A ÁRVORE DA VIDA
Expo 2015 Milão - Árvore da vida
E como de programa, no
Primeiro de Maio inaugurou-se em Milão a Expo 2015 (“Nutrir o planeta, energia para a
vida”).
Apesar do mau tempo,
a chuva não desencorajou os duzentos mil
visitantes nesse primeiro dia de abertura. Penetrando no amplo espaço onde
as maravilhas se sucediam, ficaram encantados com o que viam e entusiasmados ante
o facto de, praticamente, dar a volta ao mundo em poucas horas, descobrindo o
que cada país, de todos os continentes, tinha para exibir em tecnologia e
belezas naturais.
No segundo dia, dia
2, o número de visitantes aumentou e chegou a cerca de 220.000. Os bilhetes de
ingresso vendidos, até ao dia dois, ascendem a 11 milhões e as marcações
aumentam.
Desde o início da
organização e preparação de um evento mundial de tanta importância, houve
muitas polémicas e múltiplas vozes que preconizavam um fracasso. Enganaram-se.
A Expo Milão 2015 está a revelar-se um sucesso e a provocar um justificado
entusiasmo em quem a programou, organizou, a levou e efeito e a quem a visita. Oxalá tudo corra
serena e correctamente até trinta e um de Outubro 2015.
Quando vi um grupo de
jovens levar as bandeiras dos 145 países participantes e colocá-las no lugar
onde permanecerão, invadiu-me uma grande tristeza. A bandeira do meu País não
existia.
Já aqui me manifestei
contra a ausência de Portugal e a consequente perda de uma excelente
oportunidade de mostrarmos o que valemos em tradições, costumes e cultura,
assim como a oportunidade de exaltarmos as nossas belezas e capacidades
turísticas. Não quero repetir-me. Apenas reitero a minha indignação contra os responsáveis para os quais não
encontro a mínima justificação da enorme tacanhez política, cultural e
administrativa.
No dia da
inauguração, verificaram-se actos de vandalismo no centro da cidade de Milão.
Houve uma manifestação pacífica dos que dizem “Não à Expo”. Neste cortejo infiltraram-se
algumas centenas de vândalos, não somente italianos como franceses, alemães,
espanhóis e de outras nacionalidades: com máscaras e capuchos pretos, os
sólitos profissionais da violência a que chamam Black bloc.
Pretendiam “uma
guerrilha urbana”, choque sangrento com a polícia, mas esta evitou-o e procurou
marginalizá-los e isolá-los.
No espaço por onde
aqueles facínoras passaram estilhaçaram vitrinas, destruíram ingressos de
bancos, atiraram molotovs, incendiaram cerca de cinquenta automóveis, mancharam paredes com
verniz e escritas provocatórias. Através do lançamento de fumígenos, conseguiram
fugir, libertaram-se das máscaras e confundiram-se com as pessoas normais. Alguns
foram detidos.
O efeito anti-Expo que pretendiam fracassou. Provocou, pelo contrário, uma reacção nos habitantes de Milão que
causa admiração e respeito. Partindo do mote, pronunciado pelo Presidente da
Câmara, “Ninguém toque em Milão”, ontem
vinte mil pessoas - cidadãos, associações, muitas famílias e crianças –
confluíram, com o presidente da Câmara à cabeça do cortejo, na zona devastada e,
percorrendo às arrecuas o percurso dos vândalos, deitaram mãos à obra e
limparam a zona devastada.
No dia da inauguração, os jornais
internacionais deram mais relevo aos desacatos no centro da cidade do que à
importância da inauguração da Expo. Espero que também reservem o mesmo grau de
atenção ao belíssimo comportamento cívico e de orgulho pela própria cidade dos cidadãos
milaneses.
A “Árvore da vida” é
um dos principais símbolos da Expo. È linda e um manancial de efeitos espectaculares.
Só para ver esta árvore no seu esplendor, além do resto, valeria uma viagem a
Milão.
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