SPOILS SYSTEM
Os dicionários que registam “spoils system” dão-lhe este significado: "apropriação dos cargos e dos lugares de poder pelo partido que venceu num confronto eleitoral".
A origem desta expressão é que não me parece muito ortodoxa para quem defende e aplica esse princípio.
Deriva de um discurso proferido por um senador, diplomata e ex-militar americano, William Learned Marcy, por volta de 1831. Nesse discurso, afirmou: “Os despojos do inimigo pertencem a quem sai vencedor”. Isto é, a pilhagem é lícita.
Ora bem, usar o termo “pilhagem”, nos costumes políticos modernos, não se deve. Não é elegante, não é “politically correct” (ao menos uma vez, usemos esta abusada e pedantíssima locução) nem apropriado. Tanto mais que, na justificação de quem aplica o spoils system, trata-se apenas de colocar, nos lugares de prestígio (e lucrativos para quem os irá ocupar), pessoas da “sua confiança política”.
Entendo que “lugares de confiança política” merecem uma interpretação, de modo a que os “populares” compreendam melhor o sentido da frase. Abro um parêntesis: na linguagem telejornalística, o vocábulo “populares” refere-se a nós, gente anónima.
"Lugares de confiança política” significa: põe-te de lado, que chegou a nossa vez; tende paciência, mas agora toca aos nossos.
Além desta, existe outra interpretação, e talvez a mais importante: o prémio aos amigos, aos apoiantes esforçados, aos afilhados dos apoiantes…etc., etc., etc. Deixa-se lugar à imaginação.
Tudo isto é feito com a maior desenvoltura, sem o mínimo pudor ou preocupação pelos gastos – com dinheiro público - de prováveis indemnizações.
Certamente que algumas destas nomeações – e agora sem ironia – são excelentes. Não obstante, por que razão não se manda para as ortigas este péssimo, indecente costume e não se instala o princípio da competência, imparcialidade e respeito por aqueles funcionários que dão, ou deram, prova de óptimos serviços na administração da coisa pública, tenham lá a cor política que tiverem?
Alda Maia
Os dicionários que registam “spoils system” dão-lhe este significado: "apropriação dos cargos e dos lugares de poder pelo partido que venceu num confronto eleitoral".
A origem desta expressão é que não me parece muito ortodoxa para quem defende e aplica esse princípio.
Deriva de um discurso proferido por um senador, diplomata e ex-militar americano, William Learned Marcy, por volta de 1831. Nesse discurso, afirmou: “Os despojos do inimigo pertencem a quem sai vencedor”. Isto é, a pilhagem é lícita.
Ora bem, usar o termo “pilhagem”, nos costumes políticos modernos, não se deve. Não é elegante, não é “politically correct” (ao menos uma vez, usemos esta abusada e pedantíssima locução) nem apropriado. Tanto mais que, na justificação de quem aplica o spoils system, trata-se apenas de colocar, nos lugares de prestígio (e lucrativos para quem os irá ocupar), pessoas da “sua confiança política”.
Entendo que “lugares de confiança política” merecem uma interpretação, de modo a que os “populares” compreendam melhor o sentido da frase. Abro um parêntesis: na linguagem telejornalística, o vocábulo “populares” refere-se a nós, gente anónima.
"Lugares de confiança política” significa: põe-te de lado, que chegou a nossa vez; tende paciência, mas agora toca aos nossos.
Além desta, existe outra interpretação, e talvez a mais importante: o prémio aos amigos, aos apoiantes esforçados, aos afilhados dos apoiantes…etc., etc., etc. Deixa-se lugar à imaginação.
Tudo isto é feito com a maior desenvoltura, sem o mínimo pudor ou preocupação pelos gastos – com dinheiro público - de prováveis indemnizações.
Certamente que algumas destas nomeações – e agora sem ironia – são excelentes. Não obstante, por que razão não se manda para as ortigas este péssimo, indecente costume e não se instala o princípio da competência, imparcialidade e respeito por aqueles funcionários que dão, ou deram, prova de óptimos serviços na administração da coisa pública, tenham lá a cor política que tiverem?
Alda Maia
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