto, que me atrevo a pôr, e peço desculpa pela impertinência:

Já alguma vez se imaginou a viver em qualquer ponto de Israel? Já se imaginou como habitante de um país rodeado de inimigos, em todas as suas fronteiras, e que a devastação – em vidas humanas civis e onde menos se espera - dos kamikaze o aterroriza? Não acha que o contínuo estado de assédio muitas vezes conduz a reacções exageradas, pois se advém a derrota, isso significa o próprio aniquilamento?
Ou o Professor Vital Moreira entende que não há razões para a existência de um Estado Hebraico?

Quando concede toda a sua simpatia e compaixão aos palestinianos – e que acho seja justo – nunca se demorou a ponderar a acção dos Hezbollah, este partido libanês com uma exército de 30 000 homens bem armados pelo Irão e cujo presidente não perde oportunidade de proclamar o desaparecimento de Israel? Pensa que eram ameaças retóricas e as acções actuais dos Hezbollah sejam fortuitas? Eu não creio.
Aprova também a truculência e intransigência do Hamas? Aonde querem chegar? Querem mesmo a paz e um país independente palestiniano? É esta irracionalidade que eu não compreendo.

Contra uma certa parcialidade das esquerdas – frequentemente, cultivam uma visão com sentido único – deixa-me desconcertada a defesa acérrima de Israel do ex-partido fascista italiano, “Aliança Nacional”
Os herdeiros daqueles que ajudaram a conduzir tantos judeus para os campos de extermínio, hoje, são indefessos apoiantes de Israel! Até que ponto é sincera esta defesa, ponho grandes dúvidas. Não as tenho, porém, sobre o sentimento de repugnância que esta defesa me provoca.

As minhas desculpas pela extensão deste e-mail e o espaço que lhe roubo.

Os melhores cumprimentos
Alda M. Maia