DO CÉLEBRE DISCURSO DE KENNEDY
“Não perguntem o que a América deve fazer pelos Americanos, mas o que estes devem fazer pela América” (mais ou menos, foi este o sentido das palavras de Kennedy).
Ficou nos anais das frases, digamos, imorredoiras e é citada a cada momento.
Nos últimos tempos, tenho-a recordado com frequência, sobretudo quando leio os vários editoriais de críticas à acção do actual governo: ora entendem que é pouco o que se faz, que não há coragem de se enfrentar os problemas graves do País; ora criticam e apontam as medidas tomadas como arrogantes, discriminatórias, pomposas, etc., etc.
Paralelamente, fico surpreendida com a veemência da reacção daqueles cidadãos que se crêem atingidos nos tais “direitos adquiridos” e não se cansam de chamar mentirosos aos que foram eleitos para governar –“não respeitaram as promessas”.
Num editorial de 29 de Junho passado, com o título “Sócrates”, Eduardo Dâmaso faz uma análise severa sobre os graves problemas que esperam o Primeiro-Ministro.
Além disso, esta análise não descura nenhum aspecto das consequências políticas para o PS, nas futuras eleições, derivadas das medidas impopulares do governo socialista.
No último parágrafo, escreveu:
“Portanto, o campo das opções é muito estreito e o que se vislumbra é mesmo uma interminável dor de cabeça para Sócrates. Um verdadeiro deserto de felicidade política”
Algumas objecções: se temos um “défice incomportável, um peso excessivo da despesa pública, um desemprego a caminho de ser galopante”, dar importância ao ser-se ou não ser-se reeleito – não importa em quais eleições – deve ter-se em linha de conta, na governação, essas consequências políticas? É essa a responsabilidade que esperamos dos políticos sérios? Mas que concepção temos do “bem-governar”?
Eduardo Dâmaso fez a sua análise, certamente. Ao debruçar-se sobre as dores de cabeça de Sócrates e termina asserindo que é “um verdadeiro deserto de felicidade política”, julga-se um observador externo ao País onde vive? Que a nossa situação não lhe diz respeito? Que tudo se resume a um problema de Sócrates?
Eu entendo que é um problema de todos – de todos, sem excepção.
Quanto àquele nosso povinho bem instalado na vida, o que mais se lamenta e tanto impreca contra os mentirosos da política, que limitações se impõe para a contribuição de um menor défice? Um pequeno exemplo: neste período de férias, abdicou das viagens programadas fora do País? Conhecendo a crise em que nos debatemos, é assim tão gravoso raciocinar com bom senso e equidade? Nunca se interrogou sobre o que cada um pode fazer pelo progresso deste País que também lhe pertence?
Ainda a propósito do nosso povo e já noutro contexto: a ética da convivência civil, a honestidade perante a coisa pública, onde param? Como é possível dar votos ás pessoas com processos nos tribunais e nada abonatórios da seriedade política dessas personagens? Visto que juridicamente não se encontra uma norma para os bloquear, é o povo que deveria emitir um juízo inapelável: desertar os comícios eleitorais e negar-lhes o voto.
Desgraçadamente, o panorama que a gentinha desses concelhos apresenta é desolador! Amarante, Felgueiras… que náusea perante tanta falta de consciência cívica! E que indignação perante as falhas jurídicas!
“Não perguntem o que a América deve fazer pelos Americanos, mas o que estes devem fazer pela América” (mais ou menos, foi este o sentido das palavras de Kennedy).
Ficou nos anais das frases, digamos, imorredoiras e é citada a cada momento.
Nos últimos tempos, tenho-a recordado com frequência, sobretudo quando leio os vários editoriais de críticas à acção do actual governo: ora entendem que é pouco o que se faz, que não há coragem de se enfrentar os problemas graves do País; ora criticam e apontam as medidas tomadas como arrogantes, discriminatórias, pomposas, etc., etc.
Paralelamente, fico surpreendida com a veemência da reacção daqueles cidadãos que se crêem atingidos nos tais “direitos adquiridos” e não se cansam de chamar mentirosos aos que foram eleitos para governar –“não respeitaram as promessas”.
Num editorial de 29 de Junho passado, com o título “Sócrates”, Eduardo Dâmaso faz uma análise severa sobre os graves problemas que esperam o Primeiro-Ministro.
Além disso, esta análise não descura nenhum aspecto das consequências políticas para o PS, nas futuras eleições, derivadas das medidas impopulares do governo socialista.
No último parágrafo, escreveu:
“Portanto, o campo das opções é muito estreito e o que se vislumbra é mesmo uma interminável dor de cabeça para Sócrates. Um verdadeiro deserto de felicidade política”
Algumas objecções: se temos um “défice incomportável, um peso excessivo da despesa pública, um desemprego a caminho de ser galopante”, dar importância ao ser-se ou não ser-se reeleito – não importa em quais eleições – deve ter-se em linha de conta, na governação, essas consequências políticas? É essa a responsabilidade que esperamos dos políticos sérios? Mas que concepção temos do “bem-governar”?
Eduardo Dâmaso fez a sua análise, certamente. Ao debruçar-se sobre as dores de cabeça de Sócrates e termina asserindo que é “um verdadeiro deserto de felicidade política”, julga-se um observador externo ao País onde vive? Que a nossa situação não lhe diz respeito? Que tudo se resume a um problema de Sócrates?
Eu entendo que é um problema de todos – de todos, sem excepção.
Quanto àquele nosso povinho bem instalado na vida, o que mais se lamenta e tanto impreca contra os mentirosos da política, que limitações se impõe para a contribuição de um menor défice? Um pequeno exemplo: neste período de férias, abdicou das viagens programadas fora do País? Conhecendo a crise em que nos debatemos, é assim tão gravoso raciocinar com bom senso e equidade? Nunca se interrogou sobre o que cada um pode fazer pelo progresso deste País que também lhe pertence?
Ainda a propósito do nosso povo e já noutro contexto: a ética da convivência civil, a honestidade perante a coisa pública, onde param? Como é possível dar votos ás pessoas com processos nos tribunais e nada abonatórios da seriedade política dessas personagens? Visto que juridicamente não se encontra uma norma para os bloquear, é o povo que deveria emitir um juízo inapelável: desertar os comícios eleitorais e negar-lhes o voto.
Desgraçadamente, o panorama que a gentinha desses concelhos apresenta é desolador! Amarante, Felgueiras… que náusea perante tanta falta de consciência cívica! E que indignação perante as falhas jurídicas!
Alda Maia
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