domingo, abril 20, 2014

DIA DE PÁSCOA, DIA DE PAZ INTERIOR.
ASSIM ESPERO

E como hoje não estou com ânimo para escrever sobre o que quer que seja,  transcrevo um soneto de António Nobre.

Talvez a expressão do último terceto, “a dor do pensamento”, tivesse condicionado a minha escolha!

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E a Vida foi, e é assim, e não melhora.
Esforço inútil. Tudo é ilusão.
Quantos não cismam nisso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um punhal na mão!

Mas a Arte, o Lar, um filho, António? Embora!
Quimeras, sonhos, bolas de sabão.
E a tortura do Além e quem lá mora!
Isso é, talvez, minha única aflição.

Toda a dor pode suportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva… essa que traz.

Mas uma não: é a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar nesse convento
Que há além da Morte e que se chama Paz!

Paris, 1891

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Espero ter pensamentos menos tétricos na próxima semana.
Desejo Boa Páscoa e bom aproveitamento deste período de descanso àquelas poucas pessoas que visitam este blogue.