segunda-feira, maio 02, 2016

DO FUNDO DO MAR E DE ESCAVAÇÕES,
EMERGEM AS MARAVILHAS

Os Bronzes de Riace: à esquerda, a "Estátua A"; à direita, a "Estátua B"

A cabeça da Estátua B e a da Estátua A

Na quarta-feira da semana passada, operários que escavavam no parque “El Zaudin” de Tomares, perto de Sevilha, encontraram várias ânforas contendo milhares de moedas romanas em bronze, algumas com banho de prata, do fim do século IV. Um tesouro histórico incalculável.

Também na semana passada, em trabalhos no centro da cidade de Reggio Calábria, sul de Itália, “bastaram as escavações preliminares para fazer surgir uma estrutura antiga, surpreendentemente integra”.

Uns dizem que se trata de um túmulo romano do primeiro século depois de Cristo. Arqueólogos e técnicos tomaram conta da situação, pois a prudência aconselha um estudo mais aprofundado dos elementos que vão surgindo: pratos intactos, cacos, ânforas e moedas, objectos úteis para compreender a época a que ascendem aqueles muros que “Poderiam reescrever a história da cidade”.

Mas esta cidade também possui um grande tesouro que emergiu do mar. Após dez anos de trabalhos lentos, reabriu o “Museu da Magna Grécia de Reggio Calábria”, um museu com uma colecção riquíssima de achados arqueológicos do paleolítico até à era da Magna Grécia e onde se pode admirar o tal tesouro que emergiu do mar: os famosos Bronzes de Riace.

Em 16 de Agosto de 1972, a trezentos metros da costa de Riace, província de Reggio Calábria, um químico romano, Stefano Mariottini, mergulhou até oito metros de profundidade. Primeiro viu um braço e ficou assustado, pensando que se tratava de um cadáver. Tornou a imergir-se. Encontrou duas estátuas em bronze de origem grega, sem que houvesse, em redor, quaisquer outros objectos arqueológicos.

A recuperação deste achado arqueológico extraordinário efectuou-se alguns dias depois. Há críticas sobre a superficialidade e os meios inadequados para uma recuperação tão importante e delicada.
As estátuas foram enviadas para Florença para o primeiro restauro, realizado entre 1975 e 1980, mas seguiram-se outros.
Foram denominadas “estátua A” e “estátua B”. Em Reggio, rebaptizaram-nas o “jovem” e o “adulto”. São altas, respectivamente, 1,98m e 1,97m.

As investigações, as conjecturas e mil perguntas sobre estas duas criações de grandes escultores ainda não obtiveram respostas definitivas. Sabe-se, ou pelo menos crêem-no certo, que foram produzidas em Argos e Atenas, mas ainda não se descobriu o nome do ou dos autores destas obras, estátuas originais de meados do século V a.C..

Também se desconhece se viajavam da Grécia para Roma ou vice-versa; se houve naufrágio ou foram simplesmente lançadas ao mar por qualquer motivo. Muitos mistérios, o que dá mais encanto às duas maravilhas.