OS DEMAIS E DE MAIS
Achei graça a um post, lido há uns dias atrás, no blogue abnoxio3.blogs.sapo.pt, sobre ortografia.
Referia-se o autor às “modas ortográficas”, tomando como exemplo o título de um artigo de Vasco Pulido Valente: “Agora ou tarde demais”
Quer em jornais, revistas ou obras literárias, a locução adverbial de quantidade ou intensidade “de mais”, quase invariavelmente, é grafada “demais”.
A confusão entre o vocábulo “demais” (pronome/determinante; advérbio de modo; locução adverbial de modo) e “de mais” (locução adverbial de quantidade) é generalizada: não somente em quem escreve, como em alguns dicionários e gramáticas.
No excelente dicionário Houaiss, nos vários significados atribuídos à palavra "demais", lê-se: “(2B) em excesso, além da conta, além da justa medida (nunca é demais (?!) avisá-lo dos perigos da situação); (3B) demasiadamente, de maneira muito forte”.
Achei graça a um post, lido há uns dias atrás, no blogue abnoxio3.blogs.sapo.pt, sobre ortografia.
Referia-se o autor às “modas ortográficas”, tomando como exemplo o título de um artigo de Vasco Pulido Valente: “Agora ou tarde demais”
Quer em jornais, revistas ou obras literárias, a locução adverbial de quantidade ou intensidade “de mais”, quase invariavelmente, é grafada “demais”.
A confusão entre o vocábulo “demais” (pronome/determinante; advérbio de modo; locução adverbial de modo) e “de mais” (locução adverbial de quantidade) é generalizada: não somente em quem escreve, como em alguns dicionários e gramáticas.
No excelente dicionário Houaiss, nos vários significados atribuídos à palavra "demais", lê-se: “(2B) em excesso, além da conta, além da justa medida (nunca é demais (?!) avisá-lo dos perigos da situação); (3B) demasiadamente, de maneira muito forte”.
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Fiquei muito perplexa! E logo no Houaiss, a quem chamo “o Majestoso Houaiss”!...
Estas acepções pressupõem intensidade; ora os bons gramáticos não admitem a palavra "demais" como advérbio de quantidade. Todavia, na “Gramática Da Língua Portuguesa”, de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz, por exemplo, incluem-na nessa subclasse. A gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra, idem. A confusão é mesmo soberana!...
Sempre encontrei resposta às minhas dúvidas no “Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa” de Rebelo Gonçalves e nisto de "demais" e "de mais", este tratado é bem claro na distinção entre as duas expressões.
Também são muito claros os Dicionários de Morais, Porto Editora, Dicionário Prático Ilustrado da Lello, Grande Dicionário Enciclopédico Ediclube, bons escritores, bons autores de Prontuários Ortográficos. Para mim, são estes os mais lógicos. Os demais são simplistas de mais e duvido do rigor como encaram a questão.
Tive duas excelentes professoras de português: a minha Mãe, na escola primária; a Dra. Sílvia Moreira, no ensino secundário. Quando se tropeçava nesta ratoeira, a regra era sempre a mesma: se queres que a expressão signifique demasiado, excessivo, de mais contrapõe-se a de menos; consequentemente, deve escrever-se separado.
Elementar, Senhores Distraídos!
Fiquei muito perplexa! E logo no Houaiss, a quem chamo “o Majestoso Houaiss”!...
Estas acepções pressupõem intensidade; ora os bons gramáticos não admitem a palavra "demais" como advérbio de quantidade. Todavia, na “Gramática Da Língua Portuguesa”, de Pilar Vázquez Cuesta e Maria Albertina Mendes da Luz, por exemplo, incluem-na nessa subclasse. A gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra, idem. A confusão é mesmo soberana!...
Sempre encontrei resposta às minhas dúvidas no “Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa” de Rebelo Gonçalves e nisto de "demais" e "de mais", este tratado é bem claro na distinção entre as duas expressões.
Também são muito claros os Dicionários de Morais, Porto Editora, Dicionário Prático Ilustrado da Lello, Grande Dicionário Enciclopédico Ediclube, bons escritores, bons autores de Prontuários Ortográficos. Para mim, são estes os mais lógicos. Os demais são simplistas de mais e duvido do rigor como encaram a questão.
Tive duas excelentes professoras de português: a minha Mãe, na escola primária; a Dra. Sílvia Moreira, no ensino secundário. Quando se tropeçava nesta ratoeira, a regra era sempre a mesma: se queres que a expressão signifique demasiado, excessivo, de mais contrapõe-se a de menos; consequentemente, deve escrever-se separado.
Elementar, Senhores Distraídos!
Apetecia-me escrever "Senhores Ignorantes", mas não quero chegar a tanto!...
Alda M. Maia
Alda M. Maia
2 Comments:
Boa tarde
Li o seu comentário no post que coloquei, por linkagem, no blogdosradioamadores.
Agradeço-lhe muito a sua apreciação às minhas interrogações e dúvidas. Às vezes sovreveem-nos destas crises existenciais e ficamos assim como que desorientados.
Felizmente são passageiras e, logo a seguir, a vida retoma o seu rumo ao desconhecido...normal...
Este seu DEMAIS é de mais, como diriam os nossos irmãos/primos do Brasil. Gostei e fiquei a pensar que a situação que refere tem muitas probabilidades de acontecer, até inadvertidamente (indesculpável, de qualquer modo, para quem publica, mesmo que seja num blogue despretensioso.).
Só para esclarecer: em Portugal até podem vocês fazer a distinção entre demais e de mais, mas cá no Brasil só usamos a forma junta, mesmo para ser o oposto de "de menos". Logo, o 'magnífico' Houaiss está correto, porque é um dicionário brasileiro antes de tudo. O que o difere dos demais é, entre outras coisas, o amplo suporte que dá às variantes luso-africanas. Por isso, não o critiques assim tão rispidamente, se não conheces as coisas como são por aqui. Aprende a respeitar as variantes, e larga mão desse preconceito português de querer dizer o certo e o errado em se tratando da 'vossa' língua.
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