segunda-feira, junho 26, 2017

ALÉM DE RÚSTICO, É MENTIROSO


Indiscutivelmente, o actual Presidente dos Estados Unidos da América atrai as atenções com uma intensidade e sequencialidade bem mais elevadas do que aquelas que os seus predecessores atraíam. Mas não pelas melhores causas: infelizmente para a América e resto do mundo.

Não brilha por uma presidência de ideias construtivas; não fascina por iniciativas originais que beneficiem a América e o seu povo; não avulta por atitudes que captem a simpatia e interesse, sobretudo dos seus aliados. Nada, nada que concorra para uma cotação de presidente sério e positivamente activo no cargo para que foi eleito.

As críticas acumulam-se, o prestígio de Mr. Trump assimila-se às piruetas de um artista falho de atractividade, mas rico de pechas deploráveis
Nesta última semana, predominaram as denúncias de um presidente mentiroso. Infelizmente, não se trata das maledicências habituais, mas de constatações irrefutáveis. Trump procura criar uma atmosfera na qual a realidade é irrelevante

O prestigiado quotidiano americano, New York Times, na semana passada definiu Trump “Um mentiroso serial” e publicou a “lista definitiva das mentiras”, baseando-se no que Trump, desde 21 de Janeiro até 21 de Junho, foi expressando em entrevistas, declarações e no Tweet. “Procura criar uma atmosfera na qual a realidade é irrelevante”.

A leitura destas patranhas diverte. Paralelamente, deduz-se que o Trump patranheiro sofre de espírito de inferioridade ou de uma incontrolável megalomania. Por que razão este impulso quase diário de recorrer à mentira, quando não se compreende a gratuidade de tal comportamento?

"Mas vejamos três exemplos das múltiplas mentiras de Mister Mentiroso:
A multidão que assistiu à cerimónia da minha tomada de posse era a maior de todos os tempos; jamais fora visto um número de pessoas tão elevado".
Mentira! Havia muito mais gente na tomada de posse de Obama.

No decurso de uma conferência de imprensa, asseriu que, desde os tempos de Reagan, foi ele, Trump, o presidente eleito com o maior número de delegados. Observaram-lhe, em directo, que George Herbert Bush, Bill Clinton e Obama tinham obtido mais votos.

Sou a personagem que coleccionou mais presenças nas capas da revista Time”. Apareceu em onze, contra as 55 capas de Nixon. E aqui emerge a megalomania em todo o seu esplendor.

Um pendor para a mentira ou cinzeladura da verdade é típico do mundo da política. Ensinem ao Sr. Trump a arte do cinzel nas declarações ou discursos públicos. Mas possuirá ele uma riqueza de vocabulário à altura de um cinzel eficaz?