segunda-feira, novembro 05, 2007

O “ÊXODO” DOS ROMENOS

Na periferia de Roma, no dia 30 de Outubro, já ao anoitecer, um imigrante romeno atacou uma senhora, mulher de um oficial da Marinha Militar, quando esta regressava a casa e devia percorrer um tracto de estrada deserto. Como a senhora reagiu com todas as suas forças, o agressor espancou-a com extrema brutalidade, pondo-a em fim de vida (segundo a reconstrução dos factos, arrastou-a para a barraca onde vivia e tentou violá-la). Roubou-lhe a bolsa, carregou às costas o corpo exânime e atirou-o para um fosso como fardo já inútil.
Uma compatriota deste criminoso, de etnia cigana, viu parte do que estava a acontecer, gritou, implorando-lhe que pusesse termo à agressão. Correu desesperada a dar o alarme.
Quando encontraram a pobre senhora, esta ainda respirava. Ficou em coma durante dois dias, mas não sobreviveu.

Este crime, de uma ferocidade impressionante, pôs toda a Itália em alvoroço e levantou uma tempestade de horror e revolta contra uma insegurança que alastra. Efectivamente, os crimes de assassínio, rapina, estupro, assaltos a vivendas (onde, por vezes, os moradores são brutalizados, se não assassinados) são perpetrados, numa assustadora percentagem, por estrangeiros que vivem no país, sobretudo imigrantes irregulares.

“Entre os estrangeiros, a nacionalidade romena salienta-se pelo maior número de arguidos ou encarcerados, quer pelo crime de violência sexual (são 16% dos estrangeiros e 6,2% do total), quer por homicídio voluntário (15,4% e 3% do total). Mas ocorre também observar que os romenos constituem a maior percentagem de imigrantes na Itália: com 556 mil presenças representam 15% dos estrangeiros.
Distinguem-se pela maior propensão para os crimes de “furto com destreza” (
carteiristas), cuja percentagem é de 37% em relação aos demais estrangeiros denunciados e 24,8% do total (o total de italianos mais os imigrantes especialistas do género!); furto de automóveis (26,9% dos estrangeiros e 8,7% do total); rapinas em estabelecimentos comerciais (26,9% e 7%). (Giovanna Zincone – La Stampa).

Desde que a Roménia entrou na UE, a partir de Janeiro 2007 milhares de cidadãos romenos espalharam-se por vários países da União e a Itália foi o país preferido, principalmente pelos que migraram com intenções delinquenciais.
Torna-se necessário, a este ponto, precisar claramente um factor: a população romena é digna, nobre e civilizada como qualquer outro população europeia. Os que emigram deslocam-se com as mesmas esperanças de uma vida melhor; com as mesmas intenções de arranjarem um trabalho honesto, exactamente iguais às de tantos outros migrantes das mais diversas nacionalidades. Infelizmente, os marginais romenos, portanto aquela parte podre que todos os países possuem, entenderam que a Europa - na Itália talvez com mais intensidade – seria o melhor território para a prática dos piores crimes. Entenderam que poderiam mover-se como enguias sem que jamais chegasse a punição.

Não se deve omitir a acção da testemunha (insisto, ela também de origem romena), que quase foi atropelada por um autocarro, pois colocou-se à frente do veículo para que este parasse e alguém fosse em socorro da senhora agredida. Denunciou o compatriota e só assim se pôde chegar rapidamente à captura do indivíduo.
Esta romena, Emília, está agora sob a protecção da polícia, a fim de a proteger de possíveis vinganças ou agressões de qualquer género.

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Paralelamente à indignação e horror, surgiu o previsível.
Primeiro, manifestações de inegável xenofobia; para completar o quadro, ostentação de um racismo inequívoco – uma boa percentagem dos romenos imigrantes é de etnia cigana.
Segundo, um indecente e nojento aproveitamento político do caso. Destes dois aspectos da questão, não sei distinguir qual é o mais odioso!

E como era de temer, uma ronda punitiva, todos encapuzados e armados de varapaus e navalhas, atacou um grupo de romenos, numa zona de estacionamento de um centro comercial de Roma. Três deles tiveram de ser internados no hospital, um dos quais em estado grave.
Ninguém se eximiu de condenar um tal acto: a maior parte de uma forma indignada e sincera; outros, formalmente - não esqueceram, todavia, de acrescentar uns “mas” e uns “ses”!...
Perguntou-se se a acção destes encapuzados seria de matriz política. Perplexidade ficticiamente ingénua. Os grupos fascistas - os autênticos fascistas - nunca esconderam a aversão contra o estrangeiro. Ora, Roma não é o habitat da “Liga Norte” (partido declaradamente xenófobo); na Capital, predominam os nostálgicos do fascismo, e que crescem cada vez mais em arrogância e visibilidade.

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Os debates televisivos, acerca deste assunto, têm sido superabundantes! Não há programa onde se não discuta o caso romeno, a entrada abusiva e caótica dos imigrantes.
Somente num único debate, onde havia representantes de diversas opiniões políticas, foi possível observar um modo civilizado, correcto e pacato de discutir os vários problemas sociais, inerentes a esta situação.
Tudo o resto foi o pior lixo, de carácter político, que um programa televisivo é capaz de apresentar: tons inflamados, rixas verbais, cada qual julgando-se o melhor e atirando culpas ao adversário, quando, ao fim e ao cabo – seja direita, seja esquerda – todos tiveram falhas, relativamente a esta matéria.

De novo, também se pôde constatar que o centro-direita se demarcou, e demarca, por agressividade e eterna campanha eleitoral: o Presidente da Câmara de Roma deve demitir-se; o Primeiro-Ministro deve demitir-se; deve atirar-se o Governo para as ortigas; o ministro da Administração Interna não tem vergonha nenhuma!...
Mas estavam em boa companhia! Os radicais de esquerda não deixaram de alinhar na irracionalidade, péssimo gosto e retórica balofa e repetitiva – como lhes é habitual, aliás – e as medidas de bom senso, mas severas, para regularizar uma situação que piora dia a dia, foram imediatamente carimbadas como fascistas – aqui, sim, termo inflacionado por aqueles papagaios.
Em conclusão, todas as ocasiões são boas para os politicantes e politicastros demonstrarem a mísera formação que os caracteriza.

Em circunstâncias desta natureza, acho estas tácticas, não somente incivis e grosseiras, como verdadeiramente indecentes.
Um caso destes, então, nunca deveria dar azo a atitudes de discórdia, mas à predominância do bom senso e boa vontade, a fim que, todos juntos, possam resolver o grave problema da insegurança que se instalou no país. Dar avio a uma séria reforma da justiça, de modo a que os delinquentes saibam que a punição cairá certa, rápida e implacável: actualmente, tal não acontece. A delinquência internacional conhece bem essa realidade: eis uma das razões por que escolhe a Itália.
Alda M. Maia