ALÉM DE RÚSTICO, É
MENTIROSO
Indiscutivelmente, o
actual Presidente dos Estados Unidos da América atrai as atenções com uma
intensidade e sequencialidade bem mais elevadas do que aquelas que os seus predecessores atraíam. Mas não pelas melhores causas: infelizmente para a
América e resto do mundo.
Não brilha por uma
presidência de ideias construtivas; não fascina por iniciativas originais que
beneficiem a América e o seu povo; não avulta por atitudes que captem a
simpatia e interesse, sobretudo dos seus aliados. Nada, nada que concorra para
uma cotação de presidente sério e positivamente activo no cargo para que foi eleito.
As críticas
acumulam-se, o prestígio de Mr. Trump assimila-se às piruetas de um artista falho
de atractividade, mas rico de pechas deploráveis
Nesta última semana,
predominaram as denúncias de um presidente mentiroso. Infelizmente, não se
trata das maledicências habituais, mas de constatações irrefutáveis. Trump
procura criar uma atmosfera na qual a realidade é irrelevante
O prestigiado
quotidiano americano, New York Times,
na semana passada definiu Trump “Um
mentiroso serial” e publicou a “lista definitiva das mentiras”, baseando-se
no que Trump, desde 21 de Janeiro até 21 de Junho, foi expressando em
entrevistas, declarações e no Tweet. “Procura criar uma atmosfera na qual a
realidade é irrelevante”.
A leitura destas
patranhas diverte. Paralelamente, deduz-se que o Trump patranheiro sofre de
espírito de inferioridade ou de uma incontrolável megalomania. Por que razão
este impulso quase diário de recorrer à mentira, quando não se compreende a
gratuidade de tal comportamento?
"Mas vejamos três
exemplos das múltiplas mentiras de Mister Mentiroso:
A multidão que
assistiu à cerimónia da minha tomada de posse era a maior de todos os tempos; jamais
fora visto um número de pessoas tão elevado".
Mentira! Havia muito
mais gente na tomada de posse de Obama.
No decurso de uma
conferência de imprensa, asseriu que, desde os tempos de Reagan, foi ele,
Trump, o presidente eleito com o maior número de delegados. Observaram-lhe, em
directo, que George Herbert Bush, Bill Clinton e Obama tinham obtido mais
votos.
“Sou a personagem que coleccionou mais presenças nas capas da revista Time”.
Apareceu em onze, contra as 55 capas de Nixon. E aqui emerge a megalomania em
todo o seu esplendor.
Um pendor para a
mentira ou cinzeladura da verdade é típico do mundo da política. Ensinem ao Sr.
Trump a arte do cinzel nas declarações ou discursos públicos. Mas possuirá ele
uma riqueza de vocabulário à altura de um cinzel eficaz?
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