PERÍODO DE FESTAS
Henri Fantin-Latour
Período de festas que talvez alivie, durante alguns dias, o pessimismo e o desânimo que se alastram por todo o país.
Confesso, todavia, que as festas natalícias, de há alguns anos a esta parte, para mim correspondem a um período de pensamentos e recordações tristes que procuro, inutilmente, expulsar. Não o consigo e já sei que só recuperarei serenidade lá para os primeiros dias de Janeiro.
Entretanto… entretanto entusiasmo-me com a esperança – que, se calhar, não se verificará! – de ver um 2013 sem o eco dos discursos de Passos Coelho e, implicitamente, do vocabulário penoso que os sustenta.
Esperemos, pelo menos, que haja uma alma caridosa, eminentemente competente, que lhe ministre algumas lições do que significa cuidar da “coisa pública” e o respeito que se deve aos cidadãos portugueses.
Que lhe recorde que ninguém lhe passou um ceptro, mas, se chegou a primeiro-ministro, apenas lhe atribuíram o dever de trabalhar para o bem comum; que a sua arrogância e ignorância, ostentadas sem rebuços, não confundam este dever com o arbítrio do “eu quero, posso e mando”.
Repito, que haja alguém que lhe incuta este inalienável princípio, porque a escola política daquele senhor baseou-se no carreirismo tout court e agora, chegando ao poder e não se sabe por que méritos, tornou-se insuportável.
Paralelamente, sonho com o desaparecimento total, da vida pública, de Miguel Relvas. É uma vergonha que o Governo da República Portuguesa consinta indivíduos com este currículo no desempenho de cargos governativos - não só cargos governativos como em qualquer outra instituição pública.
Quando se lê o perfil do Ministro adjunto dos Assuntos Parlamentares na Wikipédia e que ainda não foi desmentido, assim como o que jornal Público deu a lume sobre a mesma personagem, a indignação cresce de pari passo com a sensação de nos sentirmos ofendidos com a desenvoltura apolítica de quem nos governa.
Quando leio ou ouço falar na privatização da RTP, por exemplo, e que é Miguel Relvas a ocupar-se desta indecência - assim considero tal iniciativa - a indignação triplica. Qual a utilidade, no ajustamento das contas do Estado, os leva a mexer neste importante serviço público? Quem os autoriza e encoraja? Que desígnios pouco claros os movem? Que mais será necessário para que a opinião pública diga basta!?
Natal!
Sei que aqui em Famalicão há pessoas que eu não conheço, mas que visitam este blogue. Agradeço a paciência e boa vontade.
A estes e outros amigos desconhecidos e aos amigos que conheço, com a homenagem das flores de Fantin-Latour, desejo um Bom Natal e um encorajador 2013.
3 Comments:
Boa noite de Natal, Alda
Sei que tenho andado demasiado afastado de comentários, particularmente, deste seu sítio, um farol de ideias, de reflexões sociais e políticas, sempre rigorosas e pertinentes.
"Tosque" que ele anda, o PP Coelho, como é possível termos de o aturar e mais as medidas tolas e a metro que ele e o snr relvas e o sr ministro das finanças, dia após dia, tomam, todos convencidos que eles estão que nós nos acabamos por habituar ao remédio/veneno?
Votos de saúde e algum ânimo para enfrentar a situação.
Tenho cá em casa a família, uma parte dela, já é um grande conforto.
António
Como está, António?
Os meus votos de Boas Festas deveria tê-lo deixado no seu blogue. Queira perdoar-me e permita-me que o faça, hoje, aqui, aproveitando para agradecer-lhe a sua mensagem.
Sigo diariamente as suas opiniões, os seus comentários, as suas imagens.
Estar com a Família é uma das coisas mais confortantes neste período. Um grande abraço para essa excelente Família e reservar-me-ei de augurar-vos um sereníssimo 2013 no sítio adequado: "Dispersamente".
Um beijinho à Zaida
Alda
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