DIA DE PÁSCOA, DIA DE
PAZ INTERIOR.
ASSIM ESPERO
E como hoje não estou com
ânimo para escrever sobre o que quer que seja, transcrevo
um soneto de António Nobre.
Talvez a expressão do
último terceto, “a dor do pensamento”, tivesse
condicionado a minha escolha!
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E a Vida foi, e é
assim, e não melhora.
Esforço inútil. Tudo
é ilusão.
Quantos não cismam
nisso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um
punhal na mão!
Mas a Arte, o Lar, um
filho, António? Embora!
Quimeras, sonhos,
bolas de sabão.
E a tortura do Além e quem lá mora!
Isso é, talvez, minha
única aflição.
Toda a dor pode
suportar-se, toda!
Mesmo a da noiva
morta em plena boda,
Que por mortalha leva…
essa que traz.
Mas uma não: é a dor do pensamento!
Ai quem me dera
entrar nesse convento
Que há além da Morte e que se chama Paz!
Paris, 1891
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Espero ter
pensamentos menos tétricos na próxima semana.
Desejo Boa Páscoa e
bom aproveitamento deste período de descanso àquelas poucas pessoas que visitam
este blogue.
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