domingo, dezembro 21, 2008

HÁ SEMPRE UM CONTO DE NATAL
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A raposa atropelada (La Stampa)
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Hoje não quero conversar, isto é, dar forma aos pensamentos, escrevendo sobre as perplexidades ou temas – são tantos! – que, normalmente, mais espevitam a minha atenção e curiosidade.
Os pensamentos vêm em catadupas: vagabundos ou com uma meta bem preciso. Burilá-los com a escrita – bem ou mal, cada um faz como pode e sabe – é sempre um prazer que direi muito suave e completo.

Se o que se escreve é lido por outrem, experimenta-se grande satisfação e simpatia por quem perdeu tempo nessas leituras.
Se não é lido, confesso que nunca me pus essa questão, pois há milhares de blogues: seria uma pretensão, não só pedante, como fora do bom senso.
Escrevo, porque me agrada escrever, ponto final.
Por vezes, e digo-o sinceramente, fico surpreendida (agradavelmente surpreendida, obviamente), quando alguém descobre e lê estes “pensamentos-vagabundos”!

Mas ponhamos termo às divagações e, de acordo com o clima natalício, narremos factos verdadeiros ou fábulas que outros inventaram.

Há muitas histórias de Natal: umas alegres e poéticas; outras melancólicas. Umas são verdadeiras; outras não, embora inspiradas neste clima de festa e concórdia.
Clima de festa, sem dúvida; de concórdia… deixemos o juízo em suspenso!

Esta é uma história verdadeira.
Há dias, numa pequena localidade do interessantíssimo “Parque Nacional de Abruzzo, Lazio e Molise” (Itália) uma raposa foi atropelada por uma automóvel.
Provavelmente, conseguiu escapulir-se da área protegida e resolveu andarilhar pelo povoado.

Como o embate a deixou ainda com vida, arrastou-se até junto do portão de uma vivenda próxima e, já sem forças, ficou ali prostrada, à espera da morte (na foto).

Quis o destino, porém… uma história que se preze deve sempre invocar o destino! Ora, quis o destino que duas meninas – uma das quais habitante da vivenda em questão – saindo de casa, depararam com a raposa moribunda.
Depois do espanto, perante aquela imagem tão inesperada, imediatamente prestaram os primeiros socorros ao pobre animal, salvando-lhe a vida

Para evitar que alguém a tratasse mal, avisaram os pais. Estes alertaram os dirigentes do Parque.
Dois funcionários acorreram e levaram a raposa, a fim de lhe prestar todos os tratamentos necessários.
Prometeram às duas meninas que, dentro de dois ou três dias, as levariam até à sede central do Parque e lhes fariam ver a raposa.
Até eu gostaria de fazer parte dessa visita!
A sensibilidade e o acto destas duas crianças, sem o medo normal que as poderia afastar de um animal selvagem, merecem um grande aplauso.

E agora uma fábula, curta e muito poética, de Roberto Aldo Mangiaterra, http://www.reset-italia.net/


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NATAL DO TERCEIRO MILÉNIO

Há muitos, muitos anos, na noite de Natal do longínquo 2008, nos países e nas cidades, deu-se um grande prodígio.
Enquanto grandes e pequenos andavam atarefados, colocando as prendas à volta do Presépio, as televisões, magicamente, sem que ninguém lhes tocasse, acenderam-se.

Estupefactos, todos olharam os ecrãs iluminados - as crianças com os olhos esbugalhados e os narizinhos apontados para o alto - à espera do que iria acontecer.
Apareceu um lindo Menino, vestido de uma luz fantástica e envolvido por uma música suave.
A música calou-se. Aquele doce Menino sorriu e, nas línguas do mundo, exclamou: Feliz Natal a todos os Meninos Grandes e Pequenos da Terra!

Fábula ou realidade? Nunca se chegou a saber!
No entanto, conta-se que naquela noite de Natal, todo o ar vibrava com uma doce melodia: Tu Desces das Estrelas!...


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“Tu Desces das Estrelas” – “Tu Scendi dalle Stelle” - é uma canção de Natal italiana, linda e muito conhecida – composta por Alfonso Maria de’ Liguori, santo e Doutor da Igreja (Nápoles, 1696; Salerno, 1787).
Tu scendi dalle stelle / O re del Cielo / e vieni in una grotta / al freddo e al gelo (…)
Auguri di Buon Natale; Felice Anno Nuovo.
Alda M. Maia

4 Comments:

At 10:01 da tarde, Blogger Milu - miluzinha.com said...

Olá! Disse no seu post que ficava satisfeita sempre que alguém descobre o seu blog e, por conseguinte, leia os seus escritos! Foi o que se passou comigo! Descobri-a e gosto de a ler! Vale mesmo a pena ler o que escreve! Obrigada :)

 
At 5:16 da tarde, Blogger Alda M. Maia said...

Boa tarde, Milu.
Antes de mais, muito obrigada pela visita e palavras gentis.

Desejo-lhe um esplêndido Natal, assim como à sua Familia.

O que mais me agrada desejar às pessoas, nesta época do ano, é um novo ano sereno.
Para si, portanto, um 2009 sereníssimo.
Alda

 
At 1:54 da manhã, Blogger Donagata said...

Mais uma vez me encantou o que aqui escreveu. confesso que me sensibilizou imenso a atitude daquelas duas crianças para com a raposa moribunda. Será que se fossem adultos teria as mesmas hipóteses, a raposa?

Um beijo. E espero que tenha tido um bom Natal.

 
At 5:40 da tarde, Blogger Alda M. Maia said...

Se fossem adultos, não teria grande dificuldade em acreditar que chamariam o carro do lixo para desimpedir a passagem.
O que mais admirei, naquelas duas meninas, foi a espontaneidade. Não recuaram com medos e imediatamente socorreram o pobre animal.

Um beijinho e é sempre um prazer vê-la por aqui.

 

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