domingo, julho 02, 2006

ATÉ MESMO OS PUROS E AUSTEROS SENHORES COMUNISTAS DA CHINA!...

No meu último post, divaguei sobre o tema corrupção. No Corriere Della Sera de 01 / 07 / 2006, li um artigo com o seguinte título: “China, roubar ao Partido para pagar as amantes”.
“O alarme do presidente HU: o fenómeno é grave”
“Muitos dirigentes comunistas denunciados por corrupção, devassidão e burla”.

Não falta mesmo nada!

A técnica é sempre a mesma e que nós, ocidentais, conhecemos de sobejo: “luvas”, tráfico de influências e os demais vestidos com que se veste a corrupção e que não é preciso aqui enumerar.

O que muito me divertiu, neste artigo, foi a explicação da principal causa das prevaricações dos senhores burocratas do Governo e do Partido: o mantimento de várias amantes. Não se contentavam com uma; mantinham uma colecção de oito ou nove !

Normalmente, isto acontece quando se passa da penúria económica à abundância; neste caso, abunda-se em tudo, sobretudo no número de amantes.

Compreendo que, para comprazer este pequenino exército, não há dinheiro que chegue. Assim, pobre de quem necessitasse dos serviços ligados a estes funcionários super amadores!

Em 2005, apuraram-se 41 mil casos de corrupção, com um custo, para a colectividade, de 800 milhões de euros”.
Na imensa China, nem me parece muito. Porém, considerando que o boom económico chinês favorece, talvez, só uma bem pequena parte da população chinesa, 800 milhões de euros são já uma cifra abnorme.

O artigo do Corriere cita alguns exemplos. O último refere-se a um almirante, Wang Shouye, representante da Assembleia do Povo. Amantes? Somente cinco!
Julgava-se seguro, intocável, mas uma jovem amante, “ingenuamente cantou”, segundo a expressão do autor deste artigo, Fabio Cavalera.

Tinha recebido o equivalente de 16 milhões de euros por “honrados” serviços dedicados ao suborno. Na sua casa de Pequim, escondera, na máquina de lavar, dois milhões e meio de dólares. Não se vendia barato, o Sr. Almirante, ou ele não fosse uma alta personagem com uma brilhantíssima carreira!

E eu, candidamente, a supor que estes senhores do socialismo real - moralistas, severos - jamais se deixariam contaminar por estas depravações próprias dos farfalhudos capitalistas!...
Tutto il mondo è paese, dizem na Itália. Que o mesmo é dizer: cá como lá... Bem, no número de amásias, os nossos latin lovers parecem ser mais comedidos; pelo menos, uma só por cada época, que diacho!
Alda M. Maia