DEMOCRACIA “ASFIXIADA” EM PORTUGAL?
GANHEM JUÍZO!
Seria um excelente tema de batalha política, se correspondesse a um real perigo. Felizmente, no nosso País, esse perigo não existe, embora convenha a quem é pobre de argumentos ou muito míope em discernir as causas sérias das causas ruidosas vazias.
Não farei do caso do dia, a suspensão do “Jornal Nacional” da TVI, o motivo central do que escreverei. Todavia, não deixarei de exprimir o meu total desacordo com essa suspensão. Pouco inteligente, inoportuna e dispensável.
Ademais, o “Jornal Nacional da sexta” torna-se necessário: é um bom modelo para melhor sabermos discernir o “jornalismo lixeira” do que deve ser um bom ou normal jornalismo.
Além dessas considerações, podemos também classificar o acontecimento como uma eficacíssima rasteira ao Governo e PS.
Se em nada intervieram, toda a oposição ignorá-lo-á e recolhem esta oferta com um talento de excelentes actores. Com quanta solenidade e frémito na voz proclamam, apontando o dedo a Sócrates: “Censura intolerável e um grave atentado à liberdade”!
Acho-lhes uma graça! Como se não fosse do conhecimento geral, afora este caso TVI, as pressões que todas as facções políticas no poder, em qualquer país democrático e em todos os tempos, exercem sobre os meios de comunicação, a fim de obter as boas graças ou tréguas.
Está na seriedade dos jornalistas ignorar essas pressões, quando devem ser ignoradas. Certamente que não são contemplados actos de prepotência.
Sócrates, a seu tempo, errou nas reacções ao “Jornal Nacional”. Quem exerce o poder deve preparar-se para ser alvo de todo e qualquer género de ataques e saber apará-los com senhorilidade, serenidade e indiferença (se é possível).
Não acredito, todavia, que tenha quaisquer responsabilidades no caso TVI. Seria uma irrefutável prova de estupidez.
Por último, acrescento uma outra razão à minha censura e desagrado à suspensão do “Jornal Nacional de sexta”, melhor dizendo, “Pasquinadas Nacionais da sexta-feira”: terem feito de Manuela Moura Guedes uma vítima imolada no altar da liberdade de informação.
Não me queiram fazer passar esta Senhora por um excelso representante do jornalismo de investigação!... Isso, sim, que é um despudorado ataque à nossa inteligência!
Mas voltemos à “democracia asfixiada”.
Onde localizaram a asfixia? Na informação? No Parlamento? Em atropelos à Constituição? Em abusos de poder? Onde e quando?
A este ponto, não posso deixar de estabelecer comparações entre os dois países cuja política e realidades sigo com a máxima paixão e atenção de que sou capaz.
Os nossos primeiros-ministros, devidamente, sempre prestaram contas da acção do Governo, na Assembleia da República. Ali, todas as partes políticas da oposição tiveram, e têm, os seus direitos bem implantados e todo as condições para os impor. Durante este último Governo, houve comportamentos anormais condenáveis?
Vejamos a Itália. Segundo o inefável Berlusconi, ir ao Parlamento é uma perda de tempo. Assim, tudo tem feito para esvaziar a função deste órgão soberano de Estado.
Apesar de usufruir de uma maioria superabundante, promulga a maior parte das leis com votos de confiança – para não falar no uso e abuso decretos-leis - roubando à oposição o seu direito de apresentar propostas e discutir razões. Isto, sim, é asfixiar e insultar a democracia!
Falemos da “asfixia na informação”: quais foram os jornais portugueses asfixiados ou domesticados? Há alguém que, honestamente, possa dar exemplos concretos?
Por norma, ou por carácter, quando me apercebo do avolumar-se de uma corrente de opinião, onde todos se deixam envolver e seguem a mesma rota, imediata e instintivamente remo contra essa corrente. Sucedeu-me com a persistente campanha contra José Sócrates.
De início, achei-a correcta e própria de uma imprensa livre que faz o seu dever. Com o decorrer do tempo, foi fácil aperceber-me que se tratava de uma campanha programada e bem orquestrada. Começou a enojar-me: já não era informação, mas intenção de afundar o personagem
Pode dizer-se que o jornal Público foi o porta-bandeira dessa campanha. Continua.
Sábado, dia cinco, lendo “Olho Vivo” de Eduardo Cintra Torres, apenas me pareceu ver um azedume panfletista de pessoa ressabiada.
“Este PS-Governo é muito perigoso para a liberdade. Até o seu fundador (…) Ao reduzir a censura anticonstitucional, ilegal e protofascista do JN6ª a um caso de gestão, Soares desceu ao seu mais baixo nível político”.
Lendo com atenção a análise deste órfão do “JN6ª”, torna-se difícil classificá-la como objectiva, equilibrada, séria.
E por este artigo podemos avaliar o género de “asfixia democrática na informação” e a grande falta de liberdade na Terra Lusa!...
Acaso o menino Cintra Torres ouviu falar, por exemplo, nos Tribunais Plenários de triste memória? Mário Soares pode ministrar-lhe lições, dando exemplos concretos sobre o que é a verdadeira falta de liberdade.
Seria mais correcto que se deixasse de teatralidades panfletárias e pesasse com o bom senso o que vai publicando… mas que tem todo o direito de publicar, obviamente.
Onde existem as publicações de propriedade do PS ou fortemente ligadas ao PS-Governo que o ajudam a tramar conspirações contra a liberdade? Existem? Quem os edita? Eu não conheço nenhuma, mas admito a minha ignorância nesse sector.
Domínio na RTP? Faltou ali espaço à Sra. Ferreira Leite para lançar os seus alarmes? Houve mais atenção para o PS-Governo em detrimento das contraposições dos demais partidos? Quando?
Por qual razão, no relatório anual da Freedom House, Portugal continua na lista dos países detentores de uma imprensa livre?
A Itália é “parcialmente livre” e, numa lista de 195 países, ocupa o 71.º lugar.
Verificaram-se ofensas aos princípios constitucionais? Alguém do PS se improvisou régulo e insulta tudo e todos impunemente, ultraja instituições e, por esses "altos méritos", foi proposto como representante do seu reino para a Assembleia da República?
É oportuno informar: o território desse régulo, a Madeira, é o único oásis onde a democracia não é asfixiada.
E perante esta informação, provinda de uma candidata a primeiro-ministro, que estou eu para aqui a perder tempo com o tema da “democracia asfixiada em Portugal” quando, no instante em que foi proferida tal “verdade”, esse tema morreu ali mesmo, asfixiado pelo ridículo! O melhor é ficarmos por aqui.
Alda M. Maia
GANHEM JUÍZO!
Seria um excelente tema de batalha política, se correspondesse a um real perigo. Felizmente, no nosso País, esse perigo não existe, embora convenha a quem é pobre de argumentos ou muito míope em discernir as causas sérias das causas ruidosas vazias.
Não farei do caso do dia, a suspensão do “Jornal Nacional” da TVI, o motivo central do que escreverei. Todavia, não deixarei de exprimir o meu total desacordo com essa suspensão. Pouco inteligente, inoportuna e dispensável.
Ademais, o “Jornal Nacional da sexta” torna-se necessário: é um bom modelo para melhor sabermos discernir o “jornalismo lixeira” do que deve ser um bom ou normal jornalismo.
Além dessas considerações, podemos também classificar o acontecimento como uma eficacíssima rasteira ao Governo e PS.
Se em nada intervieram, toda a oposição ignorá-lo-á e recolhem esta oferta com um talento de excelentes actores. Com quanta solenidade e frémito na voz proclamam, apontando o dedo a Sócrates: “Censura intolerável e um grave atentado à liberdade”!
Acho-lhes uma graça! Como se não fosse do conhecimento geral, afora este caso TVI, as pressões que todas as facções políticas no poder, em qualquer país democrático e em todos os tempos, exercem sobre os meios de comunicação, a fim de obter as boas graças ou tréguas.
Está na seriedade dos jornalistas ignorar essas pressões, quando devem ser ignoradas. Certamente que não são contemplados actos de prepotência.
Sócrates, a seu tempo, errou nas reacções ao “Jornal Nacional”. Quem exerce o poder deve preparar-se para ser alvo de todo e qualquer género de ataques e saber apará-los com senhorilidade, serenidade e indiferença (se é possível).
Não acredito, todavia, que tenha quaisquer responsabilidades no caso TVI. Seria uma irrefutável prova de estupidez.
Por último, acrescento uma outra razão à minha censura e desagrado à suspensão do “Jornal Nacional de sexta”, melhor dizendo, “Pasquinadas Nacionais da sexta-feira”: terem feito de Manuela Moura Guedes uma vítima imolada no altar da liberdade de informação.
Não me queiram fazer passar esta Senhora por um excelso representante do jornalismo de investigação!... Isso, sim, que é um despudorado ataque à nossa inteligência!
Mas voltemos à “democracia asfixiada”.
Onde localizaram a asfixia? Na informação? No Parlamento? Em atropelos à Constituição? Em abusos de poder? Onde e quando?
A este ponto, não posso deixar de estabelecer comparações entre os dois países cuja política e realidades sigo com a máxima paixão e atenção de que sou capaz.
Os nossos primeiros-ministros, devidamente, sempre prestaram contas da acção do Governo, na Assembleia da República. Ali, todas as partes políticas da oposição tiveram, e têm, os seus direitos bem implantados e todo as condições para os impor. Durante este último Governo, houve comportamentos anormais condenáveis?
Vejamos a Itália. Segundo o inefável Berlusconi, ir ao Parlamento é uma perda de tempo. Assim, tudo tem feito para esvaziar a função deste órgão soberano de Estado.
Apesar de usufruir de uma maioria superabundante, promulga a maior parte das leis com votos de confiança – para não falar no uso e abuso decretos-leis - roubando à oposição o seu direito de apresentar propostas e discutir razões. Isto, sim, é asfixiar e insultar a democracia!
Falemos da “asfixia na informação”: quais foram os jornais portugueses asfixiados ou domesticados? Há alguém que, honestamente, possa dar exemplos concretos?
Por norma, ou por carácter, quando me apercebo do avolumar-se de uma corrente de opinião, onde todos se deixam envolver e seguem a mesma rota, imediata e instintivamente remo contra essa corrente. Sucedeu-me com a persistente campanha contra José Sócrates.
De início, achei-a correcta e própria de uma imprensa livre que faz o seu dever. Com o decorrer do tempo, foi fácil aperceber-me que se tratava de uma campanha programada e bem orquestrada. Começou a enojar-me: já não era informação, mas intenção de afundar o personagem
Pode dizer-se que o jornal Público foi o porta-bandeira dessa campanha. Continua.
Sábado, dia cinco, lendo “Olho Vivo” de Eduardo Cintra Torres, apenas me pareceu ver um azedume panfletista de pessoa ressabiada.
“Este PS-Governo é muito perigoso para a liberdade. Até o seu fundador (…) Ao reduzir a censura anticonstitucional, ilegal e protofascista do JN6ª a um caso de gestão, Soares desceu ao seu mais baixo nível político”.
Lendo com atenção a análise deste órfão do “JN6ª”, torna-se difícil classificá-la como objectiva, equilibrada, séria.
E por este artigo podemos avaliar o género de “asfixia democrática na informação” e a grande falta de liberdade na Terra Lusa!...
Acaso o menino Cintra Torres ouviu falar, por exemplo, nos Tribunais Plenários de triste memória? Mário Soares pode ministrar-lhe lições, dando exemplos concretos sobre o que é a verdadeira falta de liberdade.
Seria mais correcto que se deixasse de teatralidades panfletárias e pesasse com o bom senso o que vai publicando… mas que tem todo o direito de publicar, obviamente.
Onde existem as publicações de propriedade do PS ou fortemente ligadas ao PS-Governo que o ajudam a tramar conspirações contra a liberdade? Existem? Quem os edita? Eu não conheço nenhuma, mas admito a minha ignorância nesse sector.
Domínio na RTP? Faltou ali espaço à Sra. Ferreira Leite para lançar os seus alarmes? Houve mais atenção para o PS-Governo em detrimento das contraposições dos demais partidos? Quando?
Por qual razão, no relatório anual da Freedom House, Portugal continua na lista dos países detentores de uma imprensa livre?
A Itália é “parcialmente livre” e, numa lista de 195 países, ocupa o 71.º lugar.
Verificaram-se ofensas aos princípios constitucionais? Alguém do PS se improvisou régulo e insulta tudo e todos impunemente, ultraja instituições e, por esses "altos méritos", foi proposto como representante do seu reino para a Assembleia da República?
É oportuno informar: o território desse régulo, a Madeira, é o único oásis onde a democracia não é asfixiada.
E perante esta informação, provinda de uma candidata a primeiro-ministro, que estou eu para aqui a perder tempo com o tema da “democracia asfixiada em Portugal” quando, no instante em que foi proferida tal “verdade”, esse tema morreu ali mesmo, asfixiado pelo ridículo! O melhor é ficarmos por aqui.
Alda M. Maia
2 Comments:
Alda
De facto, só faltava aquela tirada da cartola da Dra. Manuela Ferreira Leite!
Comparar a asfixia democrática que se vive na Madeira com o que se passa no Contenente é de uma leviandade que roça o baixíssimo nível do debate, o contrário do que seria necessário para se apurar quem é que devíamos escolher para governar Portugal na próxima Legislatura.
Parece uma ideia que veio de outra Galáctica, essa da "asfixia democrática".
Vamos lá a ver que outros slogans não se vão inventar no decorrer da Campanha Eleitoral!
Quanto à questão da MMG versus JN das Sextas na TVI, o problema resolve-se com uma boa indemnização à dita sra. Até para a compensar pelo esforço inaudito que desenvolveu (por intermédio dos seus ajudantes de campo) para manter viva a chama da suspeita, na novidade repisada de acusações, provas, vídeos, gravações sonoras visando condenar na Praça Pública unicamente uma pessoa, o Primeiro Ministro.
Se é verdade ou não aquilo que se consta, penso que o assunto já estará nas mãos de quem de direito.
Para quê, insistir todas as semanas?
Já começava a enjoar!
Um abraço
António
Boa tarde, António
Acenou ao “baixíssimo nível do debate”: desde o princípio que decidi não seguir nenhum. Treta requentada apresentada com fórmulas altissonantes e pretensões de exprimir ideias novas.
Quanto à Sra. Ferreira Leite, urge que algum caridoso do seu partido lhe forneça um bom cardápio de frases correctas, decentes e inócuas. E que o siga fielmente.
Olhe que a “treta” da asfixia democrática encontrou ouvidos muito complacentes e que eu julgava fossem possuidores de uma inteligência mais atenta. É o tal caso: o que convém é sempre verdadeiro.
Insisto no mesmo conceito, isto é, acho ridículo que os órfãos do “Jornal Nacional” pretendam elevar aos altares da grande informação a senhora Manuela M. Guedes. Vi duas ou três vezes aquele Jornal da sexta. Ali, sim, fiquei asfixiada com tanto pasquim e tanta maneira incorrecta de apresentar as notícias: nunca cheguei a compreender se se tratava de informar ou ter ocasião de comentar, com caretas de desdém, o que não agradava.
Um abraço e um beijinho à Zaida
Alda
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