EMBORA COM UM DIA DE ATRASO…
Falemos do sempre verde 25 de Abril.
À pergunta que me fizeram – ou que me lançaram como desafio ao “se bem me lembro” – respondo com uma certa tristeza: no dia desse famoso 25 de Abril, estava longe e não pude viver nada, nada dessa grande alegria que explodiu no nosso País.
Vivi-a por reflexo e talvez com maior ânsia. O meu pensamento constante era o temor que tudo se gorasse; que uma vez mais os fiéis do “Deus, Pátria e Família” (deles), com o auxílio da omnipresente Pide – e quem sabe se de outras forças externas!... - tornassem a encarcerar e oprimir Portugal, continuando a isolá-lo do convívio com o Ocidente democrático.
Correu tudo bem, embora com certas preocupações sobre o andamento dos primeiros passos: o perigo de sairmos de uma ditadura e cairmos noutra de cor diferente.
Aliás, qualquer que seja a cor de um poder tirânico é, e será sempre, uma das piores pragas da humanidade.
Estando lá fora, talvez as notícias me chegassem menos caóticas e as análises fossem mais objectivas sobre o que se passava no País.
Posteriormente, nunca eliminei a gratidão que, naqueles tempos, sempre alimentei pela acção do Dr. Mário Soares. Poder-se-á concordar comigo ou não concordar, mas não mudo de opinião.
Quanto ao que teria feito se cá estivesse, tenho a certeza absoluta que saltaria para a rua a gritar o meu entusiasmo.
Falemos do sempre verde 25 de Abril.
À pergunta que me fizeram – ou que me lançaram como desafio ao “se bem me lembro” – respondo com uma certa tristeza: no dia desse famoso 25 de Abril, estava longe e não pude viver nada, nada dessa grande alegria que explodiu no nosso País.
Vivi-a por reflexo e talvez com maior ânsia. O meu pensamento constante era o temor que tudo se gorasse; que uma vez mais os fiéis do “Deus, Pátria e Família” (deles), com o auxílio da omnipresente Pide – e quem sabe se de outras forças externas!... - tornassem a encarcerar e oprimir Portugal, continuando a isolá-lo do convívio com o Ocidente democrático.
Correu tudo bem, embora com certas preocupações sobre o andamento dos primeiros passos: o perigo de sairmos de uma ditadura e cairmos noutra de cor diferente.
Aliás, qualquer que seja a cor de um poder tirânico é, e será sempre, uma das piores pragas da humanidade.
Estando lá fora, talvez as notícias me chegassem menos caóticas e as análises fossem mais objectivas sobre o que se passava no País.
Posteriormente, nunca eliminei a gratidão que, naqueles tempos, sempre alimentei pela acção do Dr. Mário Soares. Poder-se-á concordar comigo ou não concordar, mas não mudo de opinião.
Quanto ao que teria feito se cá estivesse, tenho a certeza absoluta que saltaria para a rua a gritar o meu entusiasmo.
5 Comments:
Alda
Concordo consigo no que resposta a Mário Soares. Pode-se dizer, sem dúvida, que ele nos livrou da bancarrota. A instabilidade que se instalou em Portugal no período do PREC ia deitando tudo a perder.
Não sei o que teria sido deste país se não fosse a força e a acção diplomática dum homem como Mário Soares.
Tive o privilégio de o acompanhar de muito perto nalgumas situações.
Entretanto, o tempo, encarregou-se de voltear muito do seu trabalho e dos seus projectos.
Mas valeu a pena a militância política a seu lado, quer nas legislativas quer nas Presidenciais (as duas primeiras).
Esperemos que os que se lhe estão a seguir tenham ao menos conseguido ter aprendido alguma coisa com o seu exemplo.
Isto tem andado um bocado tremido!...
Um abraço
António
Não pode imaginar a minha ânsia quando, a Turim, chegavam as descrições do que acontecia no pós 25 de Abril e a inconsciência de tantos amigos a não compreender o rumo que as coisas estavam a tomar!
Uma senhora de Turim, nesse período, teve contacto directo com o Dr. Mário Soares e esposa. Num telefonema que me fez (pedindo o voto para o partido em que militava), contou-me da grande inquietação manifestada pelo casal Soares: temeram o pior.
Agrada-me saber que concorda com a minha opinião sobre acção de M. Soares. E agrada-me saber, também, que dedicou e exteriorizou o seu entusiasmo junto do grande Patriarca da nossa política.
Quanto à situação actual, sabe o que é o acomodamento? É o narcótico do dinamismo numa democracia; uma espécie de flagelozinho que deveríamos combater, não acha?
Um grande abraço, António, e um beijinho à Zaida.
Alda
Pena não estar por cá. Mesmo assim quero agradecer o ter respondido ao desafio. É claro que estando fora não teve oportunidade de viver momentos inesquecíveis. Mas, concordo consigo, se calhar tinha uma perspectiva mais real, mais a frio do que a nossa pelo nosso envolvimento.
Em relação a Mário Soares, concordo consigo embora pense que o mérito não foi somente dele apesar de ninguém lhe poder negar as suas características de grande diplomata. Também concordo que aqueles momentos do PREC quase deitaram tudo a perder.
É bom que não esqueçamos que apesar da crise que é grande mas não apenas nossa, não nos falhe a memória em relação às coisas boas que conseguimos com o 25 de Abril.
Se não tivesse existido(coisa que considero impossível), não estaríamos seguramente aqui, calmamente a expor as nossas opiniões livremente.
Um beijo.
Certamente que o mérito não foi exclusivamente de Mário Soares, nem o poderia ser.
Todavia, quando Mr. Kissinger, por exemplo, declarou que Portugal estava perdido, que seria inútil fazer o que quer que fosse, a acção de Mário Soares foi incansável. O seu prestígio político, no Estrangeiro, foi precioso e serviu-se dele tenazmente, a fim de obter todos os apoios que o ajudassem na batalha contra a deriva do 25 de Abril (informação esta que colhi em vários jornais, naquele período).
Quanto a Kissinger, fiquei a detestá-lo - e também nunca mais mudei de opinião. Aliás, nunca me fora simpático.
Um beijinho, Maria Celeste
Alda
Em relação a Kissinger partilho inteiramente da sua opinião.
Já não gostava e passei a detestá-lo.
Beijos
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