PALMIRA, E NINGUÉM SE MOVE!
Palmira - Teatro Romano
A história desta
cidade é riquíssima de eventos e de traços civilizacionais. As magníficas
ruínas são um dos maiores Patrimónios da Humanidade.
Ler a história de
Palmira, a antiga Tadmor, é leitura que capta inteiramente o nosso interesse e
encanta-nos.
Corria perigo,
ninguém se moveu. Confiou-se no exército de Damasco, mas este, impotente ou
desorganizado, retirou-se e deixou a cidade à mercê dos terroristas do exército
islâmico. Como previsto, a bandeira negra daqueles bárbaros já flutua onde
nunca deveria ser permitido.
Uma bandeira negra
que também significa as centenas de cadáveres que pejam as ruas daquela
desprotegida cidade, sobretudo de mulheres e crianças. Até quando?
Que mundo civilizado
é este? A UNESCO, logo, o Conselho de Segurança da ONU por que não tomou
providências aptas à defesa de um belíssimo e grande património que diz
respeito a orientais e ocidentais? A preservação de um património tão complexo
na sua mistura de civilizações não deveria ser motivo de medidas activas de
todos os países com representantes na ONU?
E onde encontraremos
a piedade e solidariedade por aquelas populações e minorias, exterminadas com
todos os excessos da pior barbárie?
Tão desiludida me
sinto da União Europeia que nada espero destes países afundados num egoísmo sem
remédio e já desprovidos de ideais que os dignifiquem. Finanças e economia,
orçamentos e contas de Estado: nenhum outro impulso menos materialista enobrece
as políticas desta nossa Europa. Mas não só europeias.
Ninguém se quer
comprometer com o regime sírio de Bashar Al-Assad. Foi um regime de ferozes
perseguições contra os opositores internos. Mas entre dois males, é o menor em
relação à barbárie do “Estado Islâmico”. Um bom entendimento diplomático não
seria nada de anormal.
Mas em tudo isto, o
que é estridente são as politiquices de países muçulmanos: o Irão que apoia os
xiitas; a Arábia Saudita que protege os sunitas, mas não unem as próprias
forças para combater o pior inimigo, os jihadistas do “Estado Islâmico”.
A ambiguidade da Turquia
é simplesmente asquerosa, se for comprovado que é um dos Estados que, em
segredo, ajudam o “Califado”. Entre os muitos suspeitos, o país mais citado é a
Turquia. Através do seu território, o ISIS recebe os voluntários provenientes de
vários países, vende ilegalmente o petróleo dos poços que vai conquistando,
assim como os objectos de antiguidade que rouba dos lugares arqueológicos que
destrói.
“As tropas do Califado são muito motivadas, mas não numerosas. Uma
intervenção terrestre por um exército bem estruturado poderia varrê-lo de uma
vez para sempre. Mas nenhum país o quer fazer. USA e europeus temem atolar-se.
Os países árabes vêem o risco de um efeito-boomerang que lhes cause dano. A
Turquia, que dispõe de um exército formidável, tem como prioridade a queda do
regime de Bashar Al-Assad e não a derrota do Estado Islâmico” – Maurizio Molinari (correspondente de
Jerusalém de La Stampa).
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