domingo, novembro 02, 2008

E SE PERDE AS ELEIÇÕES?

Evidentemente que me refiro às eleições americanas que, ao fim e ao cabo, interessam a todo o mundo, principalmente na esfera ocidental.

Devo dizer que este espectáculo sem fim já me estava a saturar; sobretudo, o sobe e desce das sondagens.
E quanto se tem escrito!! Aqui, a hipérbole “rios de tinta” talvez não seja muito exagerada.

A dois dias da recta final, e como era previsível, o crescendo dos sons dá origem a uma certa ansiedade.
E se o candidato, em quem depositamos tantas esperanças, perde as eleições?

Deveria haver uma lei ética universal que, a vinte dias do acto final electivo, inculcasse a ideia que seria de péssimo gosto, taxativamente reprovável efectuar ou publicar sondagens: o povo que aprenda a observar os candidatos com discernimento e, nos últimos dias, decida conscientemente a quem dar o voto.
Na América, então, tiveram mais que tempo de conhecer vida e milagres, grandezas e misérias, competências e carisma dos aspirantes à presidência.

De acordo com a grande maioria dos europeus, também espero e confio na vitória de Barack Obama. No entanto, há uma incógnita que me assusta e que não é improcedente: ao arrepio das sondagens favoráveis, impõe-se a um latente racismo, surge a reviravolta e proclamam-se vencedores o que considero (na minha opinião, obviamente) duas desgraças: John McCain e a pistoleira Sarah Palin.

A seguir, apresenta-se-me uma outra probabilidade. Suponhamos que estes dois são eleitos; McCain, por qualquer motivo, é impedido de concluir o mandato: eis uma caçadora de alces do Alasca - só por isto já me é extremamente antipática - um pouco primária e fundamentalista nos seus modos de fazer política, sem a mínima preparação ascende à presidência de um grande país.
A América não merece isto!

Quando a escolheram para vice-presidente, foi senilidade de John McCain ou estúpidos cálculos populistas, a fim de captar votos na parte eleitoral fundamentalista e retrógrada?
Eu diria que não somente foram estúpidos como anedóticos. Sempre que se apresenta às multidões, vejo aquela mulherzinha mais como uma figura de animação da campanha eleitoral que uma real personagem que concorre à vice-presidência da potente América - perante esta evidência, não creio exagerar se asseguro que fico estarrecida!

Na próxima terça-feira, que Deus lance um profundo e longo olhar à América e ilumine os milhões de indecisos.
Da minha parte, apenas desejo que estes anulem prováveis e indecentes sentimentos de racismo; avaliem sem condescendências a catastrófica administração Bush; ponderem o actual desprestígio da América no mundo e saibam pôr o bom senso acima de todos e quaisquer outros impulsos.

E sendo assim, que na quarta-feira corra a boa nova: Obama presidente dos Estados Unidos da América.
A grande e excepcional afluência às urnas é um bom sintoma.
Alda M. Maia