segunda-feira, junho 12, 2017

“MANSPREADING”, QUE SIGNIFICA?  
    
Eis um bom exemplo  (exagerado) do manspreading

Notícia lida há dias, no jornal La Repubblica: “Madrid, é guerra ao manspreading: Proibido sentar-se com as pernas alargadas nos transporte públicos”.
É a recomendação, através de um ícone, que a EMT - Empresa Transportes de Madrid – decidiu colocar nos painéis informativos dos autocarros.

Fácil deduzir que o manspreading é um anglicismo que classifica o comportamento grosseiro de certos homens quando se sentam com as pernas escachadas como se o espaço disponível lhes pertencesse inteiramente e quem está sentado ao lado que se arranje: invasores dos assentos públicos
Este neologismo foi registado no dicionário de Oxford há cerca de dois anos, embora, como bem acentua o jornal, classifique um comportamento que existe desde sempre e em todos os países. Nenhum lugar para dúvidas!

A decisão acima referida foi tomada pela Junta Municipal de Madrid, acolhendo o pedido das activistas do grupo “Mulheres em luta e mães extenuadas”.
Esclareceram que nas origens deste fenómeno não estaria apenas a falta de educação: “Dentro de um comportamento aparentemente inócuo, aninha-se uma profunda questão de género: como as mulheres foram habituadas, desde pequenas, a sentar-se com as pernas fechadas, aos homens foi transmitida a ideia de hierarquia e territorialidade que os faz sentir legitimados a ocupar o espaço dos outros como se fosse espaço próprio.
Colocar um cartaz pode ser um ponto de partida para sensibilizar as pessoas e iniciar a respeitar os espaços comuns”.

A campanha inundou o Twitter e um grande número de utilizadores apoia a iniciativa: #Madridsinmanspreading» - Madrid sem pernas escachadas
Abundaram as ironias e, como seria inevitável, houve quem assinalasse o nome de altos políticos que, cometendo a grosseria em causa, entram no elenco dos artistas da deselegância.
E a quem criticava a campanha, uma senhora, no Twitter, respondeu da seguinte maneira: “Também nós temos uma protuberância no corpo a que chamamos tetas. Mas não por isso devemos andar na rua com os braços abertos”.

Como se vê, deu para todos nesta curiosa polémica. E na dita polémica, ignoram-se os eufemismos. Torna-a mais viva e divertida, efectivamente.