TERESA MAY, DONALD
TRUMP:
OS DOIS PARCEIROS NA DEMAGOGIA
Se não fosse a expressão ridícula de Trump, assemelhar-se-iam... na petulância
Quase me fugia a mão
para escrever: “Os dois parceiros da estupidez”. Não é o caso, porque não são
estúpidos. São aquilo a que se poderia chamar: dois finórios navegando na
política. E aqui reside o desagrado e desconfiança nestes dirigentes de dois
países ocidentais de relevância mundial.
Teresa May,
primeiro-ministro do Reino Unido e aplaudente do Brexit, assegura que o
seu país terá “um futuro global fora da EU”. Paralelamente, ameaça que a saída
britânica da União Europeia deve efectuar-se dentro de normas favoráveis à
Grã-Bretanha ou seja: manter as vantagens de mercado livre, assim como do
sector financeiro dentro da União, mas ficando fora das regras europeias e do
Tribunal de Justiçada da UE.
E se assim não for,
Teresa May ameaçou: “Sem o acordo de
Bruxelas tornar-nos-emos num paraíso fiscal”.
Que um
primeiro-ministro responsável e competente ameace, com tanta desenvoltura, a
criação de um paraíso fiscal nno seu país se os factos não coincidirem com as
suas pretensões, a Grã-Bretanha deveria ter vergonha dos dirigentes que elege.
Excessiva arrogância, inteligência limitada. Para esta Senhora, por exemplo, a
evasão fiscal seria fenómeno de secundária importância.
Há países do Reino
Unido, como Escócia e Irlanda do Norte, que não concordam com o Brexit, mas
Londres ignora-os. E cito Enrico Franceschini:
“E
a Brexit, além de pôr a Grã-Bretanha fora da União Europeia, poderia tornar a
Grã-Bretanha muito menos grande”
Tenho a impressão que
a nossa Europa debate-se com um problema grave: a escassez de políticos hábeis
e competentes. A mediocridade reina; os carreiristas abundam; os bons políticos
são marginalizados.
Quando votamos,
raramente nos detemos a procurar informações concretas sobre os candidatos,
sobretudo no que concerne seriedade e competência políticas; aptidão para os
cargos que pretendem ocupar. Somos levados mais pela simpatia do que por uma
análise objectiva?
E com esta
interrogação chegamos ao actual Presidente dos Estados Unidos, o Sr. Donald
Trump.
Continuo, sempre, a
perguntar: como é possível votar, para um cargo de tal importância, um
indivíduo com as características de Mr. Trump!
Por muitas imagens e
reportagens que siga sobre este Senhor Presidente, a minha antipatia não
diminui. Seja a cara do homem, sejam os seus modos, as suas palavras, as suas
atitudes de neopresidente, nada serve para atenuá-la.
Ademais, detesto
pessoas, sobretudo as que pretendem assumir responsabilidades, que hoje dizem
uma coisa e amanhã o contrário; que hoje acusam e amanhã desmentem. Gente sem
carácter. Mas que esperar de um rústico daquele género?
É possível que a
consideração que me merecia Obama dificulte o apreço pelo sucessor. Mas não
creio. O homem apresenta-se-me como um grosseiro ignorante e presunçoso nos
seus milhões de dólares
Li várias análises do
discurso da tomada de posse. “Discurso
populista e xenófobo”, um dos muitos títulos de imprensa. Ouvi-o em directa
com uma esplêndida tradução simultânea. Recordei alguns alunos que tive, os quais
já escreviam com fluência, mas as ideias, porém, ainda eram limitadas, embora
abordassem os temas que eu explicara. O discurso de Mr. Trump fez-me evocar
muitas dessas redacções.
“América first”.
Óbvio. Nem outra coisa se espera de um presidente dos Estados Unidos. Deveria, porém,
ter tido mais cuidado com a escolha da gravata, vermelha e longa, qual
estandarte ao vento e, vejam só o caso: made
in China.
Que bela gargalhada
do povo chinês!
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