segunda-feira, maio 25, 2015

PALMIRA, E NINGUÉM SE MOVE!
   
Palmira - Teatro Romano 

A história desta cidade é riquíssima de eventos e de traços civilizacionais. As magníficas ruínas são um dos maiores Patrimónios da Humanidade.
Ler a história de Palmira, a antiga Tadmor, é leitura que capta inteiramente o nosso interesse e encanta-nos.

Corria perigo, ninguém se moveu. Confiou-se no exército de Damasco, mas este, impotente ou desorganizado, retirou-se e deixou a cidade à mercê dos terroristas do exército islâmico. Como previsto, a bandeira negra daqueles bárbaros já flutua onde nunca deveria ser permitido.
Uma bandeira negra que também significa as centenas de cadáveres que pejam as ruas daquela desprotegida cidade, sobretudo de mulheres e crianças. Até quando?

Que mundo civilizado é este? A UNESCO, logo, o Conselho de Segurança da ONU por que não tomou providências aptas à defesa de um belíssimo e grande património que diz respeito a orientais e ocidentais? A preservação de um património tão complexo na sua mistura de civilizações não deveria ser motivo de medidas activas de todos os países com representantes na ONU?
E onde encontraremos a piedade e solidariedade por aquelas populações e minorias, exterminadas com todos os excessos da pior barbárie?

Tão desiludida me sinto da União Europeia que nada espero destes países afundados num egoísmo sem remédio e já desprovidos de ideais que os dignifiquem. Finanças e economia, orçamentos e contas de Estado: nenhum outro impulso menos materialista enobrece as políticas desta nossa Europa. Mas não só europeias.
  
Ninguém se quer comprometer com o regime sírio de Bashar Al-Assad. Foi um regime de ferozes perseguições contra os opositores internos. Mas entre dois males, é o menor em relação à barbárie do “Estado Islâmico”. Um bom entendimento diplomático não seria nada de anormal.
Mas em tudo isto, o que é estridente são as politiquices de países muçulmanos: o Irão que apoia os xiitas; a Arábia Saudita que protege os sunitas, mas não unem as próprias forças para combater o pior inimigo, os jihadistas do “Estado Islâmico”.

A ambiguidade da Turquia é simplesmente asquerosa, se for comprovado que é um dos Estados que, em segredo, ajudam o “Califado”. Entre os muitos suspeitos, o país mais citado é a Turquia. Através do seu território, o ISIS recebe os voluntários provenientes de vários países, vende ilegalmente o petróleo dos poços que vai conquistando, assim como os objectos de antiguidade que rouba dos lugares arqueológicos que destrói.

As tropas do Califado são muito motivadas, mas não numerosas. Uma intervenção terrestre por um exército bem estruturado poderia varrê-lo de uma vez para sempre. Mas nenhum país o quer fazer. USA e europeus temem atolar-se. Os países árabes vêem o risco de um efeito-boomerang que lhes cause dano. A Turquia, que dispõe de um exército formidável, tem como prioridade a queda do regime de Bashar Al-Assad e não a derrota do Estado Islâmico” – Maurizio Molinari (correspondente de Jerusalém de La Stampa).