segunda-feira, agosto 17, 2009

HISTÓRIAS DE VERÃO
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A cadelinha Diana com a patroa Marina (La Stampa)
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Ponhamos de lado assuntos sérios (ou presumimos que assim sejam) e falemos de histórias lindas e verdadeiras. Histórias contra a humana besta que abandona os animais, sobretudo neste período do ano; contra os malvados que os tratam cruelmente.

Em Camogli (Génova), todos os anos, no dia 16 de Agosto, celebra-se a atribuição de dois prémios.
Prémio internacional “Fidelidade”: atribuído ao fiel amigo do homem que se distinguiu por actos extraordinários.
Prémio “Bondade”: concedido a pessoas que demonstraram grande afecto e bondade para com os animais, sobretudo de raça canina.

(…) A manifestação foi criada em 1962 pelo então pároco de San Rocco, padre Carlo Giacobbe, e Giacinto Crescine que se inspiraram no caso da rafeirinha abandonada, “Pucci” (assim a chamaram), mascote e grande amiga das crianças, amimada e nutrida pelos habitantes de San Rocco de Camogli.
Durante mais de dez anos, Pucci acompanhava, fielmente, as crianças até à escola, esperando com toda a paciência que saíssem, a fim de brincar com os seus amiguinhos e conduzi-los a casa.
Padre Giacobbe associou a história de “Pucci" à festa patronal, celebrada anualmente em 16 de Agosto, dia dedicado a São Roque, protector dos cães.
– “Il Secolo XIX”, jornal publicado em Génova.

(…) A tradição conta que São Rocco de la Croix (São Roque Delacroix) - Montpellier, 1348 / 1350, em Voghera, noite de 15 para 16 Agosto, entre 1376 e 1379 - durante a viagem de Roma a Montpellier, contagiado pela peste devido a ter assistido doentes, durante uma epidemia, se tivesse refugiado numa gruta, na passagem Francigena, ao longo do rio Trebbia. Aqui o encontrou um cão que providenciou em matar-lhe a fome, subtraindo o pão da mesa do seu patrão, o nobre Gottardo Pallastrelli, senhor do castelo de Sarmato – La Stampa, jornal publicado em Turim.

O prémio “Fidelidade” foi concedido a 12 cães, alguns dos quais extraordinários no salvamento de várias pessoas, após o terramoto de L’Aquila.

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História de Diana, Prémio “Fidelidade”, 2009.

De todas as façanhas dos animais premiados, a que mais me impressionou foi a acção da cadelinha Diana: salvou a sua patroa de uma morte quase certa e de uma maneira que roça a incredibilidade.

Já conhecia este caso, pois deram a notícia na altura em que aconteceu. Mas narremo-lo, porque é interessantíssimo

Diana é um cruzamento de labrador e pit bull. Completará quatro anos em Novembro próximo.
Entrou na família de Marina Tripodi, mãe de dois filhos e moradora no 5.º e último andar de um edifício da Avenida França, 92, cidade de Collegno, arrabaldes de Turim.

No dia 12 de Janeiro passado, o filho mais velho tinha saído e o mais novo estava no quarto, sentado diante do computador. Diana, agachada aos seus pés, gania persistentemente.
O pai convenceu-o a abandonar o quarto e saíram os dois. Em face disso, a mãe decidiu ir passar a ferro naquela divisão da casa, fazendo companhia a Diana.
Estava quase a entrar, quando Diana, num salto repentino, atirou-se contra o peito da senhora, e fê-la cair, ainda no corredor.
Não compreendendo aquele estranho comportamento, a patroa ralhou-lhe e ia mesmo dar-lhe uma sapatada. Naquele instante, ouviu um estrondo e viu surgir, atrás dela, uma grande nuvem de pó que começava a envolvê-la: o tecto daquele quarto tinha ruído completamente, cobrindo de escombros o lugar onde estava a mesa do computador e a área restante.

O filho salvo por ter abandonado o compartimento; a mãe, pela tempestiva intervenção da cadelinha.

Conta a senhora que só então pôde compreender a atitude de Diana, durante o dia precedente: deitada na cama dos filhos, não desviava os olhos do tecto.

Quando um dos filhos levou este animal para casa, ainda cachorrinha, a mãe repreendera-o, pois não queria animais em casa. Todavia, apenas pegou Diana ao colo e esta começou a lamber-lhe a cara, ficou rendida: “Desde esse momento, tornou-se um membro da família. Intocável."
Agora, mais do que nunca!

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Relativamente aos três prémios “Bondade”, dedicados às pessoas, chamou-me a atenção o prémio concedido a Sérgio Grosso, um maquinista dos caminhos-de-ferro.
Guiava o comboio na linha Génova – Turim, quando avistou um cachorro atado aos carris. Imediatamente parou o comboio, desceu e foi salvar o pobre animal.

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“A nossa associação crê que a difusão das histórias dos casos premiados, através dos meios de comunicação social, possa levar algo de positivo para todos, principalmente para as crianças. Estas ficam fascinadas e obtêm, destes episódios, exemplos de altruísmo e abnegação a que farão referência na vida” – Vittorio Bozzo, Presidente da Associação para a valorização Turística de San Rocco.

Não haverá ninguém por estas bandas que queira pôr em movimento iniciativas deste género?
Alda M. Maia

3 Comments:

At 8:11 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Lindas histórias e acontecimentos, que me levam, a ter mais respeito pelos animais, do que pela maioria humana. Pena é que eu seja um "Zé Ninguém" e não tenha tempo para tratar de fazer como em Itália. Penso que por cá, acesso aos Mídia está dependente da influencia ou da cunha.
Já tive uma má experiência...
A TV portuguesa, não serve para nada, que seja ajudar quem mais precisa, pelo contrário... também deixei de perder tempo com isso, é só desinformação e cusquice!
E que falta faz uma iniciativa dessas!
Beijinho Dª Alda e adorei o artigo :))

 
At 7:36 da tarde, Blogger Alda M. Maia said...

Como por estas paragens gostam tanto de festas e inaugurações, não seria má ideia irmos para o sítio competente e sugerirmos uma iniciativa desta natureza, que lhe parece?
Em período de eleições, quem sabe!?

Um beijinho, Helena

 
At 8:21 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

 

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