BIRMÂNIA
( Do site do Pontifício Instituto das Missões: www.asianews.it)
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AS FOTOS DA VERGONHA
Caríssimos: as palavras são inúteis. Estas fotos de um monge budista assassinado foram tiradas, em segredo, numa morgue. Imaginai quantos muitos outros tiveram o mesmo destino. Peço-vos que difundais estas fotos (entendi publicar apenas uma das duas fotos: a segunda é horripilante!) pelo maior número de pessoas, a fim que o mundo saiba que há necessidade de muito mais que uma simples condenação destes "bastardos" da junta.
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Com palavras de dor e ira, através de refugiados birmaneses chegaram-nos estas duas fotos que decidimos publicar, mas com uma advertência: são fotos muito cruas e violentas; talvez não aconselháveis a todos os leitores.
Mas essas são fotos da vergonha:
1 - Vergonha da junta que, precisamente hoje, deu a conhecer às televisões de todo o mundo a sua grotesca tentativa de reconciliar-se com os monges budistas, constringindo-os a aceitar ofertas. Porém, como as autoridades dos mosteiros budistas proibiram os respectivos monges de as aceitar, os militares encenaram uma farsa, com falsos monges, para uma falsa reconciliação. A junta procura fazer "compreender" às autoridades budistas a "necessidade" da repressão. (...)
Segundo fontes diplomáticas, esta nova repressão do governo militar de Myanmar - que se define socialista e laico, mas procura o apoio dos monges para continuar o seu domínio - custou a vida a centenas de pessoas e a prisão de mais de 6 mil.
2 - Vergonha para nós, que para além de qualquer vibração de escândalo contra a violência dos militares, pensámos que, no fundo, consistia apenas na supressão de algumas manifestações, quando, pelo contrário, se trata de um sistema que elimina, assassina, escraviza uma população de quase 50 milhões de habitantes.
3 - Vergonha para a ONU e a comunidade internacional que não encontram instrumentos eficazes para garantir a democracia a um povo que a escolheu de há muito tempo. O problema é que se trata com a junta só com o minuete diplomático, quando ocorre dar voz à sociedade mundial para enfrentar o que é um emergência humanitária.
Ocorre que a Cruz Vermelha internacional possa visitar, na Birmânia, os prisioneiros; que o Departamento ONU do trabalho visite os escravos dos trabalhos forçados; que as ONG possam desenvolver esforços a favor das populações empobrecidas pelo domínio e pelo comércio da junta com a China, Índia e Tailândia.
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26/10/2007
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Alda M. Maia
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