E POR UMA TROCA DE PREPOSIÇÕES…
A notícia saiu errada!
Público, 25/08/2006, página 20 e a propósito da força da ONU no Líbano: “Chirac afirmou que a França está pronta a comandar a força das Nações Unidas e não fez qualquer menção à proposta da Itália no mesmo sentido”.
A Itália não apresentou nenhuma proposta para o comando das forças ONU: a proposta foi apresentada à Itália pelo Primeiro-Ministro de Israel; o Primeiro-Ministro libanês apoiou e a mesma satisfação demonstrou Kofi Annan.
Romano Prodi aceitou essa proposta com muita cautela e tacto, precisamente para não ferir susceptibilidades francesas e esperou, portanto, que aquele país tomasse uma decisão definitiva nesta matéria.
Pelos vistos, tomou-a, mas com deselegância e pouca diplomacia.
Quanto ao papel da Itália neste conflito, só me merece aplausos. Tem sido incansável e generosa. Exigiu regras muito claras para a acção das forças da ONU (não foi só a França) e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Massimo d’Alema, tem-se demonstrado um excelente membro do governo italiano.
Houve grandes polémicas pelas suas declarações a favor dos palestinianos e por uma sua visita ao Líbano. Uma foto, que o retratou guiado pelo braço de um ministro afecto ao Hezbollah, quando visitava as ruínas de Beirute, desencadeou uma tempestade.
Este género de tempestades deveria ser sempre temperado pelo bom senso, o que raramente acontece.
Primeiro, porque se tratava de um ministro que faz parte do governo legítimo libanês e não foi D’Alema que lhe deu o braço, mas o ministro a desviá-lo dos escombros, segundo esclareceu o próprio D'Alema. Além disso, esta visita entrava nas iniciativas e esforços italianos para o estabelecimento da paz naquela região.
Segundo, porque acho oportuno, naquele infinito pélago de ódios, a utilidade de um político que trate as duas razões – de Israel e Palestina - com igual respeito: é uma preciosa ajuda às duas causas. Inspira credibilidade a uma e a outra. Só espero que D'Alema, cada dia que passa, saiba sempre aplicar as mais refinadas artes da diplomacia.
Para finalizar, é um grande alívio verificar que à frente do governo italiano estão alguns políticos de muito bom nível.
Tenho-me entretido a imaginar um Berlusconi no lugar de Prodi, nesta emergência Líbano.
Seria um desastre!
A notícia saiu errada!
Público, 25/08/2006, página 20 e a propósito da força da ONU no Líbano: “Chirac afirmou que a França está pronta a comandar a força das Nações Unidas e não fez qualquer menção à proposta da Itália no mesmo sentido”.
A Itália não apresentou nenhuma proposta para o comando das forças ONU: a proposta foi apresentada à Itália pelo Primeiro-Ministro de Israel; o Primeiro-Ministro libanês apoiou e a mesma satisfação demonstrou Kofi Annan.
Romano Prodi aceitou essa proposta com muita cautela e tacto, precisamente para não ferir susceptibilidades francesas e esperou, portanto, que aquele país tomasse uma decisão definitiva nesta matéria.
Pelos vistos, tomou-a, mas com deselegância e pouca diplomacia.
Quanto ao papel da Itália neste conflito, só me merece aplausos. Tem sido incansável e generosa. Exigiu regras muito claras para a acção das forças da ONU (não foi só a França) e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Massimo d’Alema, tem-se demonstrado um excelente membro do governo italiano.
Houve grandes polémicas pelas suas declarações a favor dos palestinianos e por uma sua visita ao Líbano. Uma foto, que o retratou guiado pelo braço de um ministro afecto ao Hezbollah, quando visitava as ruínas de Beirute, desencadeou uma tempestade.
Este género de tempestades deveria ser sempre temperado pelo bom senso, o que raramente acontece.
Primeiro, porque se tratava de um ministro que faz parte do governo legítimo libanês e não foi D’Alema que lhe deu o braço, mas o ministro a desviá-lo dos escombros, segundo esclareceu o próprio D'Alema. Além disso, esta visita entrava nas iniciativas e esforços italianos para o estabelecimento da paz naquela região.
Segundo, porque acho oportuno, naquele infinito pélago de ódios, a utilidade de um político que trate as duas razões – de Israel e Palestina - com igual respeito: é uma preciosa ajuda às duas causas. Inspira credibilidade a uma e a outra. Só espero que D'Alema, cada dia que passa, saiba sempre aplicar as mais refinadas artes da diplomacia.
Para finalizar, é um grande alívio verificar que à frente do governo italiano estão alguns políticos de muito bom nível.
Tenho-me entretido a imaginar um Berlusconi no lugar de Prodi, nesta emergência Líbano.
Seria um desastre!
Alda M. Maia
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